Preparar a Greve Geral contra as Ameaças do Comando do Exército! Abaixo o reacionário dispositivo da constituição que permite intervenção militar!
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária (CCRI) 27 de setembro de 2017
No dia 15 de setembro último, em palestra realizada na noite de sexta-feira, na Loja Maçônica Grande Oriente,
em Brasília, o general do Exército da ativa Antônio Hamilton Martins
Mourão repetiu por três vezes na possibilidade de intervenção militar
diante da crise enfrentada pelo País, caso a situação não seja resolvida
pelas próprias instituições. O discurso do general foi uma resposta à
seguinte pergunta de um dos ouvintes: “A Constituição Federal de 1988
admite uma intervenção constitucional com emprego das Forças Armadas.
Os Poderes Executivos e os Legislativos estão podres, cheios de
corruptos. Não seria o momento dessa intervenção?”
Entre outras afirmações, o que chamou a atenção na resposta do general Mourão foram declarações seguintes: “É
óbvio que, quando nós olhamos com temor e com tristeza os fatos que
estão nos cercando (...) por que não vamos derrubar esse troço todo?
(...)até chegar um momento em que ou as
instituições solucionam o problema político pela ação do Judiciário,
retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os
ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”, e acrescentou mais uma importante informação! “Nós temos planejamentos muito bem feitos (para
a intervenção). Então, no presente momento, o que nós vislumbramos? Que
os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, chegará a
hora em que nós teremos de impor uma solução! ”.
Diante
da repercussão do fato, o ministro da Defesa do governo Michel Temer,
Raul Jungmann, convocou o comandante geral do Exército, general Eduardo
Villas Bôas, para pedir explicações em relação às declarações do militar
ao mesmo tempo em que pede que “providências sejam tomadas”. No
entanto, Villas Bôas afirmou que o general Antonio Mourão não será
punido, e enfatizando que a possibilidade de uma intervenção "ocorre permanentemente" e que e "as Forças Armadas têm mandato para fazer [uma intervenção militar] na iminência de um caos. ” .
Realmente, a constituição brasileira aprovada em 1988, possui um artigo
que permite às Forças Armadas intervirem se, no entender delas, ocorrer
o que se chama de “caos”.
A ( não) reação dos partidos e dos movimentos sociais
Tal
declaração do General Mourão sugerindo novo golpe militares deveria
fazer com que todos os partidos e movimentos sociais reagissem à altura e
começassem desde já intensa mobilização contra qualquer intervenção
militar e a organização nos locais de trabalho e nos bairros.
Mas a reação dos partidos de esquerda legalizados, como o PT, PCdoB, PSOL foram extremamente burocráticas pedindo explicações ao governo golpista de Michel Temer e exigindo o respeito às leis em nome da democracia. Os websites da CUT e do MST não comentam o assunto.
O PSTU, de forma contraditória, afirma que não há perigo de golpe “porque o imperialismo americano não deseja”, sendo assim não acha necessário alertar e mobilizar a população, porém diz que “Se houver golpe militar é necessário uma greve geral! ”, Obviamente,
eles são tolos ao ignorar o fato de que, primeiro, a resistência de
massa contra um golpe militar deve ser organizada antes que tal golpe ocorra. Pode ser muito tarde organizar uma greve geral depois do
golpe, uma vez que os militares estarão em uma posição mais favorável
para suprimir a resistência. Em segundo lugar, tal greve geral não pode
ser organizada de forma repentina, pois precisa de tempo suficiente e
organização prévia.
A posição da CCR
Existe
uma parte dos trabalhadores que apoia esse discurso pela volta dos
militares, insuflados pela intensa criminalização da política por grande
parte da mídia e dos grupos organizados de direita. O anticomunismo e o
ódio aos partidos e movimento de esquerda ressurgiu com grande força
nos últimos quatro anos. O golpe de estado institucional contra o
governo de Dilma Roussef-PT, sob o aval do imperialismo americano,
colocou as forças mais reacionárias e conservadoras no poder. As
chamadas reformas estruturais (trabalhista, terceirização, previdência,
corre nos gastos públicos) estão sendo praticadas com pouca ou nenhuma
resistência por parte dos movimentos sociais. As direções do movimento
de massa em vez de chamarem para uma greve geral por tempo indeterminado
contra tais reformas, somente fizeram um ou dois dias alternados de
greve geral, que por si, não mudaram a intensidade dos ataques.
Não
é dado como certeza que haverá um golpe militar. A classe dominante não
vai tomar essa decisão insensata dado os riscos envolvidos em tal
atitude. Mas a mera ameaça de regresso dos militares deve fazer-nos
todos ficar alerta.
É
urgente mobilizar e criar comitês populares e de trabalhadores nos
locais de trabalho, nas fábricas, nos bairros para organizar a
resistência. Essas comissões devem imediatamente começar a organizar a
luta contra as reformas reacionárias - nas ruas com mobilizações de
massa, com greves gerais, etc. Para poder defender as massas contra a
inevitável repressão do regime é crucial organizar a auto- unidades de
defesa.
Por
último, as ameaças militares demonstram mais uma vez o caráter
reacionário da constituição atual que oficialmente permite intervenções
na política. Tal dispositivo na constituição é uma permissão para golpes
de estado. A classe trabalhadora e as massas populares devem lutar
contra esta constituição e fazer cumprir a congregação de uma Assembleia
Constituinte Revolucionária. Os delegados constituinte devem ser
controlados por aqueles que os elegeram e devem estar abertos serem
substituídos pelos seus eleitores. Não deve ser controlada pela classe
dominante, que só a manipularia em seu interesse, mas deveria ser
convocada e protegida por milícias e populares e dos trabalhadores
contra qualquer intimidação das forças reacionárias. A tarefa de tal
assembleia deve ser elaborar uma nova constituição. Os revolucionários
defenderiam uma constituição democrática e social consistente
constituição socialista em tal assembleia.
*
Pela criação de comitês de ação nas fábricas, sindicatos, bairros,
favelas e regiões periféricas em defesa de nossos direitos e contra o
governo dos golpistas e contra qualquer intervenção militar! Por comitês
de autodefesa dos trabalhadores e pobres nos bairros e periferias!
* Pelo cancelamento das Reforma da Previdência e Trabalhista, privatizações e terceirizações!
* Abaixo o dispositivo constitucional que permite ao exército a intervenção em assuntos políticos!
* Por um partido operário revolucionário- um novo partido mundial da revolução socialista! A Quinta Internacional
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