Generais do
exército pressionaram a suprema corte pela prisão de lula.
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária-CCR,
seção nacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI, 05 de
abril de 2018, http://elmundosocialista.blogspot.com
O apelo dos
advogados de Lula à Suprema Corte por um Habeas Corpus preventivo foi recusado
por pequena maioria. Nos dias que antecederam o julgamento do recurso pelo
menos sete generais fizeram declarações públicas pressionando a Suprema Corte. O
principal e monopolista Rede Globo e
outras redes de televisão e as rádios amplificaram os discursos golpistas e o
resultado foi o aprofundamento do regime de exceção inaugurado em 2016 com a
destituição da presidente Dilma Rousseff
Quem é o verdadeiro alvo? Lula da Silva ou a Classe
Trabalhadora e os Movimentos Sociais?
A ofensiva dos militares
abre um novo capítulo no avanço do movimento golpista. Isso significa que os
militares voltam a ter um papel preponderante. Tal situação foi encorajada pelo
politicamente fraco presidente Michel Temer quando autorizou a intervenção
militar no Rio de Janeiro.
Tal política é
estritamente relacionada ao problema central de luta política nacional: a
prisão do ex-presidente e principal dirigente da esquerda nacional Luiz Inácio
Lula da Silva em ano eleitoral, sendo ele o favorito nas pesquisas nas eleições
de outubro de 2018. Mas o alvo não é somente o ex-presidente Lula, caracterizado
por ter liderado um governo reformista e conciliador com a burguesia entre 2003
a 2011.
O alvo da ofensiva
reacionária é toda a classe trabalhadora brasileira, os partidos de esquerda e
os movimentos sociais. Os principais círculos da burguesia estão determinados a
implementar duras reformas neoliberais que de fato destruiriam os direitos
políticos e sociais da classe trabalhadora brasileira. Isso também significa
que uma ofensiva golpista bem-sucedida também reduziria drasticamente o espaço
para que políticos reformistas e conciliadores e lideranças de organizações de
massa (por exemplo, PT, PCdoB, CUT, MST, PSOL) alcançarem compromissos com a
burguesia.
Mas essa ofensiva
reacionária contra a classe trabalhadora e suas organizações de massas
inevitavelmente provoca resistência. Essa é a razão pela qual a burguesia
financeira, apoiada pelas potências imperialistas, ativou seus instrumentos: o
monopólio da mídia com a Rede Globo como
ponta-de-lança, o parlamento altamente conservador e reacionário, o Ministério
Público e a Suprema Corte. Mas isto não é o suficiente; eles também tiveram que
chamar o comando do exército de volta para ter um papel que os militares não
tinham desde 1985, quando a ditadura militar terminou.
O Crescente papel dos Militares 30 anos depois do
fim da ditadura
Isso fica evidente
quando, em uma semana, sete generais das Forças Armadas ameaçaram o Supremo
Tribunal Federal (STF), ao mesmo tempo em que ocorreria o julgamento do habeas
corpus do ex-presidente Lula da Silva. Esses sete generais são apenas aqueles
que abertamente revelaram suas posições; Dentro do Alto Comando, a opinião
hegemônica desses generais era a favor da prisão imediata de Lula. Eles
enviaram uma mensagem muito clara: se eles (o Supremo Tribunal) não prenderem
Lula, haverá um golpe militar.
A crise da
liderança burguesa é enorme e sem solução à vista. O capital monopolista
imperialista e os grandes capitalistas brasileiros estão determinadas a
reestruturar o capitalismo semicolonial brasileiro para recuperar a taxa de
lucros em queda em todo o mundo. Para isso, precisa de condições políticas
favoráveis que não existem no momento.
Sob essas
condições, a instalação de um regime de estado de exceção torna-se cada vez
mais indispensável para os capitalistas. Portanto, o perigo de um golpe
militar, que poderia até mesmo assumir um caráter semifascista, está ganhando
força.
Infelizmente, esse
enorme perigo é enfrentado com a complacência dos principais partidos de
esquerda que ainda acreditam na legalidade da "democracia" burguesa.
Eles ignoram o fato de que tal golpe poderia resultar em repressão maciça
contra toda a esquerda revolucionária e movimentos de massa, bem como contra
esses mesmos partidos reformistas.
Por outro lado, se
a classe trabalhadora e os oprimidos conseguirem organizar a resistência em massa
contra os golpistas, isso poderia provocar uma situação pré-revolucionária com
enormes oportunidades para os revolucionários e o movimento de massas.
O QUE DEFENDEMOS?
Nós da CCR
exortamos os partidos reformistas e socialistas, sindicatos e organizações
populares (por exemplo, PT, PCdoB, CUT, MST, PSOL) a estabelecer imediatamente
uma frente única de massas para organizar uma luta massiva contra os ataques
reacionários. Vamos superar a passividade e a complacência AGORA! Precisamos da
criação de comitês de ação em fábricas, sindicatos, bairros, favelas e regiões
periféricas para organizar as massas e planejar democraticamente a luta.
Precisamos de um congresso nacional de delegados de todos os partidos e
organizações de massa, bem como dos comitês de ação, a fim de organizar a luta.
Também chamamos pela
criação de comitês de autodefesa que sejam essenciais para resistir aos
bandidos fascistas e à repressão do Estado.
Sem ter qualquer
ilusão sobre a limitação da democracia burguesa e do sistema parlamentar
corrupto, defendemos incondicionalmente todos os direitos democráticos contra
os golpistas militares e institucionais. Combinamos tal defesa dos direitos
democráticos com um chamado por uma assembleia constituinte revolucionária que
deveria discutir e elaborar uma nova constituição sob o controle da classe
trabalhadora e dos oprimidos.
Nós chamamos a todos
os ativistas que concordam com nossa análise e estratégia para a importante situação
atual para unir forças e unir-se a nós em nossos esforços para construir um
partido revolucionário!
*Não à criminalização das manifestações políticas e
à criminalização dos movimentos sociais!
Segurança pública não é papel das Forças Armadas!
Pelo cancelamento da intervenção federal militar no estado do Rio de Janeiro!
* Pela criação de comitês de ação nas fábricas,
sindicatos, bairros, favelas e regiões periféricas em defesa de nossos direitos
e contra o governo dos golpistas e contra qualquer intervenção militar! Por
comitês de autodefesa dos trabalhadores e pobres nos bairros e periferias!
* Abaixo o dispositivo constitucional que permite
ao exército a intervenção em assuntos políticos!
*Pela Assembleia constituinte Revolucionária!
* Por um partido operário revolucionário- um novo
partido mundial da revolução socialista! A Quinta Internacional
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