Esse blog não tem ,em geral
,acordo político com a CLQI (LC do Brasil, Socialist Fight da Grã-Bretanha, TMB
Argentina) , porém quando se trata de solidariedade de classe não há o
que discutir. As mortes recentes de militantes revolucionários na Argentina
e no Brasil nos remetem aos piores anos das respectivas ditaduras
militares em ambos os países. A crise economica de 2008, parte da crise
geral do próprio capitalismo, originada nos EUA acelerou ataques ao conjunto
dos trabalhadors em âmbito mundial. Nessa nova fase ninguém está imune. Os
trabalhadores dos países centrais imperialistas, aos milhões se defrontam com o
desemprego, com a redução salarial e corte de pensões, etc. Tal realidade
já é há muito conhecida pelos países semi-coloniais, os quais inclusive já
conviveram com as ditaduras militares. Mas a ditadura burguesa não se manifesta
somente nas intervenções e golpes militares bonapartistas. As potências
imperialistas se valem do seu aparato econômico e militar para criminosas
intervenções e invasões de países para garantir acesso às matérias primas a
baixo custo. Nem vamos estender nossa análise à resistência do povo do Vietnã,
do Chile em 1973, do Brasil em 1964, Argentina e outros. Temos há dez anos da
invasão do Iraque e Afeganistão, iniciada por George W.Bush e continuada por
Obama. E mais recentemente as intervenções na Líbia, Síria e Mali.
E não cabe aqui nenhum apoio aos
ditadores Kadafi, Assad e outros semelhantes. Serviram ao imperialismo em sua
época, além de reprimirem brutalmente a população com polícias secretas,
prisões, torturas e execuções.
O que é necessário é a
organização independente dos trabalhores, unidos num partido revolucionário ,
pela expropriação das burguesias nacionais e mundial, com seu programa próprio,
lutando pela reconstrução da IV Internacional.
É nesse contexto que
devemos nos solidarizar com todos aqueles que, por lutarem contra o
sistema capitalista, estejam sendo punidos.
http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2013/03/campanha-de-solidariedade-por-gerry.html#more
QUINTA-FEIRA,
14 DE MARÇO DE 2013
Pela reintegração do camarada
Downing, motorista de ônibus, demitido por perseguição política pela empresa
Metroline Gerry
Downing, dirigente do Socialist Fight britânico (agrupamento membro do CLQI, do
qual faz parte a LC brasileira e a TMB argentina) presidente do agrupamento
sindical, Grass Roots Left (Esquerda de Base) foi sumariamente demitido na
terça-feira, 12 de março pela Empresa de ônibus de Londres, Metroline sob a
acusação espúria de "comportamento inadequado para com um passageiro
enquanto conduzia a linha 210".
A demissão teve claros motivos
políticos e ocorreu durante a campanha eleitoral por Jerry Hicks (candidato da
oposição de esquerda) para secretário-geral do Unite (A maior federação
sindical britânica). Este ataque se segue a acusação de difamação movida pela
atual direção da Unite contra Gerry e o Weekly Worker (jornal mensal do Partido
Comunista da Grã Bretanha). A acusação de difamação partiu de uma subsede da
Unite, dirigida por Wayne King, Diretor Industrial da Federação contra uma
carta de Gerry defendendo outro trabalhador de ônibus que foi demitido em 12 de
janeiro de 2012: Abdul Mohsin Omer.
Sua carta ao Unite do Secretário
General e ao Conselho Executivo enviada no dia 30 de Dezembro permanece sem
resposta.
Gerry tem sido também uma pedra
no sapato da patronal Metroline há mais de duas décadas, como ele diz em sua
defesa:
"Este salto de qualidade no
ataque em questão não pode ser separado da minha história anterior contra a
Metroline – eu já fui demitido duas vezes pela Metroline no passado e, posteriormente,
re-empregado pela mesma devido à compra de pequenas empresas de ônibus em que
eu trabalhei pela Metroline. Primeiro foi o caso West Periperi onde eu foi
injustamente acusado gravemente por racismo, acusação que foi abandonada sem
explicação. Em seguida, fui novamente acusado, mas não demitido. Houve também a
acusação de um assalto contra Rep Lamont Jackson, que mostrou-se falsa uma vez
que eu tinha sido a vítima. O assunto foi abandonado sem nenhuma ação adicional
pelo Gerente Sampandia da Garagem de Willesden. Em seguida, fui acusado de
distribuir panfletos em Cricklewood, acusação contra a qual entrei com recurso
e que posteriormente foi anulada".
Esta demissão também deve ser
vista no contexto do grande aumento das demissões na Metroline como consequência
da introdução dos terríveis novos contratos que começaram em janeiro de 2012.
Trata-se de fazer economia demitindo um “motorista sênior” com custos e
direitos trabalhistas relativamente bons para substituí-lo por um novo
motorista com custos e direitos muito inferiores. Um exemplo disto foi a
recente demissão de uma motorista de origem indu por três pequenos acidentes
com o retrovisor com vinte anos de serviços prestados a Metroline. Oscar
Alvarez, um membro do IWW (Industrial Workers of the Word, agrupamento
internacional do sindicalismo autogestionário) que trabalhava na garagem
Periperi da Metroline também foi recentemente demitido por uma acusação
semelhante após uma colidir seu ônibus com um carro dirigido por uma motorista
que admitiu ter cortado o ônibus dirigido por Alvarez, provocando o acidente.
A condenação de Gerry no processo
disciplinar que o demitiu foi consumado pela inclusão ao mesmo de uma carta do
Chefe de Garagem, Leroy Webley, em resposta a uma de duas reclamações de um
passageiro sobre um incidente que teve lugar na linha de ônibus 210 em 15 de
fevereiro.
A resposta de Webley a reclamação
do passageiro dizia: "Assim, os motoristas devem se comportar de uma
maneira educada e profissional em todos os momentos.
Nós não agimos assim nesta
ocasião, e peço desculpas por qualquer transtorno / sofrimento que você possa
ter sofrido como resultado do mal atendimento ao cliente realizado pelo
condutor."
12 dias antes Gerry foi
encarregado de apresentar sua versão dos acontecimentos:
Este é o relato de Gerry no
processo:
“A audiência durou quase oito
horas e três processos disciplinares também previstos para aquele dia tiveram
de ser adiados porque o experimentando Sr. Hill teve uma considerável
dificuldade em justificar a minha demissão. Ele passou quase uma hora e meia de
consultar o Gerente de Garagem, Leroy Webley, antes de entregar o veredicto
depois de seis horas, e mais de uma hora extra após o horário que ambos
deveriam estar em casa.
Ridiculamente o julgamento queria
saber se eu estava estressado porque a criança mentalmente doente gritou dentro
do ônibus por meia hora tomando o ônibus tanto na ida quanto da vinda de seu
trajeto, para o Hospital Whittington em Archway, ou se eu estava preocupado com
a segurança da criança. Eu tinha afirmado que esta última foi a minha
preocupação, mas de nada adiantou e ele insistiu eu tinha agido por causa do
estresse da situação e dos meus próprios problemas domésticos (minha
companheira está prestes a passar por uma grande operação de câncer de
garganta) e eu não tinha legítimas preocupações com a segurança da criança. Ele
também rejeitou o meu apelo para que entendesse que o estresse prejudica a
saúde e a segurança, podendo levar que o motorista cometa um acidente.
Eu não tinha conhecimento da
relação entre a criança e o adulto e, no final da audiência, o gerente admitiu
que, se o homem que acompanha a criança era um educador e não o pai, o fato de
que ele continuamente cobria a boca da criança e enrolava um cobertor muito
apertado na mesma constituiria um abuso. Por isso não equivaleria a abusar
independentemente da relação ele não explicou.
Antes da conclusão da audiência,
enquanto aguardava o veredicto, outro motorista da linha 210 veio a mim e
contou como ele tivera o mesmo homem em seu ônibus de algumas semanas antes e
ele havia gritado da mesma maneira. Ele disse que ficou claro que o garoto era
doente mental e precisava de uma necessária assistência. No meu caso, depois de
três paradas sob aquela tensão eu parei o ônibus e chamei um táxi, perguntando
se o homem não preferia chamar uma ambulância para o garoto. O homem disse:
‘Não, não, não, a criança está apenas chateada.’
Ele disse que a segurança da
criança parecia estar em perigo e parecia que ele estava sendo mal tratado pelo
homem. O motorista relatou o fato em detalhes e estava disposto a mostrar estas
evidência na audiência, mas o gerente se recusou a ouvi-lo e ele disse que o
caso estava encerrado. O outro motorista se dispôs a apresentar seu testemunho
como recurso.
Tudo ficou evidente e até a minha
linguagem corporal e o tom de voz que eu usei quando fiz duas perguntas ao
homem. Mas este tratamento foi considerado tão grosseiro e ofensivo que eu
tinha que ser demitido imediatamente para proteger o público.
Em qualquer situação, a condução
de um ônibus é um trabalho muito estressante. No dia 15 de fevereiro estava a
menos de uma semana antes de minha companheira enfrentar uma grande operação
para remover de sua garganta um câncer. Isto ocorreu no dia 21/02. O processo
da operação consumiu um dia inteiro e os médicos nos disseram e suas chances de
sobrevivência eram de apenas 30%. Tornava-se quase impossível continuar a
conduzir com aquela intensidade de gritos dentro do ônibus. Isso poderia
causar-me um acidente, e eu não tinha conhecimento de quanto tempo isso poderia
durar, talvez todo o caminho até Brent Cross. Eu não poderia ter continuado por
muito mais tempo dirigindo sob aquela pressão e a criança precisava de ajuda
urgente, por isto eu interpelei o homem que claramente não estava à procura de
assistência médica para a criança o mais rápido possível – ele tinha vindo do
Hospital Whittington e tinha passado em frente a clínica médica de Almington, a
caminho do Parque Finsbury. E mesmo assim, estou apenas especulando que quando
ele saiu da estrada de Almington foi para levar a criança para alguma clínica
médica, mas teria se perdido na viagem de Archway e por isto estivesse
angustiado. Nunca no passado, fui considerado culpado de qualquer comportamento
inadequado para os passageiros.”
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