terça-feira, 28 de julho de 2015

RCIT RESPONDE AO LCC-COMITÊ DE LIGAÇÃO DOS COMUNISTAS






                       É hora que romper com um Método Errado

Carta aberta da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) aos membros do Comitê de Ligação dos Comunistas (LCC), julho de 2015. www.thecommunists.net

Nós lhes enviamos esta carta porque achamos que sua última polêmica reflete uma perigosa degeneração da LCC como sendo sectária no sentido marxista. (1) no sentido sectário nós não acusamos a LCC pelo seu tamanho menor. O que nós queremos caracterizar é sobre a sua degeneração política-teórica propagandista abstrata, uma inabilidade política em encontrar uma orientação nos atuais agudos eventos da luta de classes internacional e sua complacência com a inabilidade orgânica em recrutar a classe trabalhadora e jovens engajados na luta de classes.

Se fizermos um balanço dos últimos anos a LCC falhou nesse período todo em atrair trabalhadores militantes e jovens nas lutas de classe. A LCC falhou em ganhar ativistas tanto nos três países onde possui grupos quanto na construção de novos países. E, camaradas, nós não estamos vivendo “dias de cão” (como nos idos de 1990 após o colapso da URSS) mas um período em que testemunhamos a Revolução Árabe assim como numerosos movimentos de massa contra o poder das corporações e da falta de democracia.

Com relação a isso, a LCC nem mesmo conseguiu superar sua existência federalista como frouxa aliança sem um programa internacional e sem um centralismo democrático internacional.

Esta estagnação organizacional anda lado a lado com uma regressão política. Nós do CCRI (RCIT) estivemos em contato próximo de vocês a partir de 2011 quando ambos reconhecemos que vocês chegaram de forma independente de nós às mesmas conclusões que temos com relação ao surgimento de China e Rússia como potências imperialistas.  Da mesma forma, nós fortemente apreciamos o momento em que vocês tiveram a mesma posição que nós temos com a Revolução Revolução Árabe em 2011 assim como os levantamentos de agosto de 2011 na Bretanha. Por estas razões nós nos aproximamos de vocês naquela época e propusemos a abertura de um período de debates programáticos e colaboração com vistas a testar a possibilidade de uma base para uma fusão entre nossas organizações.

Muito lamentamos em reconhecer que as lideranças do LCC não somente rejeitaram nossa proposta, mas ainda mais, começaram a justificar o porquê não o fizeram. Como resultado, em vez de superar os erros do passado (ou seja, o federalismo em vez do centralismo democrático internacional, a ignorância nas questões democráticas, como demonstrou a CWG (Nova Zelândia) tanto na Rússia em agosto de 1991 quanto na guerra de liberação na Bósnia em 1992-1995), as lideranças do LCC tropeçaram em uma postura neo-bordegista de ultra-esquerda. (O bordegismo é uma tendência política fundada por Amadeu Bordiga, um revolucionário italiano que se orientou para a extrema-esquerda. Ele mesmo se caracterizou como “anti-democrático”, rejeitou a frente única e recusou-se a defender os direitos democráticos. O fascismo italiano lhe permitiu continuar seu discurso apolítico durante a ditadura.)
Embora nós discordemos das posições das lideranças do LCC com relação aos eventos na Iugoslávia e quanto ao golpe estalinista em 1991, nós achamos que os revolucionários sérios devem primeiro ter acordos com as mais importantes tarefas atuais e colocar em segundo plano questões históricas. Isto também foi a compreensão de Lenin e Trotsky quando juntaram suas forças no verão de 1917.

A errônea compreensão do método marxista foi demonstrada claramente pela falha do LCC em reconhecer o golpe militar do Egito em 03 de julho de 2013 como uma derrota contra-revolucionária. (3) pelo contrário, os líderes do LCC até mesmo viram o golpe como um “avanço da revolução”.  Seus líderes estavam tão cegos que até mesmo negaram a existência de uma derrota! Da mesma forma que os ultra-esquerdista estalinistas declararam após a conquista do poder por Hitler em 1933, a LCC fantasiou: “ Nós achamos que por esse fato vocês realmente acham que o golpe é uma derrota para a Revolução no Egito e por causa da importância do Egito no MENA(Oriente Médio e Norte de África), como um recuo na Revolução Árabe.  Eis onde nossa maior diferença se situa. Nós evitamos usar o termo “! Golpe” para descrever a tomada de poder pelo exército (...) nós vemos o aparente “golpe” como somente um aspecto do avanço da Revolução no Egito e no MENA (...) na prática dizendo que o movimento está em refluxo então a luta por uma ARC (Assembleia Revolucionária Constituinte) é a principal tarefa de hoje. O equilíbrio das forças de classe avança para revolução sobre a contra-revolução ou não? ” (4)

Os líderes do LCC repetiram o mesmo absurdo ultra-esquerdista no caso do golpe militar de estado na Tailândia em maio de 2014. (5)  . É humano cometer erros e enganos. Revolucionários são apenas humanos, mas é necessário aprender dos nossos erros e não mudar a realidade para que nossos erros se encaixem. Tal atitude é o único caminho que mantém a degeneração distante da organização. Nós tememos que a liderança do LCC não possui tal sério cuidado.

Em sua última polêmica contra o RCIT os líderes do LCC teorizaram sua ultra-esquerdista posição Bordegista num nível mais geral. Eles nos questionam retoricamente” O RCIT está dizendo que tais “pseudo-democráticas” concessões obrigariam os revolucionários a “defender a democracia burguesa” na república de Weimar contra os fascistas? ” E eles afirmam categoricamente: “Nós não daríamos apoio a um governo de trabalhadores contra o fascismo na Alemanha”.

Isto é simplesmente um distanciamento dos líderes do LCC dos princípios básicos do leninismo e trotskismo! Marx sempre teve a posição que teria que se defender a podre democracia burguesa assim como um governo de trabalhadores (incluindo um do tipo reformista) contra o fascismo. Por quê?  Porque a democracia burguesa- apesar do fato de que em essência ela representa, assim como o fascismo, a ditadura de classe capitalista- fornece melhores condições para a classe operária se organizar para lutar por um futuro socialista. Os líderes do LCC obviamente rejeitam esta posição. Isto demonstra o quão grande se tornou a distância entre eles e os marxistas.

O RCIT se coloca orgulhosamente na tradição de Lenin e Trotsky. Trotsky explicou bem aos ultra-esquerdista estalinistas para quem a democracia burguesa e o fascismo eram a mesma coisa:
“Não existe distinção de classe entre democracia e fascismo. Obviamente isto significa que tanto a democracia quanto o fascismo possuem um caráter burguês. Nós analisamos dessa maneira mesmo antes de janeiro de 1932. A classe dominante, no entanto, não habita em um vazio. Ela se posiciona em posições definidas com outras classes. Em uma sociedade capitalista desenvolvida, durante um regime democrático, a burguesia se inclina a buscar apoio primeiramente na classe trabalhadora, que é colocada em cheque pelos reformistas. Em sua forma mais acabada, este sistema encontra sua expressão na Bretanha tanto durante a administração do governo trabalhista quanto durante a administração dos conservadores. Em um regime fascista, pelo menos na sua primeira fase, o capital se inclina pela pequena-burguesia, que destrói as organizações do proletariado. Itália, por exemplo! Existe diferença de “conteúdo de classe” desses dois regimes? Se a questão for colocada somente com relação à classe dominante, então não há diferença. Se tomarmos em consideração a posição e a inter-relação de todas as classes, pelo ponto de vista do proletariado, então a diferença parece ser deveras enorme.

No decorrer de muitas décadas, os trabalhadores se construíram com a democracia burguesa, utilizando a democracia burguesa, e ao mesmo tempo lutando contra ela, tendo seus próprios redutos e bases da democracia proletária: os sindicatos, os partidos políticos, os clubes educacionais e de esportes, as cooperativas, etc.  O proletariado não pode alcançar o poder dentro dos limites da democracia burguesa, mas pode fazê-lo somente tomando o rumo da revolução:  isto foi provado através da teoria e da prática. E estes baluartes de democracia aos trabalhadores dentro do estado burguês são absolutamente essenciais para seguir a estrada revolucionária. A tarefa da Segunda Internacional consistiu na criação de tais baluartes apenas durante a época em que ela ainda estava cumprindo seu trabalho histórico progressivo.

O fascismo pela sua básica e única tarefa é destruir desde os alicerces todas as instituições da democracia proletária. Isto tem algum “sentido de classe “para o proletariado, ou não? Que se preocupem sobre este problema os grandes teóricos. Após haver caracterizado o regime como burguês- o que é indiscutível-  Werner Hirsch, igual a seus mestres, esqueceu um detalhe: o lugar do proletariado neste regime. Eles substituem o processo histórico por uma abstração sociológica estéril. Mas a luta de classes se desenvolve no terreno da história e não na estratosfera da sociologia. O ponto de partida da luta contra o fascismo não é a abstração do estado democrático, são as organizações vivas do proletariado, em que estão concentradas toda a suas experiências e que fazem a preparação para o futuro.

Discutindo a Guerra civil na Espanha onde o governo da Frente popular e os fascistas golpistas conspiradores lutavam entre si, Trotsky elaborou o seguinte em 1937:
“Antes de 1934 nos esforçamos várias vezes em explicar aos estalinistas que, inclusive durante a etapa imperialista, a democracia burguesa conserva suas vantagens sobre o fascismo, que sempre que um e outro se choquem violentamente é necessário apoiar a democracia contra o fascismo. No entanto, acrescentamos: podemos e devemos defender a democracia burguesa não com os métodos dela, mas com os métodos da luta de classes, ou seja, com métodos que preparam a derrubada da democracia burguesa por meio da ditadura do proletariado. Isto significa que, no processo de defesa da democracia burguesa, inclusive de armas nas mãos, o partido do proletariado não deve assumir nenhuma responsabilidade com a democracia burguesa, não deve entrar em seu governo, mas deve conservar plena liberdade crítica, liberdade de ação, em comparação com o partido da Frente Popular, preparando o passo além da democracia burguesa para a etapa seguinte” (7)
Camaradas do LCC, nós não acreditamos que vocês compartilham da rejeição da posição trotskista em defesa da democracia burguesa contra o fascismo por parte dos líderes da LCC! Nós chamamos a vocês a romper com tal perigosa posição, a qual somente vai desorientar os trabalhadores socialistas e a juventude!

Nós podemos imaginar os líderes do LCC acomodados na Nova Zelândia e na Costa Oeste estadunidense ignorando a pequena diferença entre a democracia burguesa e o fascismo. De fato, estes países há mais de 150 anos possuem democracia burguesa. Mas nossos camaradas no Brasil, Paquistão, Tunísia ou no Iêmen, assim como, como os socialistas que vivem em países com atuais ou recente experiência com ditaduras podem dizer a eles que existe uma muito importante diferença entre democracia burguesa e fascismo. Somente pessoas que não têm nenhuma conexão com a realidade da luta de classes podem ignorar essa diferença e recusar-se a defender a democracia burguesa contra o fascismo!

Imagine que os revolucionários do Chile tivessem compartilhado o ponto de vista dos líderes do LCC. Eles teriam se isolado das lutas das massas que tinham enormes ilusões na Frente Popular. E depois do golpe eles sentiriam na própria pele que existe uma enorme diferença entre um fraco governo burguês sob pressão das massas e uma forte ditadura militar, a qual estará apta a lançar esquadrões da morte. Ou camaradas do Zimbabwe, vocês realmente acreditam que não há diferença entre a Frente Popular de Mugabe e a explícita ditadura dos colonos brancos e do imperialismo?  Ou vocês acreditam que o papel da Frente Popular no Brasil não representa nenhuma conquista que foram feitas pela via das lutas das massas em comparação com os “anos de chumbo” (apelido dos anos mais violentos da ditadura militar).

Camaradas, esta última confusão dos líderes do LCC reflete o aprofundamento de sua existência como um setor sem nenhuma atividade entre as lutas das massas, fortalecendo a degeneração política do grupo.

Mas este rumo não é nem necessário nem inevitável. O RCIT já provou na prática nos últimos anos que o centralismo democrático internacional é altamente vantajoso para construir organizações. Isso nos ajudou a combinar um alto nível de propaganda marxista (pois como devem saber nós produzimos um jornal mensal internacional assim como livros teóricos) com atividades regulares na luta de classes.  A propaganda revolucionária e trabalho exemplares com as massas complementam-se e, como resultado o RCIT foi capaz de ganhar militantes tanto nos países onde já existia, assim como em novos países. Estamos bem cientes que somos ainda uma organização pequena e não vemos razão para auto-satisfação. Mas nós provamos que o centralismo democrático internacional, os avanços teóricos, as propagandas regulares e as ações de massas exemplares com os trabalhadores não são somente possíveis no atual período político, mas também uma alta vantagem pelo crescimento e pela construção de organizações pré-partidos revolucionários.

Camaradas do LCC, nossas portas estão abertas todos os trabalhadores honestos e revolucionários. Nós chamamos a vocês a romperem com os métodos apodrecidos de seus líderes e entrarem em sérias discussões com o RCIT no sentido de encontrar uma aproximação comum para construir uma organização bolchevique internacional.  Vamos encontrar juntos uma maneira de seguir adiante na luta de classes. Nós não temos uma margem muito grande de tempo pois as forças da reação estão se tornando mais fortes, a luta de classes está se intensificando e a necessidade de uma liderança revolucionária se torna urgentemente importante. Cada minuto que se passa sem o fortalecimento das forças revolucionária custará vidas agora e no futuro! A próxima crise do capitalismo está esperando por nós. Cada honesto trabalhador e revolucionário compreende isto, nós não desejamos construir um clube de discussão, mas uma organização revolucionária de combate internacional AGORA. Nós pedimos a vocês que tenham essa tarefa como séria, assim como nós o fazemos. Este é o único caminho saudável fora do pântano do federalismo na construção do partido internacional e do ultra-esquerdismo neo-bordegista no campo da política.

Saudações revolucionárias,

Secretariado Internacional do RCIT

Notas de rodapé:

(1) LCC resposta ao RCIT sobre Revolução permanente, democracia burguesa e social imperialismo, 13 junho 2015, http://redrave.blogspot.co.nz/2015/06/reply-to-rcit-on-permanent-revolution.html
(2) Veja as cartas do RCIT sobre esse assunto: Cartas de proposta ao Comitê de Ligaçao, 10/10/2011; por uma Organização Bolchevique Internacional! O tipo de conceito londrino por uma Federação Nacional de Grupos não é o caminho!! Letter to CWG(A/NZ), 28.7.2012.
(3) para as análises do RCIT, as táticas e a solidariedade prática veja:
RKOB: Egito: Centenas fazem passeata em Viena para protestar contra as penas de morte impostas ao ex-presidente Mursi e outros prisioneiros políticos. Informe (com fotos e vídeos) de uma passeata em Viena em solidariedade com a resistência no Egito, em 22 de maio de 2015.http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/austria-egypt-rally-22-5-2015/
RCIT: Egito: Ditadura militar sentencia à morte ex-presidente Morsi! Abaixo o general açougueiro al-Sisi! Por uma Assembleia Constitucional Revolucionaria! 17.5.2015, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-morsi-death-sentence/
RKOB: Egito: Abaixo a ditadura militar de al-Sisi! Informes (com fotos e vídeos) de uma manifestação em solidariedade com a resistência no Egito em 01.03.2015, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/report-egypt-demo-1-3-2015/

Nina Gunić: Ditadura Militar no Egito: Informes (com Photos & Vídeos) Manifestação de solidariedade em 25.1.2015 in Viena, 29.01.2015, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/report-egypt-demo-25-1-2015/
RCIT: General Sisi- O açougueiro do povo egípcio- Condena outras 683 pessoas à morte, 1.5.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-mass-death-sentences/
RKOB: Egito: Informes com vídeos e fotos de uma manifestação na Áustria contra a ditadura militar 20 de abril, 22.4.2014,

RCIT: Egito: Mobilização Internacional de solidariedade contra a máquina de repressão do General Sisi! 28.3.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/stop-repression-in-egypt/
RKOB: Áustria: Solidariedade com a resistência contra a ditadura militar no Egito! Informes (com fotos e vídeos) de uma passeata acontecida em 25 de janeiro para comemorar o terceiro aniversário da revolução no Egito, 26.1.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/solidarity-rally-for-egypt/
RCIT: Egito: Abaixo com a constituição pró-exército do General Sisi! Boicotar o Referendo! 12.1.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/boycott-egypt-referendum/
RCIT: Tarefas da revolução no Egito, 02 de julho, 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/tasks-of-egypt-revolution/
RCIT: Egito: Abaixo o Golpe de Estado Militar! Preparar a resistência das massas! 08 de julho de 2013,http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-down-with-military-coup-d-etat/
Yossi Schwartz: Egito: O apoio dos EUA ao golpe militar e a ignorância das Esquerdas no papel do imperialismo estadunidense no Golpe de Estado Militar e o fracasso da esquerda egípcia, 11 de julho, 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-us-support-for-military-coup/


Michael Pröbsting: O Golpe de Estado Militar no Egito: Avaliação e táticas. Uma resposta às críticas do WIVP e do LCC sobre o significado do Golpe Militar de Estado e o slogan da Assembleia Constituinte revolucionária, 17.7.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-meaning-of-coup-d-etat/
Yossi Schwartz: Egito: Mobilizar a Resistência contra o reacionário regime militar! Abaixo com o governo fantoche do exército! Nenhum apoio político à Mursi e à Irmandade Muçulmana! Por uma independente mobilização da classe trabalhadora com uma perspectiva revolucionária! 27.7.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-no-to-military-regime/
Michael Pröbsting: O Golpe Militar no Egito e o fracasso das esquerdas “Army Socialism”. Um balanço do golpe e outra resposta aos nossos críticos (LCC, WIVP, SF/LCFI), 8.8.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-and-left-army-socialism/
RCIT: Egito: Um chamado à solidariedade após os trabalhadores metalúrgicos serem presos pelo exército, 13 de agosto, 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-solidarity-with-steel-workers/
RCIT: Egito: Solidariedade Internacional contra a ofensiva do exército! 14 de agosto, 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-international-solidarity/
Nina Gunić: Áustria: Manifestação de solidariedade em Viena contra a ditadura militar no Egito. Abaixo al-Sisi! Longa Vida à solidariedade Internacional! Informes da manifestação em Viena contra a ditadura militar no Egito. 18 agosto, 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-solidarity-demo-in-austria/
Yossi Schwartz: Israel r o golpe no Egito.  A principal preocupação com relação ao Egito é a possível queda do regime militar ou a guerra civil, 21 de agosto de 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/israel-and-egypt-coup/
Nina Gunić: Passeata de solidariedade em Áustria – Trabalhadores e Oprimidos, Unir-se! Abaixo, abaixo, abaixo com o general Sisi! Liberdade, liberdade para o Egito! Informes de uma passeata na Áustria em solidariedade com a resistência no Egito, 25 de agosto de 2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/egypt-solidarity-rally-in-austria/
(4) Carta do LCC sobre o golpe militar no Egito, 23.7.2013, http://cwgusa.wordpress.com/2013/07/23/egypt-debate-lcc-respondsto-rcit/
(5) para analises e táticas do RCIT veja:
RCIT: Esmagar o desenvolvimento do golpe militar! Nenhuma confiança na liderança do Partido Pheu Tai! Mobilizar a classe trabalhadora e os pobres camponeses para derrotar os “camisas amarelas”, o comando do exército e a monarquia! 21.5.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/thailand-coup/
Michael Pröbsting: Tailândia: Como devem os Socialistas Lutarem contra o golpe militar? Uma crítica à declaração “Opor-se ao regime! ” Por parte de várias organizações de esquerda, 27.5.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/thailand-coup-critique/
Michael Pröbsting: Tailândia: Devem os Socialistas Defender o Governo Contra o Golpe Militar? Resposta à polemica Neo-Bordegista por parte do “Comitê de Ligação dos Comunistas”, 24.5.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/thailand-coup-reply/
Tailândia: Defender contra a crescente ameaça de Golpe de Estado! Mobilizar a classe trabalhadora e os camponeses pobres como uma força independente contra os “camisas amarelas”, o comando do exército e a monarquia! 4.12.2013, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/thailand-looming-coup-d-%C3%A9tat/
Michael Pröbsting: A vergonhosa atitude de apoio aos patrões do “Camisas Amarelas” por parte do CWI 15.1.2014, http://www.thecommunists.net/worldwide/asia/cwi-on-thailand/
(6) Leon Trotsky: What Next? Vital Questions for the German Proletariat (January 1932), Leon Trostky: E agora? Questões vitais para o proletariado alemão http://marxists.org/archive/trotsky/germany/1932-ger/index.htm (Nossa ênfase)
(7) Leon Trotsky: Is Victory Possible in Spain? É possivel uma Vitória Na Espanha? (1937), in: Leon Trotsky: The Spanish Revolution (1931-39), Pathfinder Press, New York 1973, p. 257 (Our emphasis)



terça-feira, 21 de julho de 2015

REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO NO MUNDO ÁRABE: UM CRUCIAL TESTE PARA OS REVOLUCIONÁRIOS-parte 01


REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO NO MUNDO ÁRABE: UM CRUCIAL TESTE PARA OS REVOLUCIONÁRIOS

Resolução do Comitê Executivo Internacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI (em inglês-RCIT), 31 de maio de 2015, www.thecommunists.net

1.    O processo da Revolução Árabe- marcado por lutas heroicas das massas, em vitórias parciais, assim como derrotas contrarrevolucionárias- é o mais importante evento de luta de classes desde o início do novo período histórico da decadência capitalista em 2008. Têm sido um teste crucial para revolucionários em todo o mundo. Nós confirmamos as conclusões e análises programáticas do RCIT para a Revolução Árabe assim como foram elaborados em nossos vários documentos nos últimos anos. Compreender essas lições assim como adotar o programa correto para o próximo período é crucial para os revolucionários no sentido de encontrar o caminho para os futuros turbulentas eventos de lutas de classe.

UMA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA INCOMPLETA EM PERIGO DEVIDO À CONTRA-REVOLUÇÃO APOIADA PELO IMPERIALISMO.

2.    Há aproximadamente quatro anos e meio, a Revolução Árabe se iniciou na Tunísia e rapidamente se espalhou pelo Egito, Líbia, Bahrein, Síria e Iêmen. Suas causas fundamentais foram uma combinação de:
i.    A fúria das massas populares após décadas de empobrecimento.
ii.    O sofrimento decorrente da tirania de corruptas ditaduras, as quais eram todas lacaias servis do imperialismo.
iii.    A derrota dos Estados Unidos como potência imperialista hegemônica (Afeganistão, Iraque) assim como a derrota de Israel, o estreito aliado ocidental e pequeno estado imperialista da região (Guerras do Líbano e Gaza) – consequentemente as massas árabes foram encorajadas pelo visível enfraquecimento das potências imperialistas ocidentais no papel de tradicionais apoiadores dos ditadores árabes.
iv.    Finalmente incentivando a luta de libertação pelas convulsões fundamentais do mundo imperialista desde o começo do novo período histórico revolucionário em 2008.

3.    Ao mesmo tempo em que os trabalhadores e os pobres obtiveram sucessos em alguns países- pelo menos temporariamente- em derrubar velhas ditaduras e conseguindo certos direitos democráticos, em nenhum lugar tiveram sucesso em completar a revolução democrática, muito menos acabar com a pobreza e a super-exploração pelos monopólios imperialistas e as grades potências. Isto somente seria possível ao fazer a revolução permanente, assim como Leon Trotsky – líder da Revolução de Outubro (Rússia, 1917) junto com V.I.Lenin- já explicada quase um século atrás. Tal revolução permanente comporta o caráter de uma revolução social vitoriosa.- combinando a luta por direitos democráticos com a expropriação dos monopólios imperialistas e da burguesia interna e a destruição do aparato do velho estado capitalista. Desta forma, abrindo o caminho para a criação de repúblicas de trabalhadores e camponeses e a formação de federação socialista do Magreb e Mashreq (ambos respectivamente constituem o mundo árabe entre o Norte de África e Oriente Médio).


4.    Em vez disso, os levantamentos populares espontâneos da revolução árabe foram logo sequestrados por vários tipos de lideranças burguesas e pequeno-burguesas. Alguns fomentaram a ilusão que as lutas das massas podem ser vitoriosas por meio de mobilizações pacíficas e através se organizando através de redes sociais. Outros propagaram pela orientação à democracia parlamentar e o ao liberalismo. Outra tendência foi a orientação para uma combinação de democracia burguesa e agenda religiosa (al-Ikhwan-Irmandade Muçulmana e Ennahda-Partido do Renascimento-Tunisia). O que essas orientações tinham em comum era:
i.    A recusa em esmagar o velho aparato estatal- costumeiramente dominado pela burocracia das forças de repressão e intimamente alinhadas com os grandes capitalistas internos, assim como alinhadas com as potências imperialistas.
ii.    A aceitação da propriedade de setores chaves da economia por corporações privadas.


5.    A predominância de setores burgueses e pequeno-burgueses sobre os movimentos democráticos populares asseguraram que eles falhariam de seguir adiante no processo revolucionário. Como resultado, os avanços iniciais revolucionários dos trabalhadores e dos pobres- levando à derrubada de Bem Ali, Mubarak, Kadaffi e Saleh em 2011- foram em vão. Em muitos casos eles foram contidos por novos regimes burgueses. Estes regimes, ao mesmo tempo em que foram forçados a permitir mais direitos democráticos – refletindo a força da luta do povo – prepararam novos ataques contra os trabalhadores e os pobres em nome do imperialismo (Líbia depois de Kadaffi, Morsi no Egito, Ennahda na Tunísia, al-Hadi no Iêmen). No Bahrein o levante popular foi esmagado pelo reino saudita em nome do imperialismo em março de 2011.