domingo, 3 de março de 2013

PSTU DECLARA COMO VITÓRIA A DEMISSÃO DE 630 TRABALHADORES DA GM-SÃO JOSE DOS CAMPOS.





PSTU DECLARA COMO VITÓRIA A DEMISSÃO DE 630 TRABALHADORES DA GM-SÃO JOSE DOS CAMPOS.
 O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à central sindical CSP-Conlutas e dirigido pelo PSTU-LIT há vários anos, comemora a decisão da fábrica General Motors de, entre outras coisas, demitir mais de 600 trabalhadores.
 As negociações entre o sindicato e a fábrica se arrastaram desde meados do ano passado. A GM ameaçou com o fechamento da fábrica, uma verdadeira chantagem patronal para, na verdade, facilitar o maior número de demissões possíveis. A direção do sindicato em nenhum momento chamou a categoria a uma mobilização verdadeira em no mínimo declarar uma greve geral por tempo indeterminado para impedir esses ataques.
 A verdade é que os patrões da GM se sentiram muito à vontade para tal atitude, pois o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, em 2009, com essa mesma direção sindical, permitiu a demissão de quatro mil trabalhadores da Embraer depois de meses de infrutíferas negociações com os patrões, marchas a Brasília e exigindo ao, na época, presidente Lula para que impedisse as demissões, e entre as marchas e paralisações de um dia, uma vergonhosa atitude de caminhar até a igreja para pedir ao bispo católico da região a sua intervenção.
 O acordo fechado entre o sindicato e a montadora permite:
- Além da jornada normal diária mais 02 horas extras.
- Os novos trabalhadores a serem contratados terão o piso salarial rebaixados para R$ 1.800,00, sendo que os antigos têm um piso de R$ 3.100,00.
- A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) estará atrelada às metas de produtividade.
 Fica claro que esse tipo de acordo por parte da GM era objetivamente demitir, reduzir salários e direitos trabalhistas e aumentar seus lucros. Tudo isso em um contexto em que as empresas automobilísticas no Brasil recebem do governo federal e estadual generosos subsídios em isenção fiscal. Na prática, os governos Lula/Dilma petistas financiam por meio desses subsídios o aumento do desemprego no país.
 Não é coincidência que o Brasil teve uma queda de 75% na oferta de empregos em janeiro desse ano comparado com janeiro de 2012. A crise econômica mundial bateu as portas no Brasil o ano passado com o desacelera mento da produção industrial e a redução do PIB para menos de 2%. Mesmo o aquecimento das vendas no Natal não resistiu à entrada do ano novo. Soma-se a isso o aumento da inflação, que oficialmente já passa de 5%, obrigando o governo federal a aumentar a taxa de juros. O resultado então é baixo crescimento econômico com alta inflação, uma história muito conhecida da recente história do Brasil.
 O PSTU é considerado pela mídia como um partido radical de esquerda, e de fato, é o maior partido de esquerda do país e se diz trotskysta, mas é reformista. Por isso esse acordo com a GM de São José tem um peso extraordinário pelo seu significado simbólico. O PSTU cada vez mais se adapta à democracia burguesa e cada vez mais se assemelhando ao Partido dos Trabalhadores de Lula/Dilma. Essa adaptação se concretiza em abandonar os métodos de luta direta de resistência da classe operária, como a greve por tempo indeterminado, e se volta para a pressão parlamentar, apelos aos governos, marchas inúteis e até intervenção aos bispos.
 Há que ter uma política verdadeira com relação às demissões e as reduções de direitos dos metalúrgicos de São José. Os patrões e o governo não recuarão com a pressão da opinião pública ou pelo caminho das negociações, eles retrocederão com a luta dos trabalhadores, ou seja, com a greve e a unidade operária, essa é a única maneira de colocar os trabalhadores em boa posição de negociar. Todo o resto é traição.
- Não às demissões!
- Lutar contra as demissões!
- Não aos acordos para demitir!
- Por assembleias e plenárias com delegados de base em todas as seções sindicais dos metalúrgicos!
  


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