Declaração de Corrente
Comunista Revolucionária, seção brasileira da CCRI, 20 de maio de 2019
No dia 30 de abril deste ano, o presidente Bolsonaro
através do Ministério da Educação anunciou um corte de 30% do orçamento das universidades federais. O governo
declarou que dinheiro retirado das universidades federais seria investido na
educação básica. Para justificar o corte Bolsonaro afirmou que “a
educação no Brasil é como uma casa com um excelente telhado e paredes podres”.
Obviamente, com exceção dos fanáticos seguidores de Bolsonaro, ninguém
acreditou que haveria qualquer vantagem em retirar dinheiro das universidades
públicas e muito menos que essas verbas seriam enviadas ao ensino básico. Na
verdade, trata-se de um profundo ataque à educação como um todo. O movimento de
resistência não precisou de muito tempo para se organizar. A convocação dos movimentos
estudantis da data de 15 de maio para uma greve geral da educação contra o
corte de 30% se somou à greve geral dos educadores contra a reforma da
previdência anteriormente marcada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Educação-CNTE.
Como foi o movimento dos alunos e educadores de 15 de maio-15M
O dia 15 de maio, que
devido ao seu sucesso recebeu o apelido de 15M,
foi marcado por verdadeiras manifestações de massas em todo o país.
Levantamentos de órgãos de imprensa dão conta que ocorreram protestos e
paralisações em ao menos 220 cidades dos 26 estados e na Capital Federal,
reunindo não só estudantes, mas professores, outros profissionais da educação,
pais de alunos, e diversas outras categorias. Seguramente, pouco mais de 1,5 milhão de pessoas foram às
ruas naquele dia. Atenderam ao ato não
só os funcionários públicos da educação, mas também a adesão de um setor significativo de alunos e
professores de escolas particulares, sem
dúvida uma demonstração de que um importante setor de classe média não só
apoiou como compareceu ao movimento. Essa mobilização também ganhou enorme
simpatia da classe operária e da população. O movimento também contou com
representantes de outros setores de trabalhadores, que chegaram a paralisar
parcialmente em apoio à luta e a participar dos atos, tais como metalúrgicos, petroleiros e os
metroviários em São Paulo.
Quando nos EUA Bolsonaro
foi questionado sobre a greve sua resposta foi chamar os manifestantes de “imbecis” e “idiotas úteis”. Porém isso só serviu para que muito mais
milhares de pessoas atendessem ao ato.
Continuar a resistência e
construir a Greve Geral
Esse 15 de maio
mostrou que o movimento de massas pode e deve derrotar os ataques do governo.
Essa grande mobilização que contou com
1,5 milhão de manifestantes deve ser o
grande preparatório da greve geral já convocada para o próximo dia 14 de junho.
Porém, o que deveria ser uma luta contra à reforma da previdência deve-se somar
a defesa da educação e o cancelamento de todas
as medidas econômicas ultraliberais dos governos Temer e Bolsonaro. O 15M provou que a nossa luta é possível.
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