sexta-feira, 22 de abril de 2016

O ÚNICO CAMINHO POSSÍVEL: DERROTAR GOLPE DO IMPEACHMENT COM INDEPENDENTES MOBILIZAÇÕES DE MASSA DA CLASSE TRABALHADORA E DOS OPRIMIDOS.





O ÚNICO CAMINHO POSSÍVEL: DERROTAR GOLPE DO IMPEACHMENT COM INDEPENDENTES MOBILIZAÇÕES DE MASSA DA CLASSE TRABALHADORA E DOS OPRIMIDOS.

O processo golpista no Brasil patrocinado pelos EUA que nós do CCR já vínhamos denunciando a alguns meses teve um momento decisivo no anoitecer de domingo dia 17 de abril de 2016. Foi um show de horrores em que deputados que deveriam julgar a admissibilidade do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff mostraram para um país atônito toda a sua pequenez não só nas questões políticas quanto no seu senso de ridículo. O impeachment da presidente Dilma foi aprovado por 367 ultrapassando por pouco mais de 20 votos os dois terços necessários. Não bastasse condenar uma presidente em que não há concretamente nenhuma acusação a ponto de justificar o processo, os deputados a favor do impeachment em quase sua totalidade declararam que estavam votando em nome de Deus, da sua família, da sua cidade, do seu cachorro de estimação, em nome da pátria, etc. Tudo isso, menos o que importava, a acusação de que Rousseff havia pegado dinheiro emprestado dinheiro dos bancos públicos para cobrir um déficit nas despesas com ações sociais como o bolsa família, uma marca registrada dos governos de Frente Popular de Rousseff e Lula da Silva nos últimos 13 anos.
O deputado Jair Bolsonaro do Partido Social Cristão-PSC não conteve o seu fascismo e declarou que votava pelo impeachment homenageando a ditadura militar e seu principal torturador, Carlos Alberto Brilhante Ulstra.1
Dias antes da votação, o PMDB, principal partido da burguesia que forma a Frente Popular, tendo como representante máximo o vice-presidente Michel Temer, já havia declarado o seu rompimento com o governo e ao mesmo tempo abrindo mão dos seus cargos.
Foi quando finalmente a cúpula do PT percebeu que o principal comandante do golpe era o próprio vice-presidente Michel Temer.
Logo após, outros partidos burgueses importantes como o Partido Popular-PP e o Partido Social Democrático-PSC se declararam a favor do impeachment.
Ficou claro então para o PT que o pacto com as elites que possibilitou a eleição de Lula da Silva e sua sucessora Dilma Rousseff já não estava mais em vigor.

Vamos recordar um parágrafo do nosso artigo de 05 de dezembro de 2015: “Porém, a partir do ponto de vista do imperialismo ocidental (EUA-EU-Japão) e da burguesia financeira e latifundiária desse país, o PT tem um defeito insuperável: sua origem social a partir dos movimentos de massa e das lutas do final da ditadura militar entre final dos anos 70 e início dos 80. Essa origem é imperdoável mesmo tendo se vendido e praticado muitos ataques aos trabalhadores, principalmente o funcionalismo público, como por exemplo a Reforma de Previdência de Lula da Silva em 2003. ” 2

Primeiro é preciso ver que o Brasil enfrenta sua pior recessão desde décadas. Por isso a burguesia precisa de um governo mais agressivo na aplicação das reformas e privatizações. O governo de Frente popular não está apto para isso por causa da influência política e social dos trabalhadores e das organizações de massas populares.
Além disto, a burguesia conservadora e reacionária é pró-EUA por causa de sua histórica dependência diretamente ligada à hegemonia norte-americana no continente etc., e é anti-China porque o governo do PT alinhou-se com os BRICS.


Como já declaramos em documentos anteriores os principais interesses em derrubar o governo de frente popular tem como origem o imperialismo americano e europeu em oposição as potências imperialistas de Rússia e China. Além disso é importante para o imperialismo ocidental esmagar a aliança dos Brics (Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul), assim como enfraquecer os governos populistas bolivarianos da América Latina. Os golpes que derrubaram presidente em Honduras em 2009 (Manuel Zelaya, Paraguai em 2012 (Fernando Lugo), as constantes pressões da extrema direita em Venezuela, que inclusive tentou um malogrado golpe de estado em 2002, a pressão sobre o Equador, Bolívia, e Argentina dos Kirchner demonstram claramente que o que está em jogo é algo muito maior do que a simples luta contra a corrupção. A interferência do imperialismo ocidental para enfrentar a influência dos também estados imperialistas de Rússia e China fica evidente não só na América Latina como no África, Oriente Médio e Ásia. Os golpes militares no Egito em 2013 que derrubou o presidente Mursi sob o comando do general al-Sisi, a ditadura militar instalada em 2010 na Tailândia, e finalmente a formação do governo semi-fascista da Ucrânia a partir de 2013 são parte deste processo.
O Brasil pela sua importância regional, maior país da América do Sul e um dos maiores da América Latina, a nona economia do mundo, não poderia deixar de ser um alvo da disputa geopolítica internacional.

Eis porque o chamado pacto das elites com os governos do PT já não tem mais condições de existir. Eis porque já não funciona mais o discurso do ex-presidente Lula da Silva de que está espantado com o processo golpista dizendo que "nunca os ricos ganharam tanto como no meu governo", portanto, em sua visão ele não entende o porquê tanto ódio ao Partido dos Trabalhadores, ao Governo Rousseff e até mesmo contra a sua pessoa com a recente tentativa de sua prisão.

Nesse contexto, o Partido dos Trabalhadores-PT, pela sua origem social, com inserção nos sindicatos dos trabalhadores, nos movimentos dos sem-terra e sem teto, nos movimentos sociais em geral, não tem condições de levar adiante um programa de rompimento com Rússia e China, não tem como romper com o bolivarianismo e principalmente não tem como aplicar as amplas reformas econômicas com vistas a retirar amplos direitos sociais exigidos pela burguesia nacional e pelos seus sócios maiores, a burguesia imperialista dos EUA e Europa.

Eis porque o chamado pacto das elites com os governos do PT já não tem mais condições de existir. Eis porque já não funciona mais o discurso do ex-presidente Lula da Silva de que está espantado com o processo golpista dizendo que "nunca os ricos ganharam tanto como no meu governo", portanto, em sua visão ele não entende o porquê tanto ódio ao Partido dos Trabalhadores, ao Governo Rousseff e até mesmo contra a sua pessoa com a recente tentativa de sua prisão.
Não há que ter nenhuma confiança de que na próxima etapa no senado o golpe não será concretizado. Somente a ampla mobilização popular para barrar o golpe. Não podemos abaixar as cabeças. É tarefa do Partido dos Trabalhadores, da Central Sindical CUT, dos movimentos sociais e partidos progressistas de organizar grandes mobilizações que aponte para greves gerais contra o golpe.


A DISPUTA PELO BUTIM
Nas últimas horas do fechamento deste artigo duas importantes notícias no chegam. A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Thereza de Assis Moura determinou o início da produção de provas na principal ação que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff e do próprio vice, Michel Temer. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, determinou nesta quarta-feira (20) que trechos da delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS) sejam incluídos no inquérito que investiga suposta formação de quadrilha no esquema de corrupção na Petrobras. Os depoimentos que serão incluídos no inquérito contêm citações à presidente Dilma Rousseff, ao vice-presidente Michel Temer e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outras autoridades. Isto indica que existe uma disputa pelo butim dos pós impeachment entre a burguesia e que, portanto, ela não é unânime que quem deva assumir a presidência seja o Vice-presidente Michel Temer do PMDB. Para o principal partido de oposição, o PSDB, não lhes interessa depois de tano esforço para derrubar a presidente, entregar de bandeja por dois anos o poder ao PMDB. O mais importante para eles é a convocação de novas eleições para presidente, em conjunto com as futuras eleições para prefeito. Tal discurso do PSDB, por incrível que seja, é uma demanda do partido pseudo esquerda PSTU desde que se se posicionaram ao lado dos golpistas quando meses atrás defendiam o “Fora todos! Novas eleições gerais! ”. O mesmo defende a ex-ministra do meio ambiente Marina da Silva que em recentes pesquisas do instituto Datafolha (sempre duvidáveis) supostamente estaria com uma preferencia de 20% do eleitorado.

Como já afirmamos em nosso artigo de 05 de dezembro de 2015: Brasil: Não ao impeachment! Não ao chamado de novas eleições!3 Nossa tarefa é derrotar os golpistas nas ruas com independentes mobilizações de massas da classe trabalhadora e dos oprimidos! Forçar a CUT e todas as organizações de massas a lutar constantemente por nossos direitos! Por manifestações de massa, ocupação de praças e greves gerais contra os golpistas! Pela a formação de comitês de ação anti-golpistas em todos os locais de trabalho, bairros, escolas, etc.
- Defender o PT, Lula e Dilma contra os ataques da direita! Mas nenhum apoio político para o governo de Frente Popular! Lutar contra as suas medidas de austeridade anti-operárias!
- Nacionalizar as corporações multinacionais sob o controle dos trabalhadores!
- Nenhuma cooperação com quaisquer grandes potências imperialistas como os EUA, a União Europeia-UE, a China, o Japão e a Rússia!
- Pela formação de um governo da classe operária em aliança com os pobres urbanos e os camponeses sem terra no Brasil e em toda parte! Nós só podemos garantir o nosso futuro e nossos direitos se derrubarmos o capitalismo que gera essa miséria!
- A CCR - Corrente Comunista Revolucionária - é dedicada a construir um partido verdadeiramente revolucionário em todo o Brasil e América Latina. Esta é a única forma pela qual podemos lutar de forma consistente por nossos direitos!


Glenn greenwald interview CNN

TV gazeta Bob Fernandes





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