sábado, 24 de agosto de 2019

BRASIL: SALVAR A AMAZONIA!



Fora o criminoso governo Bolsonaro! Não à qualquer intervenção estrangeira na região!
Declaração da Corrente Comunista revolucionária-CCR ( Seção Brasileira da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 24 de agosto de 2019

Desde que tomou posse em janeiro desse ano, o presidente Bolsonaro vem criticando os fiscais funcionários do governo que são responsáveis pela proteção do meio ambiente, principalmente na Amazônia. Uma de suas primeiras medidas foi decretar o  enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, além de  perdoar dívidas de latifundiários criadores de gado e plantadores de soja e ao mesmo tempo incentivar esses setores a praticar  crimes ambientais. O ministro responsável em cuidar do meio ambiente, Ricardo Salles, contra todas as evidências científicas, segue a linha do seu chefe presidente Bolsonaro e do presidente dos EUA Donald Trump, ou seja, para ele não existe um processo de aquecimento global. Somente um ingênuo poderia acreditar  que ocorresse qualquer política verdadeira  de proteção ao meio ambiente com esse tipo de gente a governar o país.

Vamos aos fatos. No último dia 19 de agosto, a população da cidade de São Paulo e cidades vizinhas,  região urbana mais populosa do país e da América do Sul com mais de 20 milhões de habitantes, testemunhou em plena 3 horas da tarde o dia se transformar em noite sem qualquer explicação imediata,  causando susto e apreensão. Uma espessa nuvem negra se abateu sobre a região e,  há relatos de que em algumas localidades, uma chuva escura chegou a cair.

Horas depois o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) confirmou que a fumaça tinha origem nas queimadas em diversos pontos ao norte do país, mais especificamente a floresta Amazônica,  na tríplice fronteira do Brasil com a  Bolívia, Paraguai.  Dizem os especialistas que a escuridão em São Paulo foi causada pelas queimadas ao norte em conjunto com uma frente fria do sul do país.

Não há como negar de quem é a responsabilidade. Desde a campanha eleitoral em 2018, Bolsonaro prometia acabar com qualquer tipo de proteção ao meio ambiente, acabar com reservas a proteção às indígenas e quilombolas e incentivar o garimpo ilegal de ouro e o desmatamento em favor dos seus eleitores do agronegócio, portanto, não deveria ser surpresa para ninguém.

O discurso cretino e cínico de Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018  em se proclamar nacionalista,  patriótico e contra a corrupção  não se sustenta com a realidade.  As reformas econômicas estão destruindo os direitos da classe trabalhadora e as  grandes privatizações já feitas e ainda que estão sendo planejadas  colocam as nossas riquezas diretamente nas mãos de empresas estrangeiras, principalmente  de países imperialistas como EUA, Europa e China. Ao mesmo tempo ele seus família estão totalmente enrolados com suspeitas de fortes ligações com as milícias do Estado do Rio de Janeiro. Essas milícias disputam com o crime organizado o controle do tráfico de drogas nas favelas, e são tidas como as principais suspeitas pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, um caso de repercussão internacional.  

O estilo Bolsonaro de governar é bruto, patético, rude. Defende a tortura praticada pelo antigo regime militar com uma tranquilidade como se fosse a coisa mais normal do mundo. Seu discurso contra a minorias ( indígenas, negros, LGBTs) é conhecido mundialmente. Seu ódio ao meio ambiente e a defesa do desmatamento era parte do discurso na campanha eleitoral. Tudo isso sob a complacência de uma imprensa burguesa e monopolista, do judiciário, da Suprema Corte, todos comprometidos com o objetivo principal de impedir a vitória eleitoral do Partido dos Trabalhadores-PT a qualquer custo. Tudo isso com a cumplicidade  e apoio das elites econômicas, da classe média majoritariamente branca, racista, de mentalidade historicamente escravocrata e infelizmente de um setor da classe operária comandada por pastores cristãos fundamentalistas profundamente conservadores.  Hoje é realidade no país um fenômeno em algumas periferias urbanas: o pobre de direita, ou seja, um certo setor da classe operária que defende uma agenda econômica contra ele mesmo.

Há que sempre lembrar que Bolsonaro somente se elegeu mediante uma gigantesca fraude eleitoral, principalmente pelo golpe de estado em 2016 e pela prisão política do ex-presidente Lula da Silva. Logo após a posse, Bolsonaro, entre outras barbaridades coloca o Brasil com uma política externa de total  submissão ao governo americano de Donald Trump. 


Em resumo, a política desse  governo está ligada ao seu projeto de entrega do patrimônio nacional para o capital estrangeiro. No caso  da Amazônia Bolsonaro já havia tentado entregar, sem sucesso, a estratégica Base de Alcântara  à Donald Trump 1.  A Base de Alcântara tem a mesma importância, ainda não explorada, que  Centro Espacial de Kourou (Guiana Space Centre) da Guyana francesa.

Diante da tragédia dos incêndios na floresta Amazônica, o presidente francês, Emmanuel Macron,  está  praticamente a chamar  a União Europeia e o G-7 a “tomar previdências” imediatas para conter a devastação. Macron chegou ao ponto de dizer que “a nossa casa está queimando”. Ao mesmo tempo a imprensa alemã está convocando  a um forte boicote aos produtos brasileiros. Até o fechamento desse artigo Angela Merkel, da Alemanha, Justin Trudeau, do Canadá, e até o ultra-conservador Boris Johnson, do Reino Unido, já se manifestaram condenando o aumento espantoso de incêndios na Floresta Amazônica. O governo da Finlândia, que detém a Presidência rotativa da União Europeia quer que o bloco avalie a possibilidade de banir a carne bovina do Brasil devido à devastação causada pelas queimadas na Amazônia. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar profundamente preocupado com os incêndios florestais na floresta amazônica. Ele reforçou que “não podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade.”

Nós, da Corrente Comunista Revolucionária-CCR, rejeitamos firmemente qualquer intervenção imperialista para supostamente  salvar a Amazônia ou qualquer boicote econômico patrocinado por países imperialistas. No entanto, somos a favor de ações do movimento internacional de trabalhadores em apoio à luta dos trabalhadores e das massas pobres brasileiras para deter o criminoso governo Bolsonaro. 

Nossa tarefa é denunciar esse governo chamar a população, os movimentos sociais, os partidos progressistas a  tomar as ruas e defender a floresta contra esse governo de extrema-direita, traidor, entreguista. É necessário chamar por uma greve geral por tempo indeterminado, cancelar as eleições fraudulentas que elegeram Bolsonaro,  cancelar todas as mediadas econômicas neoliberais, como por exemplo a reforma da previdência, libertar todos os presos políticos, incluído o ex-presidente Lula da Silva, e chamar por uma assembleia nacional constituinte revolucionária. Temos que chamar pelo fora o governo de Bolsonaro e do seu vice general Mourão e ao mesmo tempo não ter nenhuma confiança  em qualquer alianças com a  direita tradicional que praticou o golpe de estado de 2016 que pavimentou o caminho para a extrema-direita na pessoa de Jair Bolsonaro. 

* Assembleia nacional constituinte Revolucionária!

* Liberdade para todos os presos Políticos!

* Liberdade para Lula !

* Construir a greve geral política para derrubar esses governos!

* Convocar as assembleias populares nos sindicatos, nos locais de trabalho e bairros!