domingo, 28 de fevereiro de 2016

RESUMO DA POSIÇÃO DO CCR SOBRE O PROCESSO DE IMPEACHMENT

Abaixo o resumo das nossas posições políticas, já publicadas anteriormente,  com relação ao processo de impeachment, o qual entendemos ser um processo golpista.



RESUMO DA POSIÇÃO DO RCIT SOBRE O PROCESSO DE IMPEACHMENT

Trecho abaixo retirado do artigo publicado em  13/08/2015

 TODOS ÀS RUAS EM 20 DE AGOSTO CONTRA AS MEDIDAS DE ATAQUE DO GOVERNO DILMA E AO MESMO TEMPO CONTRA O GOLPE FASCISTA!”

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/contra-golpe-fascista/



Com relação à crise atual nós não apoiamos o impeachment, nem fazemos o chamado a novas eleições como as que estão sendo feitas direitista pelo PSDB. Muito menos apoiamos a posição do PSTU em afirmar que “Não é a favor da saída de Dilma pelas mãos do corrupto Congresso Nacional ”, chamando o movimento social a romper com a política do PT no sentido de buscar outra alternativa de governo. Ainda afirmam que “O que nosso partido (PSTU) propõe é que os trabalhadores se organizem e lutem para derrubar o governo Dilma. ”. Nós perguntamos: Onde o PSTU enxerga nas ruas uma massiva presença dos trabalhadores e das organizações de massa a favor da derrubada do governo de Frente Popular? Basta uma multidão nas ruas para o morenismo (PSTU) declarar que estamos à beira da Revolução Socialista? Pelo contrário, o que testemunhamos é o ressurgir nas classes dirigentes e classes médias de um profundo reacionarismo conservador com tendências racistas (contra os nordestinos), xenófobas (contra os imigrantes haitianos, chilenos, bolivianos), profundamente anti-comunistas.  Esses setores reacionários, apoiados pela mídia golpista, estão se sentido à vontade até para praticar atos terroristas como por exemplo o ataque à bomba ao Instituto Lula em São Paulo em 30 de julho e ao Sindicato dos Correios em 16 de março. No parlamento está para ser votado a redução da maioridade penal e a terceirização total do contrato de trabalho de todos os brasileiros (projeto de lei 4330/04). Dessa forma, é absurdo afirmar que estamos vivento um ascenso revolucionário das massas. E pior, o PSTU em seu delírio, ao adotar essa política, se alinha com os setores mais reacionários que voltam à cena desde o fim da ditadura militar. Se de fato o governo Dilma cair, quem vai ocupar o poder? Ou o PSTU realmente pensa que estamos em um processo revolucionário em que supostamente o seu partido está na linha de Frente, ou se trata de puro oportunismo para ganhar a simpatia de setores de classe média pequeno-burguesa radicalizada “contra a corrupção”.
O que testemunhamos de forma alguma se assemelha a um processo revolucionário. Apesar da prisão dos grandes empresários da construção civil (Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez) são principalmente os militantes e ex-ministros do PT que são o alvo principal. A nova prisão de José Dirceu tem como alvo não só aumentar o desgaste do governo Dilma como inviabilizar a candidatura de Lula da Silva. A direita reacionária enxerga no PT um “comunismo” que nunca existiu. Mas o que está em jogo não é a luta contra a corrupção ou contra o suposto comunismo dos governos do PT. Se fosse esse o caso figuras como o deputado federal Paulo Maluf já estaria atrás das grades. O governador Geraldo Alckmin e o PSDB no Estado de São Paulo está mais do que enrolado para explicar os desvios de milhões de dólares das obras do metrô. O que está em jogo, muito mais do que a corrupção,  é a pressão do imperialismo e da burguesia nacional , entre muitas outras coisas, para os  seguintes projetos: a privatização total do Pré-Sal, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da implantação total  do contrato da terceirização (projeto 4330 do congresso nacional), de implantar restrições ou mesmo eliminação  aos direitos de férias, décimo terceiro, Fundo de Garantia, licenças maternidade, etc. Tal amplo  e brutal projeto de ataque é muito mais  do que os governos petistas poderiam realizar sob pena de perder completamente sua base de apoio social nas massas trabalhadoras e é isso que explica o movimento golpista.
 Numa concretização do golpe todos os grupos e movimentos de esquerda (ou considerados de esquerda), todos os movimentos sociais, organizações de bairros, partidos políticos progressistas, movimentos grevistas, sindicatos, todos de alguma forma sofrerão na pele o avanço da repressão semi-fascista.
Porém, é necessário deixar bem claro: Nós não apoiamos o governo de Frente Popular do PT/PMDB. Devemos combater não só o movimento golpista, mas também as duras medidas de ataques feita pela presidente Dilma Rousseff tais como: a busca do superávit primário, a alta dos juros, o arrocho salarial no funcionalismo público (trabalhadores da Previdência estão em greve), a presença do Chicago Boy Joaquim Levy no ministério da Fazenda, a presença do latifúndio na pessoa de Katia Abreu no ministério da Agricultura, a restrição ao direito dos trabalhadores às pensões e ao seguro desemprego. O Partido dos Trabalhadores deve romper com a Frente Popular e se voltar às classes trabalhadoras e os pobres. As centrais sindicais, principalmente a CUT-Central Única dos Trabalhadores deve ao mesmo tempo que ser independente do governo, exigir do mesmo o fim desses ataques.
 


Trecho abaixo do nosso artigo publicado em 05/12/2105

Nossa posição quanto aos governos de Frente Popular de Lula e Dilma Roussef

O Partido dos trabalhadores e seus governos típicos de Frente Popular fizeram suas políticas de ataques aos trabalhadores na forma de arrocho salarial, privatizações de aeroportos e rodovias, superávits primários para pagamento aos abutres credores internacionais, subsídios ao latifúndio destruidor da Amazônia, subsídios aos poderosos órgãos de imprensa, desvios milionários de verbas em aliança com setores da burguesia, etc. O partido com o objetivo de conseguir a sua “governabilidade” não só corrompeu como se corrompeu. Uma tragédia prevista há muitos anos desde a eleição de Lula da Silva em 2002.
A CCR-Seção nacional do RCIT esclarece então que não damos nenhum apoio político aos governos do PT (Lula e Dilma). Porém, defendemos sim contra o golpe, assim como os revolucionários fizeram quando defenderam o governo eleito na Espanha durante a guerra civil espanhola (1936-1939) contra as tropas fascistas de Francisco Franco, sem, no entanto, se comprometer com esse mesmo governo.
Porém, a partir do ponto de vista do imperialismo ocidental (EUA-EU-Japão) e da burguesia financeira e latifundiária desse país, o PT tem um defeito insuperável: sua origem social a partir dos movimentos de massa e das lutas do final da ditadura militar entre final dos anos 70 e início dos 80. Essa origem é imperdoável mesmo tendo se vendido e praticado muitas ataques aos trabalhadores, principalmente o funcionalismo público, como por exemplo a Reforma de Previdência de Lula da Silva em 2003.

O papel de Russia e China imperialistas

O motivo mais importante do porque o imperialismo ocidental quer o afastamento de Dilma e do Partido dos Trabalhadores é pela razão de que os governos do PT (Lula e Dilma) fortaleceram os laços com Rússia e China, as novas potências imperialistas que estão em profunda rivalidade militar e econômica com o imperialismo tradicional ocidental. Haja vista os acontecimentos de Ucrânia e Síria.
O PT faz parte dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), uma aliança que visa dar visibilidade a seu crescente poder econômico em uma maior influência geopolítica mundial, algo que também incomoda o imperialismo ocidental.
A origem social do PT o obrigou a fazer concessões aos pobres na forma de políticas de ataques à miséria, as bolsas-família e outros subsídios tirando vários milhares da extrema pobreza nas periferias e nas regiões Norte e Nordeste e assim evitando as migrações em massa para a rica região que eram comuns até os anos 90.
E um ponto dos mais importantes: O Partido dos Trabalhadores ainda não privatizou totalmente as bacias do Pré-sal que valem bilhões de dólares, também não privatizou a Petrobrás, assim como não privatizou os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além de que, sob pressão de sua base de milhões de trabalhadores filiados a sua central sindical CUT, o PT não apoia o projeto de terceirização total do conjunto dos trabalhadores brasileiros. Os imperialismos ocidentais e Russos-Chineses adorariam investir num país em que os trabalhadores, através da terceirização, se tornariam semi-escravos, sem os mínimos direitos trabalhistas.
É tudo isso que explica o processo golpista em curso que poderá levar ao impeachment do governo Dilma Roussef e o concomitante processo de desmoralização do PT e do provável forte candidato em 2018 Lula da Silva.
A ideia de que defender que o processo golpista e o impeachment é necessário por que existe uma “grande a corrupção” só explica por duas coisas: 1) Uma profunda ingenuidade política alimentada pelos meios de comunicação; 02) Um profundo oportunismo político de grupos tanto à direita como à pseudo-esquerda pequeno-burguesa. Como expusemos acima, as coisas não são tão simples. São os interesses do imperialismo ocidental, comandados pelo imperialismo estadunidense, que explicam um processo tão complexo.
Os movimentos sociais e dos trabalhadores devem tomar as ruas com duas tarefas: 1) Lutar contra todas as medidas de ataques aos trabalhadores do governo de Frente Popular de Dilma Roussef e de sua equipe econômica tais como a alta dos juros, as reformas das pensões, as mudanças no seguro-desemprego, a criminalização dos movimentos sociais com a nova lei sobre terrorismo, o arrocho salarial, etc. 2) Lutar contra o golpe orquestrado pelos setores mais conservadores e reacionários que ressurgiram nos últimos anos desde o fim da ditadura militar em 1985.
É necessário que os revolucionários devem trabalhar para a construção de organizações independentes do Governo de Frente Popular, construir um novo partido de trabalhadores cuja estratégia seja a luta por um governo em aliança com os trabalhadores do campo e das cidades baseado nos conselhos e milícias populares.
Nós do CCR seção nacional do RCIT defendemos:
* Não ao impeachment! Não ao chamado de novas eleições!
* Às ruas todas os trabalhadores e oprimidos contra a ameaça de um golpe de Estado! Pela luta de classes contra os ataques de austeridade do governo!
- Pela a criação de comitês de luta nas fábricas, nos bairros, nas favelas, nas periferias e nos sindicatos em defesa urgente dos nossos direitos e contra qualquer movimento golpista!









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