domingo, 19 de junho de 2016

França: Abaixo a lei El Khomri!

França: Abaixo a lei El Khomri!
Por uma greve geral por tempo indeterminado contra o Governo Hollande! Criar comitês de ação e Unidades de auto-defesa dos trabalhadores e oprimidos!
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI (em inglês-RCIT), 2016/06/02, www.thecommunists.net

A Corrente Comunista Revolucionária Internacional- (CCRI); em francês: Courant Comuniste Revoluionnaire Internationale) está em solidariedade incondicional com os trabalhadores e os jovens da França que lutam contra a lei El Khomri. Esta nova lei, se aprovada, permitirá trabalhar 12 horas por dia e, em "circunstâncias excepcionais" os funcionários poderão trabalhar até 60 horas por semana. Além disso direitos direito a férias anuais, as licenças remuneradas e outros direitos trabalhistas também estão em perigo.

A lei trabalhista de El Khomri é com razão chamada pelos trabalhadores de "lei dos patrões". É um ataque profundo sobre os direitos dos trabalhadores. Não vai criar mais empregos, mas vai enfraquecer a posição de quem tem um emprego portanto, em consequência, piorar automaticamente a posição dos companheiros desempregados. E isso em um país onde o desemprego já é de 10%!

Os trabalhadores e jovens têm demonstrado a sua determinação em lutar contra esta lei com vários dias nacionais de mobilização com mais de um milhão de participantes em mais de 170 cidades, greves por tempo indeterminado, bloqueios de refinarias de petróleo, ocupação de escolas, das administrações e praças públicas, manifestações militantes, etc. os sindicatos, em primeiro lugar a CGT, estão na vanguarda da luta em conjunto com os migrantes e as organizações de juventude.

O que testemunhamos ultimamente é a maior expressão da luta de classes na França desde a greve geral de seis semanas de duração no Outono de 1995. Então, trabalhadores bloqueiam o transporte e empresas estratégicas, os alunos ocupam suas escolas, até que são expulsos à força pela polícia, e os imigrantes indocumentados exigem regularização de seu status de trabalho ocupando com sucesso a Directorate General of Labor em Paris, etc.

A lei trabalhista de El Khomri revela mais uma vez o caráter profundamente antissocial do governo socialdemocrata reacionário de Hollande. Este governo tem feito de tudo para expor-se como o arqui-inimigo dos trabalhadores, dos jovens e dos imigrantes da França: a partir da ocupação do Mali e da República Centro Africana, o bombardeamento da Síria, as leis anti-muçulmanas, ao profundamente antidemocrático "estado de emergência" e agora a lei dos patrões.

Não é de surpreender que aFrente Nacional racista e reacionária esteja se tornando mais forte a cada momento. A capitulação descarada da ala esquerda dos sociais-democratas, assim como dos reformistas da Frente de Esquerda, aos seus arqui-inimigos, demonstrado em seu apoio ao estado de emergência de Hollande e as guerras imperialistas, deram legitimidade à ideologia racista e autoritária da Frente Nacional e dessa forma inevitavelmente fortalecendo-a.

O movimento de massas contra a lei El Khomri, as greves militantes, os bloqueios e ocupações mostram a vontade das massas em lutar por uma outra Europa - uma Europa que não é pela austeridade e o racismo interno, arames farpados ou as bombas da OTAN no exterior. O que nós precisamos é de uma Europa dos trabalhadores e dos oprimidos, os Estados Unidos Socialistas da Europa. Mas tal Europa só pode ser alcançada através da resistência contra o imperialismo da União Europeia, sem retroceder ao nacionalismo, como defendem muitos reformistas de esquerda e estalinistas.

Além disso, este movimento na França também é um golpe contra a ofensiva contrarrevolucionária dos imperialistas que tem caracterizado a França e todo o continente desde o Outono de 2015. Desde então, a classe dominante tem utilizado o reacionário ataque a Paris para criar um "estado de regime de emergência", para reprimir usando uma onda de racismo islamofóbico contra os migrantes e refugiados, para suprimir os direitos democráticos e intensificar suas guerras coloniais no Oriente Médio e Norte da África.

A luta de massas na França atual tem o potencial de mudar a situação na Europa, fundamentalmente - sob a condição de que os trabalhadores e oprimidos em outros países europeus não deixem nossos companheiros sozinhos em França. Temos que entender a importância desta luta, especialmente porque os racistas de extrema-direita só podem ser barrados se mostrarmos para as massas populares uma alternativa real da classe trabalhadora. Apelamos aos sindicatos em outros países europeus que aproveitem a ofensiva dos trabalhadores na França e organizem ações de solidariedade que devam ser combinadas com a luta contra a austeridade e pelos direitos dos trabalhadores e imigrantes. Este é o caminho a seguir!

O que é necessário é uma nova estratégia que una todos os povos oprimidos na França, sob a liderança do partido operário revolucionário para lutar não apenas contra as consequências do capitalismo – mas contra o próprio sistema. Os revolucionários da França devem tentar unificar as diferentes lutas dos trabalhadores, dos alunos de escolas e das universidades, dos muçulmanos e dos migrantes em geral. De fato, já vimos algumas ações conjuntas importantes feitas instintivamente pelos próprios trabalhadores e oprimidos!

Também é importante que os trabalhadores, os jovens e os imigrantes usem esse movimento para realizar reuniões de massa nas fábricas, nas escolas, nos bairros, nas empresas, nos portos e nas refinarias. Estas reuniões devem criar comités de ação e eleger representantes que possam organizar o movimento democrático em todo o país. Tais reuniões de massa também devem criar comissões para a auto-defesa que assumam o lugar da polícia - verdadeiros cães de guarda racistas dos ricos - e defender o movimento contra estes ataques brutais.

* Abaixo a lei El Khomri!

* Por uma greve geral por tempo indeterminado até que o governo retroceda!

* Criar comitês de ação dos grevistas nas escolas, fábricas e empresas. Por uma assembleia nacional dos delegados dos comitês que devam decidir como seguir a luta!

* Construir unidades autodefesa dos trabalhadores, dos jovens e dos migrantes para defender o movimento contra a violência policial!Por um movimento de base nos sindicatos contra a burocracia!

* Abaixo com o regime de estado de emergência! Abaixo com a constituição bonapartista da Quinta república!

* Por um plano público para acabar com o desemprego e para desenvolver o país no interesse dos trabalhadores e dos pobres. Tal programa deve estar sob o controle dos sindicatos e que devem ser financiados pelos ricos!

* Por um governo dos trabalhadores baseado em assembleias de massa dos trabalhadores, imigrantes e jovens. Só esse tipo governo vai servir a nossa classe e não aos ricos!

* Construir um partido operário realmente revolucionário para combater o racismo e o capitalismo!

* Por uma nova, revolucionária Quinta Internacional!

Secretariado Internacional do CCRI


Para as nossas análises da luta de classes na Europa nós sugerimos aos leitores, entre outros, os seguintes documentos do CCRI:
* Crescente instabilidade e militarização da União Europeia. Sobre as tarefas dos revolucionários na nova fase política que se abriu na Europa após o ataque terrorista em Paris, 2015/12/08,http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/militarism-in-eu/
* Grã-Bretanha: greve geral para derrubar o governo Cameron! Por um governo operário! Para uma Assembléia Constituinte! Lutar contra o Parlamento corrupto, que está intimamente ligado com o grande negócio! Construir Assembléias dos Povos e comitês de ação para organizar a luta por todo o país! 2016/04/14,http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/bring-down-cameron/
* Crise e luta de classes na Irlanda depois da eleição geral, 2016/03/22, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/elections-ireland/
* Eleições gregas resultam em vitória para o Reformista SYRIZA. A tarefa central agora é se preparar para as próximas batalhas e forjar um novo partido dos trabalhadores com um programa revolucionário! 2015/09/22, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/syriza-victory/
* Abrir as portas da Europa para os Refugiados! Viva a Solidariedade Internacional dos Trabalhadores e pobres! Abaixo o Imperialismo fortaleza da UE! Avançar a Revolução Árabe para construir Trabalhadores e Camponeses Repúblicas! 2015/09/15, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/refugees-are-welcome/
* Perspectivas para o Luta de Classes na perspectiva do aprofundamento da crise na imperialista mundial Economia e Política. Teses sobre recentes desenvolvimentos importantes na situação mundial e perspectivas adiante (Janeiro de 2015), http://www.thecommunists.net/theory/world-situation-january-2015/
* O terror do Estado Islâmico-Daesh é o resultado do terror imperialista! Somos contra qualquer Estado de Emergência e repressão contra os povos muçulmanos na Europa!http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/terror-bruxelas/
* O Ataque Terrorista em Paris é o resultado do terror imperialista no Oriente Médio! http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/terror-em-paris/

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Enquanto a corrupção assombra o Temer, caem as máscaras dos movimentos pró-impeachment/ As Corruption Engulfs Brazil’s “Interim” President, Mask Has Fallen Off Protest Movement



 Reproduzimos abaixo o website www.theintercept.com / English version bellow

Fica claro que o movimentos golpista nunca foi contra a corrupção, mas a derrubada de um governo que já não servia mais aos interesses internacionais e da burguesia nacional.

Enquanto a corrupção assombra o Temer, caem as máscaras dos movimentos pró-impeachment

O IMPEACHMENT DA PRESIDENTE do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestos foram secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas. Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT.

É esse o motivo pelo qual uma foto – de uma família rica e branca num protesto anti-Dilma seguida por sua babá de fim de semana negra, vestida com o uniforme branco que muitos ricos  no Brasil fazem seus empregados usarem – se tornou viral: porque ela captura o que foram estes protestos. E enquanto esses manifestantes corretamente denunciavam os escândalos de corrupção no interior do PT – e há muitos deles – ignoravam amplamente os políticos de direita que se afogavam em escândalos muitos piores que as acusações contra Dilma.
 

Claramente, essas marchas não eram contra a corrupção, mas contra a democracia: conduzidas por pessoas cujas visões políticas são minoritárias e cujos políticos preferidos perdem quando as eleições determinam quem comanda o Brasil. E, como pretendido, o novo governo tenta agora impor uma agenda de austeridade e privatização que jamais seria ratificado se a população tivesse sua voz ouvida (a própria Dilma impôs medidas de austeridade depois de sua reeleição em 2014, após ter concorrido contra eles).

Depois das enormes notícias de ontem sobre o Brasil, as evidências de que estes protestos foram uma farsa são agora irrefutáveis. Um executivo do petróleo e ex-senador do partido conservador de oposição, o PSDB, Sérgio Machado, declarou em seu acordo de delação premiada que Michel Temer – presidente interino do Brasil que conspirou para remover Dilma – exigiu R$1,5 milhões em propinas para a campanha do candidato de seu partido à prefeitura de São Paulo (Temer nega a informação). Isso vem se somar a vários outros escândalos de corrupção nos quais Temer está envolvido, bem como sua inelegibilidade se candidatar a qualquer cargo (incluindo o que por ora ocupa) por 8 anos, imposta pelo TRE por conta de violações da lei sobre os gastos de campanha.

E tudo isso independentemente de como dois dos novos ministros de Temer foram forçados a renunciar depois que gravações revelaram que eles estavam conspirando para barrar a investigação na qual eram alvos, incluindo o que era seu ministro anticorrupção e outro – Romero Jucá, um de seus aliados mais próximos em Brasília – que agora foi acusado por Machado de receber milhões em subornos. Em suma, a pessoa cujas elites brasileiras – em nome da “anticorrupção” – instalaram para substituir a presidente democraticamente eleita está sufocando entre diversos e esmagadores escândalos de corrupção.

Mas os efeitos da notícia bombástica de ontem foram muito além de Temer, envolvendo inúmeros outros políticos que estiveram liderando a luta pelo impeachment contra Dilma. Talvez o mais significante seja Aécio Neves, o candidato de centro-direita do PSDB derrotado por Dilma em 2014 e quem, como Senador, é um dos líderes entre os defensores do impeachment. Machado alegou que Aécio – que também já havia estado envolvido em escândalos de corrupção – recebeu e controlou R$ 1 milhão em doações ilegais de campanha. Descrever Aécio como figura central para a visão política dos manifestantes é subestimar sua importância. Por cerca de um ano, eles popularizaram a frase “Não é minha culpa: eu votei no Aécio”; chegaram a fazer camisetas e adesivos que orgulhosamente proclamavam isso:


Evidências de corrupção generalizada entre a classe política brasileira – não só no PT mas muito além dele – continuam a surgir, agora envolvendo aqueles que antidemocraticamente tomaram o poder em nome do combate a ela. Mas desde o impeachment de Dilma, o movimento de protestos desapareceu. Por alguma razão, o pessoal do “Vem Pra Rua” não está mais nas ruas exigindo o impeachment de Temer, ou a remoção de Aécio, ou a prisão de Jucá. Porque será? Para onde eles foram?

Podemos procurar, em vão, em seu website e sua página no Facebook por qualquer denúncia, ou ainda organização de protestos, voltados para a profunda e generalizada corrupção do governo “interino” ou qualquer dos inúmeros políticos que não sejam da esquerda. Eles ainda estão promovendo o que esperam que seja uma marcha massiva no dia 31 de julho, mas que é focada no impeachment de Dilma, e não no de Temer ou de qualquer líder da oposição cuja profunda corrupção já tenha sido provada. Sua suposta indignação com a corrupção parece começar – e terminar – com a Dilma e o PT.

Neste sentido, esse movimento é de fato representativo do próprio impeachment: usou a corrupção como pretexto para os fins antidemocráticos que logrou atingir. Para além de outras questões, qualquer processo que resulte no empoderamento de alguém como Michel Temer, Romero Jucá e Aécio Neves tem muitos objetivos: a luta contra a corrupção nunca foi um deles.

* * * * *

No mês passado, o primeiro brasileiro ganhador do Prêmio Pulitzer, o fotojornalista Mauricio Lima, denunciou o impeachment como um “golpe” com a TV Globo em seu centro. Ontem à noite, como convidado no show de Chelsea Handler no Netflix, o ator popular Wagner Moura denunciou isso em termos similares, dizendo que a cobertura da mídia nacional foi “extremamente limitada” porque “pertence a cinco famílias”.

Atualização: Logo depois da publicação deste artigo, foi anunciado que o presidente interino Temer acaba de perder seu terceiro ministro para a corrupção menos de dois meses depois da tomada do poder: dessa vez, seu ministro do turismo Henrique Eduardo Alves, acusado na delação premiada de Machado de receber R$ 1,5 milhão em propinas de 2008 a 2014. Quando se toma o poder antidemocraticamente usando a “corrupção” como pretexto, em geral é uma má ideia encher sua equipe de criminosos (e ter o próprio novo presidente envolvido em múltiplos escândalos de corrupção).




As Corruption Engulfs Brazil’s “Interim” President, Mask Has Fallen Off Protest Movement  

 https://theintercept.com/2016/06/16/as-corruption-engulfs-brazils-interim-president-mask-has-fallen-off-protest-movement/



 MOMENTUM FOR THE impeachment of Brazil’s democratically elected president, Dilma Rousseff, was initially driven by large, flamboyant street protests of citizens demanding her removal. Although Brazil’s dominant media endlessly glorified (and incited) these green-and-yellow-clad protests as an organic citizen movement, evidence recently emerged that protests groups were covertly funded by opposition parties. Still, there is no doubt that millions of Brazilians participated in marches demanding Rousseff’s ouster, claiming they were motivated by anger over her and her party’s corruption.
But from the start, there were all sorts of reasons to doubt this storyline and to see that these protesters were (for the most part) not opposed to corruption, but simply devoted to removing from power the center-left party that won four straight national elections. As international media outlets reported, data showed that the protesters were not representative of Brazilian society but rather were disproportionately white and rich: In other words, the same people who have long hated and voted against PT. As The Guardian put it in its description of the largest Rio protest: “The crowd was predominantly white, middle class and predisposed to supporting the opposition.” To be sure, many former PT supporters turned against Dilma — with good reason — and PT itself has indeed been rife with corruption. But the protests were largely composed of the same factions who have long opposed PT.
That’s why a photo — of a wealthy, white family at an anti-Dilma protest trailed by their black weekend nanny decked in the all-white uniform many rich Brazilians make their domestic servants wear — went viral: because it captured what these protests were. And while these protests rightly denounced the corruption scandals inside PT — and there are many — they largely ignored the right-wing politicians drowning in far worse corruption scandals than Dilma.
Plainly, these were not anti-corruption marches but rather anti-democracy marches: conducted by people whose political views are a minority and whose preferred politicians lose when elections determine who leads Brazil. And, as intended, the new government is now attempting to impose an agenda of austerity and privatization that would never be ratified if the population had any say (Dilma herself imposed austerity measures after her 2014 re-election, after running on a campaign against them).
After yesterday’s huge news from Brazil, the evidence that these protests were a sham is now overwhelming. An oil executive and ex-senator from the conservative opposition party PSDB, Sérgio Machado, testified as part of his plea bargain that Michel Temer — Brazil’s “interim” president who conspired to get rid of Dilma — demanded 1.5 million reals in illegal kickbacks for the São Paulo mayoral campaign of his party’s candidate (Temer denies this). This comes on top of multiple other corruption scandals in which Temer is implicated, as well as a court-imposed eight-year ban on his running for any office (including the one he now occupies) due to violations of campaign spending laws.
And that’s all independent of how two of Temer’s new ministers were forced to resign after recordings revealed they were conspiring to kill the corruption investigation in which they are targets, including one who was Temer’s anti-corruption minister and another — Romero Jucá, one of Temer’s closest allies in Brasília — who now has been accused by Machado of receiving many millions in bribes. In sum, the person whom Brazilian elites — in the name of “anti-corruption” — installed to replace the democratically elected president is choking on multiple, overwhelming scandals of corruption.
But yesterday’s bombshell extended far beyond Temer, engulfing numerous other politicians who have been leading the impeachment charge against Dilma. Perhaps most significant is Aécio Neves, the center-right PSDB candidate whom Dilma defeated in 2014 and who, as a senator, is a leading advocate of her impeachment. Machado testified that Aécio — who also had been previously implicated in the corruption scandal — received and controlled 1 million reals in illegal campaign donations. To describe Aécio as central to the protesters’ worldview is an understatement. For over a year, they popularized the phrase “It’s not my fault: I voted for Aécio”; they even made T-shirts and bumper stickers proudly proclaiming this:
Evidence of pervasive corruption among Brazil’s political class — not only PT but far beyond it — continues to emerge, now engulfing those who undemocratically seized power in the name of combating it. But ever since the lower House vote on Dilma’s impeachment, the protest movement has disappeared. For some reason, the “Vem Pra Rua” (come to the streets) contingent is not out in the streets demanding Temer’s impeachment, or Aécio’s removal, or Jucá’s imprisonment. Why is that? Where have they gone?
One searches their website and Facebook pages in vain for any denunciation, let alone protest organizing, aimed at the deep, pervasive corruption of the “interim” government or any of the numerous politicians not on the left. They are still promoting what they hope will be a massive march on July 31, but that centers around Dilma’s impeachment, not Temer or any opposition leaders who have proven to be deeply corrupt. Their purported anger over corruption seems to begin — and end — with Dilma and PT.
In this regard, this protest movement is indeed representative of impeachment itself: It used corruption as the pretext for the anti-democratic end it sought to achieve. Whatever else is true, any process that results in the empowerment of people like Michel Temer, Romero Jucá, and Aécio Neves had many goals; anti-corruption was never one of them.
Last month, Brazil’s first Pulitzer Prize winner, the photojournalist Mauricio Lima, denounced impeachment as a “coup” with the Globo TV network at its center. Last night, as a guest on Chelsea Handler’s Netflix show, Wagner Moura, arguably Brazil’s most popular actor, denounced it in similar terms, saying that domestic media coverage has been “extremely limited” because the Brazilian media “is owned by five families.”
UPDATE: Shortly after this article was published, it was announced that “interim” President Temer just lost his third minister to corruption in less than two months since he seized power: this time, this Tourism Minister Henrique Eduardo Alves, accused in Machado’s plea statement of receiving R$ 1.5 million in kickbacks from 2008 to 2014. If you’re going to take power undemocratically and use “corruption” as the pretext, it’s generally a bad idea to fill your new cabinet with criminals (and, for that matter, for the new president himself to be implicated in multiple layers of corruption).

quarta-feira, 15 de junho de 2016

DECLARAÇAO CCRI (RCIT) ELEIÇOES NA ESPANHA

Trabalhadores, imigrantes e jovens: não confiem no programa reformista de esquerda das lideranças dos IU/Podemos! Organizar e mobilizar-se para uma luta nas ruas, nos locais de trabalho e em instituições de ensino!
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 08.06.2016, www.thecommunists.net 


1.             Novas eleições terão lugar na Espanha em 26 de junho, no contexto de uma profunda crise econômica e social. Depois de anos de recessão e estagnação, 21% da população e 45% (!) da juventude estão sem empregos, de acordo com números oficiais. Ao mesmo tempo, a dívida do estado burguês é enorme por causa de seus programas dispendiosos de socorro aos capitalistas dos bancos e corporações. De acordo com a OCDE, a dívida bruta do governo geral está em 117,4% do PIB do país.

2.             Como em outros países europeus, a burocracia reformista falhou terrivelmente com os trabalhadores e a juventude. O partido social-democrata-PSOE e as lideranças das duas federações sindicais principal, UGT e CCOO, concordaram em 2011 em um denominado "pacto social" – mais apropriadamente chamado de um "pacto antissocial" – que incluía o crescimento da idade oficial de aposentadoria de 65 para 67 anos.

3.             À luz desta traição da burocracia reformista, a resistência da classe trabalhadora e setores médios inferiores – em especial os jovens – manifestaram-se em vários movimentos de massa. Em 2011, o Estado espanhol testemunhou um tremendo movimento democrático ("Indignados"), envolvendo milhões de pessoas e nos anos subsequentes, foram organizados uma série de protestos contra os duros programas de austeridade do governo conservador do PP e aumento do desemprego. Entre eles aconteceu a greve dos mineiros das Astúrias de 2012 e a luta das comissões dos inquilinos contra os despejos forçados de suas casas.

4.             Um novo partido, “Podemos”, foi fundado em 2014 como uma expressão política destes protestos em massa. O partido organizou uma manifestação em massa em janeiro de 2015 pela a democracia e contra a austeridade e o neoliberalismo, no qual participaram mais de 100.000 pessoas. Apesar de sua relativa novidade, o Podemos já se tornou o segundo maior partido político no estado espanhol, em termos de adesão, com quase 400.000 membros. Ele concentra seus protestos contra o programa de austeridade do governo, contra a monarquia e o sistema político corrupto e defende o direito de autodeterminação nacional para o país basco, Catalunha, etc.

5.             O Podemos é um partido populista progressista, pequeno-burguês com uma liderança chefiada por Pablo Iglesias e fortemente orientado para um programa e organização do modelo Chavista. Sua base social é dominada pela juventude da baixa classe média empobrecida. No entanto, existe também um número significativo de trabalhadores entre seus defensores, como é atestado por um número de círculos (ramos locais do partido) nos distritos da classe trabalhadora nas grandes cidades. Cerca de 35% dos adeptos do movimento Podemos são tanto os desempregados como aqueles que tem apenas um contrato de prazo fixo. Além disso, o Podemos mantém relações estreitas com diversas organizações de base dos trabalhadores e a classe média baixa, tais comissões de enfermeiras e vítimas de despejos de apartamentos ou casas devido à crise das dívidas imobiliárias.

6.             Na última eleição em dezembro de 2015, o Podemos se tornou o terceiro maior partido no Parlamento, amealhando 20,7% dos votos, só por pouco chegando atrás do PSOE (22%). Nestas eleições, o ex-estalinista Izquierda Unida (IU) recebeu 3,7% dos votos. Em suma, o Podemos é outro exemplo importante ilustrando como, apesar da falta de autêntica liderança revolucionária, no contexto da crise histórica do capitalismo, a ligação dos partidos reformistas tradicionais e a radicalização de setores da classe trabalhadora e da juventude pode, a curto prazo, pelo menos, encontrar com êxito expressão em organizações não-revolucionárias.

7.             Não deve haver nenhuma dúvida que o Podemos, como um partido populista pequeno-burguês progressista populista, é uma formação instável, transitória. Seu caráter pequeno-burguês e a falta de ligações institucionalizadas com as organizações de massa estabelecidas tornam improvável que o caráter do movimento Podemos permanecerá é atualmente é a qualquer tempo significativo. Pelo contrário, é muito mais provável que o partido vai também mudar para a direita e, assim, perder muitos de seus membros ativos ou passará por uma divisão com um setor movendo-se mais para a esquerda. Uma divisão não está de nenhuma maneira fora de questão, dada as divisões que já existem entre a maioria atual em torno de Pablo Iglesias e algumas minorias dentro do partido, dois dos principais, sendo que atualmente é liderada pelos Mandelistas “Anticapitalistas" Teresa Rodríguez e Miguel Urbán e a outra que formaram em torno do intelectual pós-marxista e anti-globalização Íñigo Errejón.

8.             Há algumas semanas, o Podemos e Izquierda Unida concordaram em formar uma lista conjunta – chamada Unidos Podemos – para as próximas eleições de junho. De acordo com as pesquisas mais recentes antes da eleição, esta lista conjunta será o segundo partido mais forte – atrás do PP conservador e à frente do PSOE. A lista foi emitida com uma plataforma comum de 50 pontos chamada "Mudando a Espanha50 passos para governar juntos." Este é um programa reformista de esquerda Keynesiano, com foco no aumento das despesas públicas a fim de criar empregos e reduzir a pobreza. Ele promete combater a evasão fiscal e aumentar os impostos para os ricos. Ele chama para um fim dos despejos, garantia do acesso à água e eletricidade e maior financiamento para a educação e saúde. Eles também manifestam o seu apoio a um referendo para a independência da Catalunha, assim como com as reformas constitucionais (que iriam lidar com questões como a monarquia e a filiação à OTAN.

9.             Sob tais condições, os revolucionários na Espanha devem aplicar a tática da Marxista Frente Única não só para as lutas econômicas, mas no campo eleitoral também. Devem chamar por um apoio eleitoral crítico para o Unidos Podemos com base em que se tornou a expressão política da radicalização política da classe trabalhadora, da juventude e da baixa classe média. Devem exigir das lideranças do movimento Nós Podemos e IU que se oponham fortemente a todas as medidas de austeridade antidemocráticas no Parlamento e que eles mobilizem para lutas em massa nas ruas e nos locais de trabalho para as demandas que eles apresentaram em seu programa.

10.          Ao mesmo tempo os revolucionários devem advertir contra ilusões nas respectivas lideranças dos movimentos Podemos e IU. Esses líderes vão abandonar suas promessas eleitorais como fizeram seus camaradas do SYRIZA na Grécia. É urgente ajudar trabalhadores militantes e jovens apoiando IU ePodemos para que eles vejam através da natureza reformista desses partidos. O objetivo estratégico e altamente urgente na Espanha, bem como todos os outros países, é fazer com que os trabalhadores e a juventude rompam com reformismo e pela construção de um partido revolucionário – tanto internamente como em nível mundial!

11.          O Corrente Comunista Revolucionária Internacional propõe aos lutadores da nossa classe no estado na Espanha a construir um partido revolucionário em torno de um Programa de Transição, focado nas questões atuais de luta de classes. Eles devem defender a formação de comitês de ação para organizar os trabalhadores e a juventude na luta, bem como pela formação de um movimento de tropas militante em sindicatos a fim de expulsar a burocracia. Tal programa transitório deve incluir, entre outras, as seguintes exigências:

* Parar a ofensiva de austeridade! Não às demissões! Nenhum corte nos benefícios sociais e nos benefícios de desemprego! Por um programa de obras públicas para abolir o desemprego que seja pago por um enorme aumento de impostos para os ricos!

* Cancelar todas as dívidas imobiliárias! Ocupar todos os imóveis vazios e opor-se a todos os despejos! Organizar comitês de ação locais para defender os inquilinos e proprietários ameaçados de acusação e de despejo!

* Nacionalizar, sem compensação, os bancos e corporações e sob controle dos trabalhadores! Expropriar os super-ricos!

* Nacionalizar todas as empresas privadas que demitam trabalhadores, não dar nenhuma compensação e colocá-los sob controle dos trabalhadores!

* Abolir a monarquia e todos os privilégios da nobreza decadente! O Estado espanhol deve sair da Aliança da imperialista OTAN! Acabar com possessões coloniais do estado no norte da África (Melilla e Ceuta) e entregar ao Marrocos!

* Pelo ao direito de autodeterminação nacional para todas as nacionalidades oprimidas e discriminadas no estado espanhol! Por uma República Socialista da Catalunha e do País Basco!

Por uma assembleia constituinte revolucionária!

* Lutar contra o nacionalismo e o militarismo! Abrir as fronteiras aos refugiados! Igualdade de direitos para os migrantes! Igualdade de salários e direitos de cidadania plena! Igualdade para os imigrantes e as línguas das minorias nacionais na educação e na administração pública! Defender os imigrantes muçulmanos contra o racismo islamofóbico!

* Por um governo operário com base em conselhos de ação e milícias populares armadas!

Pelos Estados Unidos socialistas da Europa!



Secretariado Internacional



Para uma compreensão mais extensa da caracterização do CCRI da Tática da Marxista Frente Única nas eleições no presente período, sugerimos aos leitores:

* CCRI-Teses sobre a Tática da Frente Única. Teses sobre os princípios da Tática da Frente Única e sua aplicação às condições atuais da luta de classes, 9 de abril 2016,http://www.thecommunists.net/theory/united-front-tactic/

* Michael Pröbsting: O marxismo e a Tática da Frente Única hoje. A luta pela hegemonia proletária no movimento de libertação e a Tática da Frente Única hoje. Sobre a aplicação da Tática da Frente Única marxista em países semicoloniais e imperialistas no atual período, maio de 2016,http://www.thecommunists.net/theory/book-united-front/

domingo, 12 de junho de 2016

BRAZIL: AFTER ROUSSEFF'S IMPEACHMENT, TEMER'S INTERIM GOVERNMENT DEEPENS ATTACKS ON BRAZILIAN WORKERS



Brazil: After Rousseff’s Impeachment, Temer’s Interim Government Deepens Attacks on Brazilian Workers
The coup was mainly against the workers and social movements
by Corrente Comunista Revolucionária- CCR


Last May 23, the Minister of Planning, Budget, and Management, Romério Jucá (PMDB [1]), one of the main leaders of the campaign to impeach President Dilma Roussef, was exonerated by the interim coupist president, Michel Temer. In a recording made by his colleague, Senator Sergio Machado (PMDB), Jucá admitted that the need to remove Dilma from office was in order to put an end to the “Operation Car Wash” (Operação Lava Jato) investigation. [2]  The crux of this conversation is what Jucá calls “a national pact” — involving all of Brazil’s most powerful institutions — to leave Michel Temer in place as president (notwithstanding the multiple corruption scandals to which the latter’s name has been linked) and to entirely kill the corruption investigation once Dilma will have been removed from power. In the words of the newspaper Folha de São Paulo, Jucá made clear that impeachment will “end the pressure from the media and other sectors to continue the ‘Operation Car Wash investigation’” which played such a key role in toppling the PT (Partido dos Trabalhadores – Workers’ Party [3]), led by Roussef and former president Lula. The exonerated Jucá was the leader of Temer’s PMDB party in the senate and was one of the “interim president’s” three closest confidants.
But in this same recording secretly made by Machado, the two most important bits of information are the roles of the Supreme Court and the Armed Forces in the coup. Without knowing that his words were being recorded, Jucá openly admitted that the Brazilian military supported the plot: “I have been speaking with the generals, the military commanders. They are fine with it, and have said that they will guarantee it.” Jucá also indicated that the military is “monitoring the Landless Workers Movement” (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, or MST [4]), the social movement of rural workers which supports PT’s efforts on land reform and the reduction of inequality in Brazil, and which has been in the forefront of the protests against Dilma’s impeachment. The second bombshell revelation — perhaps even more significant than the first — is Jucá’s unwittingly revealed declaration about the involvement in the plot of numerous justices in Brazil’s Supreme Court, the very same institution that impeachment defenders have repeatedly pointed to as vesting the process with “legitimacy” in order to deny that Dilma’s removal is a coup. In the recording, Jucá claims that “there are only a small number” of Supreme Court justices whom he did not manage to access.

Just two days after the publication of this report, Folha de São Paulo made yet another astounding revelation. The president of the senate, Renan Calheiros, had also been secretly recorded by the same Sergio Machado, in which Calheiros admitted his support for modifying the law that grants witnesses immunity, so that anyone indicted would not be rewarded for becoming informers (the so called “whistleblower prize”). Renan also suggested that, after dealing with this matter he could "negotiate" with members of the Supreme Court the "transition" of Dilma Rousseff, i.e., the impeachment of the duly-elected president of Brazil. Therefore, in light of the two newspaper reports just cited, it has become perfectly clear that two of the most important figures from the PMDB in the senate, Minister Romério Jucá, the leader this party in the senate, and Renan Calheiros, no less than the President of Brazil’s senate, have admitted that they had exercised strong influence on members of the Supreme Court to ensure that Dilma Roussef would in fact be removed from the office. In short, Brazil’s parliament, its Supreme Court, and its Armed Forces were not at all in disagreement about the need to impeach the president and put an end to the Popular Front government at the head of which she stood.

Naturally, the bourgeois-dominated media has only focused on the “attempt” of these PMDB politicians to get rid of all the criminal charges of corruption, but only after all the important leaders of the PT, including former president Lula da Silva, were already in prison or had been denounced. But, for the press, the fact that the Supreme Court and Armed Forces were mentioned as being involved in the plan to impeach the duy elected president is simply a matter of secondary interest.

In light of all this, we unconditionally affirm that what has taken place in Brazil during the past year or two was an authentic coup d’etat, and the deceptive fight against PT’s alleged political corruption was just surreptious camouflage designed to hide the true goal: To remove from power a Popular Front government which had a strong ties with both Russia and China, the new imperialist powers, and to force Brazil to withdraw from the bloc of Bolvarianist popular governments in Latin America. Clearly, it is no mere coincidence that the US ambassador serving in Brazil since 2013, Liliana Ayalde, is the diplomat who served as US ambassador to Paraguay in 2012, when that country’s rightist and fascist movements reappeared on the scene after the end of the military dictatorship which lasted almost 30 years. 

The same process occurred in Ukraine, where NGOs financed by American imperialism launched a campaign against the elected government, i.e., in America’s eyes, against communism, against social movements, and for liberalism and capitalism, etc. In Brazil the names of these NGOs are: “Revolted Online” (Os Revoltados On Line), “The Free Brazil Movement (O Movimento Brasil Livre), and the “Come to the Streets Movement” (O Movimento Vem Pra Rua). Behind “Revolted Online” is an evangelical Christian group that works for enhancing connections between the United States and Brazil. According to independent and left-wing websites, among the funders of these groups and NGOs are: The Brazilian billionaire Jorge Paulo Lemann; the notoriously reactionary billionaires American brothers, Charles G. Koch and David H. Koch (better known today as the “Koch Brothers”); the Federation of Industries of the State of São Paulo (FIESP); and of course direct western imperialist support comes from the embassies of US and EU. On May 12, the WikiLeaks website announced that the current coupist interim presidente of Brazil, Michel Temer, served in the past as a CIA informer.

Over the past two weeks alone, new policies adopted by Temer’s government confirm our analysis that an authentic coup d’etat has taken place in Brazil, and furthermore that far from the coup’s having been direct merely against PT or the government of Dilma Rousseff, it is in fact directed against the entire working class of the country. Following is a description of these recently adopted measures.
1. Ministry of Social Security Now Part of the Ministry of Finance
The Ministry of Social Security, which is in charge of the pensions and other retirement benefits of private and public sector workers, has lost its independent status and now belongs to the Ministry of Finance. The implications of this move are that accounting and financial logic will be imposed on the entire social security system in Brazil, severely degrading these benefits for retired workers. The handling of pension reform by the Ministry of Finance is aimed at keeping the workers out of the discussion, justifying this with the often-used argument that Social Security is running a huge deficit. Furthermore, the authentic goal of this ministerial restructuring is to increase the minimum age for retirement from 55 for women and 60 for men, to the age of 65 for all private and public workers.
2. Cost-of-Living Increment – No Longer Obligatory for Calculating the Minimum Wage
The adjustment of the minimum wage is currently based on a formula that includes a “cost-of-living increment” in order to reimburse workers for real wages eroded by inflation. The adjustment which is currently being negotiated in Congress does not necessarily guarantee that the minimum wage will be fully incremented by the rate of inflation. Or, in other words, the worker’s real wages are no longer guaranteed. Currently the minimum wage in Brazil is R$ 880,00 ( U$ 245.00) per month.
3. Pension Benefits – No Longer Indexed to the Minimum Wage
Under the pretext of "disengaging" the economy and improving the profile of public accounts, there will no longer be an automatic increase in the value of pensions based on the current minimum wage. Consequently, retirees will have to depend on the good will of the government economic staff in promoting readjustments instead of transparent criteria that will protect them from losses due to inflation.
4. Increases in Pension Contributions and Minimum Age for Retirement, Including for Active Civil Servants
The pension reform being planned by the coup government will severly impact active public service workers by significantly extending the contributory period to their eventual retirement, increasing it across the board for public workers, as mentioned above (paragraph 1),  to the age of 65 from 55 for women and 60 for men.
5. Increased Taxes
The coup government claims that its main priority is to reduce Brazil’s public debt. “If there is need for a tax, it will be imposed.” This disingenuous phrase is from the coupist minister, Henrique Meirelles, who is determined to reduce the country’s public debt on the backs of the working class by taxing this sector of the population. Meirelles’ statement recalls the infamous remark by Delfim Neto, a former finance minister during the military dictarorship, who said that first we have to wait for the cake to grow, and only then distribute the increased income to the entire country.
6. Green Light Given to Overturn Collective Workers’ Agreements
Bill 4193/2012, authored by Congressman Irajá Abreu (PSD), provides that agreements and collective bargaining accords reached between trade unions and companies may be superseded by the undemocratic Consolidation of Labor Laws (CLT). The result is clear: a loss of worker bargaining power and a reduction in the protection currently given by the state whenever employers disregard the law. In addition to this bill, there are at least six other legislative proposals before Congress that, if passed, will harm the interests of workers.
7. No Women Ministers
While we certainly understand that the mere presence of women in a government in no way assures its progressiveness, the total absence of women does reveal the flagrant unimportance that gender inequality poses for the coup plotters. Symbolically, this is as if to say to the Brazilian society that women are relegated to the background, and occupy a secondary position. Specifically, the reduction of women's participation in decision-making spheres which determine the direction of the country, reverse the trend set by PT governments which sought to increase the influence and the political power that women have.
8. An End to the “Secretariat for Racial Equality”
Any government that is formed without direct elections, and which is composed entirely of economically well off white men of advanced age, can in no way be representative of multiracial Brazilian society. And just so there can be no doubt about the matter, Michel Temer has terminated the “Secretariat for Racial Equality,” a step which will directly impact affirmative action policies, will reduce governmental activity against historical prejudices in Brazilian society, and will impair the struggle against inequality between whites and blacks, constitutinga huge social setback for the country.
9. Ministry of Education to the Rightist DEM Party
The coupist Minister of Education, Mendonça Filho, is affiliated with the DEM party [5] which opposed the PROUNI program allowing needy students to enter Brazil’s colleges and universities for free, their expensees being funded by 50% of the pre-salt fund for education and 75% of the royalties from this oil sector. The DEM party is for the complete privatization of education. Last week, in a mockery of sorts and contrary to all good sense or taste, Minister Filho received a visit from a famous porn star of the past, Alexandre Frota, to discuss “proposals for education.” This same actor had confessed in a television interview conducted in 2015 that he had once raped a woman after she had fallen asleep.
10. Foreign Ministry to José Serra from PSDB
We remind readers that, since 2001, the PSDB [6] is the party which lost the presidential elections 4 times to the PT candidates, first Lula da Silva and then Dilma Roussef. On the second day of the government of interim president Michel Temer, the newly appointed foreign minister, Jose Serra, presidential candidate for the PSDB in the 2010 elections, strongly criticisized Bolivarian countries which had been closely allied with previous PT administrations.
The now PSDB-led Foreign Ministry issued two diplomatic messages noteworthy in their drastically different tone, against what it called "falsehoods" propagated by Venezuela, Cuba, Bolivia, Ecuador and Nicaragua, nations which had questioned the legality of the removal of President Dilma Rousseff.
Last week interim Foreign Minister Jose Serra went to Buenos Aires to conduct dialogues with rightist president Macri. Serra was received with cat calls of “coupist!” by Argentian leftist militants.
The downfall of the unwittingly recorded Romério Jucá (see above) has made Foreign Minister José Serra the big winner inside the coupist government. He is the man of the São Paulo bourgeoisie who has direct links with Washington, so his displomatic scolding of the Bolviarians is not at all coincidental. Serra is the author of a proposal, which has already been approved by the senate, to cancel Petrobras’ exclusivity in activities related to Brazils’s exploitation of the pre-salt layer,[7] and terminates the state’s obligation to cover at least 30% of investments in all layer-exploration consortia. Information leaked by Wikileaks indicates that Senator José Serra had promised US oil companies that he would end the Petrobras semi-monopoly in Brazil’s pre-salt exploration.
11. Changes to Family Allowances (Bolsa Família)
Official statistics reveal that the bolsa familia program has freed 50 million Brazilians from poverty, constituting 25% of the country’s population. Under the previous PT governments, social programs like bolsa família were regularly adjusted for increases in the cost of living. The last such adjustment took place on May 1, International Workers’ Day, when President Dilma Rousseff authorized a 9% increase to the benefits included in these family allowances. The coup government has ended the indexing of the bolsa família, meaning that it no longer commits itself to making regular adjustments. Even worse, the Minister of Social and Agrarian Development, Osmar Terra, said in an interview with the newspaper O Globo that the control mechanisms of those entitled to bolsa família benefits must be improved. What does this mean? That the ministry will undertake an "external audit" that could bring about denying benefits to up to 10% of those families currently eligible.
12. Cuts to the Public Unified Health System (SUS)
In the same spirit, Health Minister Ricardo Barros has already presented a "package" of measures that will jeopardize the future of health care in Brazil. In an interview with the newspaper Folha de S.Paulo, Barros said he will not "be able to sustain the level of rights that the Constitution provides." The phrase itself is already a huge attack upon the Brazilian constitution, but reveals something more sinister: the Unified Health System (SUS) is to be reduced in size and weakened. The scenario is nothing new, but its implementation would involve the gutting of one of the greatest achievements of Brazil’s poor and of the Constitution of 1988, all for the benefit of private health companies.

13. Budget Cuts for Public Health and Education
Ricardo Barros also wants to relax the mandatory application of the minimum percentage budgeted for healthcare in Brazil. Today, the federal government is required to allocate for health at least the same sum as it did the previous year, plus an increment reflecting growth in GDP, while states and municipalities must respectively allot 12% and 15% of their budgets to health. With the proposed relaxation, the publicly funded health budget for Brazil’s citizens will no longer have the guaranteed levels of funding it currently has.
Today, the Brazilian constitution obligates the federal government and the states to dedicate 25% of their budgets to the educational system. The PMDB program named "Ponte para o Futuro" (“Bridge for the Future”), which was released several months before Rousseff’s impeachment, includes a proposal to eliminate this constitutional obligation. As a result, the public educational system in Brazil, already plagued by so many funding problems resulting in poor working conditions, low wages, too many students per classroom, etc., will surely only get worse.
14. Review of the Allocation of Lands to Indigenous Peoples
The coup government’s announcement of its intention to review of all acts taken by the duly-elected government of Dilma Rousseff is providing the interim president, Michel Temer with the justification he wants to modify the laws his predecessor enacted regarding the allocation of lands to indigenous Brazilians. From April 1 of this year, Rousseff signed 21 acts expropriating 56,000 hectares of land, setting them aside for indigenous populations. Osmar Terra, the coupist Minister for Social Development, has declared that the allocated "indigenous land is an invasion legitimized by the state." The Deputy Attorney General of the Republic, Deborah Duprat, has said the coup government’s review of the allocation of 56,000 hectares of land [approved by Rousseff] is a blow to the Federal Constitution. Groups active in the rights of indigenous peoples have already announced their intention to go to court against the measure.
15. Privatization of Large Publicly-Owned Companies
One of the aims of the coup is to fully restore the neoliberal agenda which was democratically defeated at the polls starting from 2002. (While the ostensibly “socialist” PT also engaged in such privatization, it did so more timidly than what the current coup government is planning.) The Temer government agenda includes privatization of state companies which it argues should have been scrapped. The economic cabal of ​​the coup government has talked about privatizing the federal mint, the post office and federal power plants in the Brazilian states. Two large public banks, the Bank of Brasil and the Caixa Econômica Federal, are also being targeted.
16. End of the Road for the My House, My Life ( Minha Casa Minha Vida) Program?
Despite the speech by Bruno Araujo (PSDB), Minister of Munipal Development, that the Minha Casa, Minha Vida program would be preserved, just two days after Rousseff’s impeachment, he already revoked authorization for the construction of 11,250 homes.
17. Repression of Social Movements and Parties of the Left
Bad news for Brazil’s social movements is the choice of Alexandre de Moraes as Minister of Justice. Moraes is the former Secretary of Public Security of the State of São Paulo in charge of the infamous military police who, according to an Amnesty International report, kills more people each year than all US police departments combined. Last year, de Moraes ordered the violent repression of the movement which occupied schools by students protesting their closing. He also made a statement characterizing the movements that were blocking city streets in favor of Rousseff on the day the Senate voted to impeach her as organized "guerrilla" acts and they should be treated as as such. Such a comment is a harbinger of how he, in his new role, will undoubtedly treat the strikes, the occupation of land, the blocking of roads and streets of big cities by workers on strike, the homeless movement, the leftist parties, etc.
This determined policy of repression gives a clear indication what will be in the near future under the coup government of Michel Temer for the workers and oppressed. It is entirely consistent with the policy of deliberately reducing social and democratic rights which in turn exacerbates poverty and misery while increasing investment security for the bourgeoisie.

18. The Real Possibility of Intervention by Brazil’s Armed Forces
The recordings we have cited above clearly demonstate just how grave a mistake it was to contend, as some leftist groups previously did, that what was taking place in Brazil was only a struggle between two sectors of the bourgeoisie. Firstly, this analysis is superficial because the entire matter boiled down to the Popular Front government’s being abandoned by its bourgeois wing, obviating any conflict between two ostensibly opposing bourgeois factions. In truth, over time the Popular Front was continually eroded until it consisted only of the workers’ bureaucracy and some popular organizations and their mass bases. So as the conflict evolved, it became more and more NOT a conflict between two bourgeois factions, BUT one between the working class and popular organizations with their bureaucratic leaderships at the top on one side against nearly the entire bourgeoisie on the other side.
Secondly, even if it would have “only” been a conflict between two bourgeois factions, this would not automatically mean that revolutionaries remain neutral. This would entirely depend on the concrete situation and the significance of the program of each side. Trotsky once explained that revolutionaries could never vote for the right-wing ex-general Hindenburg in the German elections of 1932 when he ran against Hitler. However, Trotsky argued, would Hindenburg have called for armed resistance against Hitler in 1933, Marxists would have supported him as the lesser evil.
The history of the class struggle is not familiar only with outright military coups. It also has experienced “soft” or “institutional” coups. Hitler, by the way, came to power in an “institutional” way, with no formal coup. The same happened in Honduras in 2009 and in Paraguay in 2012. Those who contend that only a military coup is an authentic coup are guilty of formalism.
Conclusion
In the final analysis, can it be said that the Popular Front governments of Lula da Silva and Dilma Roussef were no different than the current coupist government of Michel Temer? Let’s examine some reasons given by various leftists groups to justify not only their not opposing the coup, but even their standing on the coupist side of the barricades.

1. The Economic Crisis
The current economic crisis which started in 2008 spread throughout the entire world. Indeed, we agree that Brazil was not and is not out of the crisis, but things did significantly worsen in Brazil after the events of 2013. What in particular caused things to get worse in the Brazilian economy was the boycott conducted by the large corporations in which they cut nearly all their investments, ostensibly because of the pessimistic forecasts of the Brazilian stock markets. This in turn caused a rapid increase in unemployment. At same time, the bourgeois-controlled media placed the blame on the incompetence of Rousseff’s government. Venezuela was the laboratory for this strategy of undermining an elected government.
2. The Declining Popularity of Rousseff’s Government
Many “leftists” in Brazil, the PSTU among them, favored a coup because of the president’s declining popularity. Can we possibly call such flagrant idiocy a good reason to support a coup d’etat, without even attempting to analyze the class strugge behind it? From now on, will all governments which find themselves in a similar situation under capitalism accept the same medicine? Doesn’t the PSTU remember 1973 Chile? How do they explain what’s happening in Venezuela today?
In addition to the boycott cited above which exacerbated the economic crisis in Brazil, we all understand that not only are the research institutes themselves capitalist companies, but that they are in the service of large capitalist corporations, just as the media are. The research institutes, the media run by the O Globo group, the Supeme Court, the big bourgeoisie, western imperialism, parliament, most reactionaries and the conservative sectors of the middle class including the fascists, all these forces were in an alliance to bring about the impeachment of President Dilma Rousseff.
3. The Process of Impeachment is Provided for by Bourgeoisie Democracy
Indeed it is; on this we have no doubt. But is this a good argument to be neutral? What about the need to analyze the class struggle motives behind such an initiative? We repeatedly say that the PT, based on its origins, could never have been able to completely implement the tasks dictated to it by western imperialism. Neither could a Popular Front government, just like some now-deposed populist governments couldn’t, like those of Honduras, Paraguay, and Argentina; nor will this be possible for goverments for which the road to a coup d’etat is still ahead of them, like in Equador, Bolivia, etc. And note, we are only talking about Latin America! If we take examples from the rest of the world, or even from history, the list would be far longer. In any event, shouldn’t the defence of impeachment or the toppling of a government be contingent on the existence of a revolutionary (or pre-revolutionary) process, with the guidance of a revolutionary party with a revolutionary program? Where is there such guidance in Brazil? Of course, the extent of attacks now being waged against the workers in our country can in fact open the road to a revolutionary process in Brazil; and not only must we believe in this possibility, but we must help in bringing it about, even if the present conditions are less than optimal, because instead of the Popular Front government headed by Dilma Rousseff we will now have to go up against a thoroughly bourgeoisie regime backed by social-democrats, Stalinists, and opportunists of all kinds, to say nothing of religious and other reactionaries.
At this moment the Frente Brasil Popular, (Brazilian Popular Font) which includes more than 60 working class organizations (PT, PCdoB, PCOCUT, CTB, MST, etc.), as well as the Frente Brasil Sem Medo (Brazilian Front Without Fear) located primarily in the city of São Paulo, are preparing for a tremendous national day of mobilization on June 10. We in the CCR will participate in this mobilization, presenting our policies, and will make demands, including the call for a true general strike.
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* English Language editing by Gerard Stephens
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THE INTERCEP.COM about the recordings
President Temer was informer/ spy / to USA
Ministry of Education with Porn actor to “discuss” proposals ....



[1] PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro (Brazilian Democratic Movement Party), https://en.wikipedia.org/wiki/Brazilian_Democratic_Movement_Party
[2] For details on Operation Car Wash, see https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Car_Wash
[3] PT – Partido dos Trabalhadores, see https://en.wikipedia.org/wiki/Workers'_Party_%28Brazil%29
[4] MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, see https://en.wikipedia.org/wiki/Landless_Workers'_Movement
[6] PSDB –  Partido da Social Democracia Brasileira, see https://en.wikipedia.org/wiki/Brazilian_Social_Democracy_Party
[7] Pre-salt layer: For a general discussion of this which also refers to Brazil’s own deposits, see https://en.wikipedia.org/wiki/Pre-salt_layer