Oposição no Sinpeem
"Chamamos os professores a se unirem a nós, na greve e nas eleições do sindicato"
João Evangelista Domingues, professor da rede municipal de São Paulo fala sobre a decretação da greve da categoria para o próximo dia 23 de abril e sobre as eleições para a direção do sindicato que ocorrerão em breve
João Evangelista: É preciso fazer uma pequena retrospectiva. No ano passado houve uma forte greve que durou vinte e poucos dias no Sinpeem (Sindicato dos profissionais em Educação no Ensino Municipal-SP) em que nós, o agrupamento movimento unificado de oposição classista que abrange a Causa Operária, a Liga Comunista e a minha corrente, CORRENTE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA, já vínhamos nos destacando. Essa greve terminou com falsas promessas do prefeito [Fernando] Haddad (PT) que, com era de se esperar, acabou não cumprindo.
Esse ano nos preparamos, nos estruturamos e como o Haddad não cumpriu nenhuma das promessas feitas no final da greve no ano passado a campanha salarial começa cheia de itens políticos e de danos a nossa categoria, inclusive de previdência. Então não só é uma pauta financeira como uma pauta política, privatização, previdência municipal etc. Com esses temas aconteceram três assembléias.
O diferencial é que o nosso agrupamento foi o único a defendeu greve já. Tanto na assembléia do dia 28 como na última assembléia uma semana atrás, e como no dia 11. Isto porque sabemos que o papel do governo é enrolar. A conversa de negociação permanente não serve para nada. E nós sabemos também que o papel das chamadas oposições que estão na situação tanto na Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) como no Sinpeem não faz outra coisa a não ser servir de correia de transmissão para as políticas de desmobilização das burocracias, seja da Bebel na Apeoesp, seja do Cláudio Fonseca no Sinpeem. Haja vista que no ano passado quem defendeu o final da greve foram os membros da “Oposição Alternativa”. Ao ponto de depois ser descoberto que um dos membros da “Alternativa” enviou um torpedo para o Cláudio Fonseca dois dias antes do final da greve dizendo “Cláudio, precisamos acabar com essa greve”. Por isso é preciso deixar que “Oposição Alternativa” não é oposição e também está na direção do sindicato. E essa situação na Apeoesp e no Sinpeem. Então temos de ter um movimento unificado.
Não estamos aqui para lutar por cargos. Temos que defender a categoria. E esse é o nosso diferencial. Nossa posição em pedir greve foi um crescendo. Na primeira assembléia tivemos pouco mais de 5 ou 6% dos votos. Na segunda assembléia cerca de 20% dos votos e na terceira assembléia, com o crescimento do descontentamento da categoria e com a necessidade que tem de unificação com os trabalhadores municipais, teve um aumento da pressão pela greve. Então a diretoria do sindicato saiu com duas datas. A “Oposição Alternativa” pressionado por nós defendeu e pela assembléia acabou defendendo dia 23 de março, o outro setor da burocracia defendia 28 de março. E acabou passando a greve para dia 23. O presidente do sindicato Cláudio Kassab tenta manipular empurrando para o dia 28, mas a resistência dos presentes, quase dois mil professores garante a data do dia 23. E isso foi uma vitoria da categoria.
Então nós convidamos todos os professores, companheiros ativistas, camaradas de base do sinpeem para se unirem a nós.
Causa Operária: Esse ano, como será a participação da oposição de verdade na eleição do Sinpeem?
João Evangelista: Isso. Será praticamente no mesmo período que a eleição da Apeoesp. A eleição da Apeoesp acontece no dia 6 de maio, a do Sinpeem dia 23. Está muito próximo; então é a oportunidade de nós mostrarmos a nossa posição nas duas categorias, inclusive porque nós entendemos que não deveria ter divisão. Por isso, nós estamos chamando os professores a se unirem a nós. Unir-se a nossa chapa, oposição de verdade, do movimento unificado de oposição classista, nessa grande campanha que nós vamos fazer para a chapa do Sinpeem.
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