quarta-feira, 21 de maio de 2014

SINPEEM-Greve continua contra arrocho salarial

   http://www.pco.org.br/movimento-operrio/greve-continua-contra-arrocho-salarial/aszz,z.html


Trabalhadores da Educação - São Paulo
Greve continua contra arrocho salarial
Mobilização impede que direção sindical chegue a um acordo com o governo petista, abrindo mão das reivindicações de professores e funcionários

 Mobilização segue derrotando o governo e a política de conciliação da burocracia sindical
Na sexta-feira, dia 23, está marcada uma nova assembleia e passeata dos educadores paulistanos, paralisando as principais ruas do centro da cidade e intensificando o caos cotidiano da cidade. Neste dia a greve dos trabalhadores da Educação da rede municipal da mais rica e populosa cidade da América Latina vai completar um mês, se tornando uma das maiores mobilizações da categoria dos últimos anos.
A decisão de continuar a greve foi tomada nesta terça (20) por milhares de professores que ocuparam o vão do MASP e fecharam a Avenida Paulista e, depois de realizada assembleia, seguiram em passeata em direção à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá.
Os professores e funcionários paulistanos estão em greve desde o dia 23 de abril, se opondo à política de arrocho salarial aprofundadas nos governos demo-tucanos dos últimos anos, que a gestão de Fernando Haddad (PT) procura manter.
Diante da greve, o governo tentou aplicar um golpe na categoria, anunciando a concessão de um abono de R$ 400, que incidiria no piso dos professores (de R$ 2,6 mil). O governo fez alarde e anunciou que tal abono equivaleria a um reajuste de 15, 38% do piso, elevando-o a R$ 3 mil.
O golpe principal consiste no fato de que o abono não seria incorporado ao salário (o que ficaria para um futuro incerto, a começar de 2015). Além disso, nem mesmo esse abono seria pago a toda a categoria, incidindo apenas para 16 mil professores para um total de quase 100 mil servidores da rede.
Com a manobra, o governo Haddad pretende deixar que cerca de 85% dos trabalhadores da Educação fiquem apenas com um outro bônus decorrente de lei aprovada em 2011 (governo Kassab), que representa, segundo a Prefeitura, um aumento de 13,43% nos salários.
Eleito com o voto dos professores e servidores públicos para por fim à política de arrocho salarial e destruição de serviços públicos essenciais, como a Educação, o governo petista procurar atuar para quebrar a mobilização dos trabalhadores e defender a situação anterior, rejeitada pela população.
A força da greve e, principalmente, das mobilizações de rua que vem parando a cidade e se somando a outras – como a greve dos motoristas de ônibus desta terça – no aumento do caos resultado da falta de investimentos em serviços públicos pelas seguidas administrações tucanas no Estado e na cidade mais ricos do País, vem impedindo que a própria direção burocrática do Sindicato quebre (até o momento) a greve, apesar dos declarados esforços desta para deixar para trás as reivindicações dos trabalhadores e chegar a um acordo rebaixado com o governo.
O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal-SP (Sinpeem), Claudio Fonseca, voltou a defender na imprensa um parcelamento da incorporação do abono ao salário.
Com o governo colocado na defensiva diante da mobilização, a direção do Sindicato (PPS-PT-PCdoB-PSTU-PSOL) se esforça para achar uma saída que sirva aos interesses do patrão.
E reunião com a Prefeitura, os sindicalistas teriam rebaixado a proposta da categoria (sem que isso aprovado em assembleia) propondo “aumentos escalonados: 5,5% agora em maio, 3,7% em outubro e mais 3,7% em maio do ano que vem” (Portal IG, 20/05/2014).
Esta política deve ser amplamente denunciada e apontada como um plano para levar à combativa mobilização à derrota, criando as condições para que o governo apresente uma proposta ainda mais rebaixada.
A situação evidencia também a política reacionária das direções sindicais do Sinpeem e da APEOESP (professores estaduais) que não se colocaram a favor em momento algum (no caso do Sinpeem) ou se opuseram e sabotaram abertamente (no caso da direção da APEOESP) a possibilidade de unificação das duas categorias o que só fortaleceria a luta contra o arrocho salarial do governo municipal e do governo estadual.
A burocracia da APEOESP (que há menos de 15 dias apresentou um resultado eleitoral fraudulento com uma votação de mais de 60 mil professores) realizou uma “assembleia” (nem teve quórum) com menos de 500 professores, aprovando um “indicativo de greve” apenas para o dia 30 de maio, claramente à espera de que a greve municipal se acabe.
Contra esta política de traição e sabotagem, reafirmar as reivindicações dos educadores em greve e mobilizar nas escolas municipais e estaduais pela unificação em defesa da reposição integral das perdas salariais, pela redução da jornada de trabalho, redução do número de alunos por sala de aula e demais revindicações dos trabalhadores da Educação

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