PSTU DECLARA COMO VITÓRIA A DEMISSÃO
DE 630 TRABALHADORES DA GM-SÃO JOSE DOS CAMPOS.
O Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos, filiado à central sindical CSP-Conlutas e dirigido pelo
PSTU-LIT há vários anos, comemora a decisão da fábrica General Motors de, entre
outras coisas, demitir mais de 600 trabalhadores.
As negociações entre o sindicato
e a fábrica se arrastaram desde meados do ano passado. A GM ameaçou com o
fechamento da fábrica, uma verdadeira chantagem patronal para, na verdade,
facilitar o maior número de demissões possíveis. A direção do sindicato em
nenhum momento chamou a categoria a uma mobilização verdadeira em no mínimo
declarar uma greve geral por tempo indeterminado para impedir esses ataques.
A verdade é que os patrões da
GM se sentiram muito à vontade para tal atitude, pois o Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos, em 2009, com essa mesma direção sindical,
permitiu a demissão de quatro mil trabalhadores da Embraer depois de meses de
infrutíferas negociações com os patrões, marchas a Brasília e exigindo ao, na
época, presidente Lula para que impedisse as demissões, e entre as marchas e
paralisações de um dia, uma vergonhosa atitude de caminhar até a igreja para
pedir ao bispo católico da região a sua intervenção.
O acordo fechado entre o
sindicato e a montadora permite:
- Além da jornada normal diária mais
02 horas extras.
- Os novos trabalhadores a serem
contratados terão o piso salarial rebaixados para R$ 1.800,00, sendo que os
antigos têm um piso de R$ 3.100,00.
- A PLR (Participação nos Lucros e
Resultados) estará atrelada às metas de produtividade.
Fica claro que esse tipo de
acordo por parte da GM era objetivamente demitir, reduzir salários e direitos
trabalhistas e aumentar seus lucros. Tudo isso em um contexto em que as
empresas automobilísticas no Brasil recebem do governo federal e estadual
generosos subsídios em isenção fiscal. Na prática, os governos Lula/Dilma
petistas financiam por meio desses subsídios o aumento do desemprego no país.
Não é coincidência que o Brasil
teve uma queda de 75% na oferta de empregos em janeiro desse ano comparado com
janeiro de 2012. A crise econômica mundial bateu as portas no Brasil o ano
passado com o desacelera mento da produção industrial e a redução do PIB para
menos de 2%. Mesmo o aquecimento das vendas no Natal não resistiu à entrada do
ano novo. Soma-se a isso o aumento da inflação, que oficialmente já passa de
5%, obrigando o governo federal a aumentar a taxa de juros. O resultado então é
baixo crescimento econômico com alta inflação, uma história muito conhecida da
recente história do Brasil.
O PSTU é considerado pela mídia
como um partido radical de esquerda, e de fato, é o maior partido de esquerda
do país e se diz trotskysta, mas é reformista. Por isso esse acordo com a GM de
São José tem um peso extraordinário pelo seu significado simbólico. O PSTU cada
vez mais se adapta à democracia burguesa e cada vez mais se assemelhando ao
Partido dos Trabalhadores de Lula/Dilma. Essa adaptação se concretiza em
abandonar os métodos de luta direta de resistência da classe operária, como a
greve por tempo indeterminado, e se volta para a pressão parlamentar, apelos
aos governos, marchas inúteis e até intervenção aos bispos.
Há que ter uma política verdadeira com relação
às demissões e as reduções de direitos dos metalúrgicos de São José. Os patrões
e o governo não recuarão com a pressão da opinião pública ou pelo caminho das
negociações, eles retrocederão com a luta dos trabalhadores, ou seja, com a
greve e a unidade operária, essa é a única maneira de colocar os trabalhadores
em boa posição de negociar. Todo o resto é traição.
- Não às demissões!
- Lutar contra as demissões!
- Não aos acordos para demitir!
- Por assembleias e plenárias com
delegados de base em todas as seções sindicais dos metalúrgicos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário