quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Em solidariedade ao jornalista Breno Altman que está sofrendo ameaças pela sua defesa da resistência do povo palestino

 



 A Corrente Comunista Revolucionária-CCR, seção brasileira da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI vem   prestar sua solidariedade ao jornalista Breno Altman, que está sendo vítima de uma vil perseguição judicial por parte da Conib (Confederação Israelita do Brasil). A Conib é uma organização sionista com sede no Brasil que notoriamente está ligada à extrema direita e que se utiliza da desgastada falácia de igualar “antissionismo” como se fosse o mesmo que “antissemitismo”. Essa entidade pede à Justiça Federal que o jornalista e o seu canal do youtube Opera Mundi (1) seja suspenso de todas as redes sociais e proibido de se manifestar sobre a questão palestina por qualquer meio, sob risco de prisão preventiva. (2)

Desde o início da operação de genocídio por parte do Estado de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza, nós da Corrente Comunista revolucionária nos posicionamos na intransigente defesa da resistência palestina, comandada pelo Hamas.

Chamar de antissionista aqueles criticam o estado de Israel é um recurso amplamente utilizado pelos seus governantes e seus defensores ao redor do mundo, para tentar legitimar as atrocidades cometidas neste momento na Palestina ocupada, no longo processo de genocídio e limpeza étnica perpetrado contra o povo palestino desde há 75 anos.

 O jornalista vem sendo vítima desse tipo de ataque desde o aumento vertiginoso da matança generalizada do Estado sionista em Gaza, inclusive com uma série de ameaças físicas. A Conib deseja obrigar Breno Altman a retirar as postagens que, segundo a entidade, seriam “antissemitas”. Uma denúncia que, por si só, é absurda, uma vez que o próprio jornalista tem origem judaica. Não é nenhuma novidade que personalidades e organizações de origem judaica se coloquem fortemente contra o sionismo em várias partes do mundo, tais como a Jewish Voice for Peace (Voz Judaica pela Paz),que  tem se insurgido contra o genocídio do Estado de Israel na Palestina, com protestos e manifestações públicas, como a ocupação do Capitólio nos EUA.

 

O que é sionismo?

 

Em poucas palavras, o sionismo é, desde sua origem, uma ideologia racista e supremacista, e o Estado de Israel é a sua materialização possibilitada a partir do apoio do imperialismo britânico e posteriormente norte-americano,logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, no interesse de instalar e  manter um enclave militar em pleno Oriente Médio. É racista porque, para atingir esse objetivo, lança mão de massacres e expulsões em massa da população palestina como na “Nakba”. Nakba é uma palavra árabe que significa "catástrofe" ou "desastre" e designa o êxodo palestino de 1948, quando pelo menos 711.000 árabes palestinos, segundo dados da Organização das Nações Unidas, fugiram ou foram expulsos de seus lares, em razão da guerra civil de 1947-1948 e da Guerra Árabe-Israelense de 1948. Esse processo segue até hoje, e está em processo acelerado a fim de impor uma “solução final” aos palestinos: a sua eliminação física e expulsão para o deserto do Sinai (como ficou provado em documento oficial vazado do próprio Estado de Israel). Dentro do próprio Estado de Israel, autodeclarada de forma cínica como “única democracia no Oriente Médio”, os árabes são tratados como cidadãos de segunda classe, sem os mesmos direitos que os israelenses judeus. Trata-se de um Estado de apartheid, tal como havia na África do Sul contra os negros.

Em meio ao atual massacre, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, chegou a chamar os palestinos de “animais humanos”, expondo o caráter racista do Estado que representa. Sobre isso, a Conib, e outras organizações sionistas nada disseram.

Ao atacar a liberdade de expressão e querer calar quem combate o massacre e o genocídio legitimado por essa ideologia supremacista, essas organizações, na verdade, acabam por se desmascarar e expor seu caráter racista e fascistoide.

 

A CCRI reitera o seu apoio incondicional ao povo palestino e às suas forças de resistência que heroicamente defendem Gaza contra os invasores sionistas. Tal como em todas as guerras passadas, apoiamos a luta de libertação palestina e, portanto, defendemos a vitória militar da resistência liderada pelo Hamas sem dar apoio político ao programa e a todas as tácticas da sua liderança. O único caminho a seguir é a destruição revolucionária do Estado sionista e a criação de um Estado palestino único, democrático e secular, do rio ao mar, que viria a ser uma república de trabalhadores e camponeses pobres como parte de uma federação socialista do Médio Oriente.

 

A Corrente Comunista Internacional Revolucionária (CCRI) reitera o seu apoio incondicional à heróica resistência palestina. Do mesmo modo, estamos totalmente ao lado de outras forças que lutam contra os imperialistas israelitas ou ocidentais. Esta abordagem deve ser aplicada também ao Irã em caso de confronto direto com o inimigo sionista ou os seus aliados ocidentais. Em todos estes conflitos, defendemos a vitória militar das forças palestinas e pró-palestinas e a derrota dos inimigos sionistas e imperialistas. O  apoio à luta de resistência prática não significa que damos apoio político ao programa dessas forças.

 

  1. https://www.youtube.com/@omundi
  2. https://operamundi.uol.com.br/guerra-israel-x-palestina/85008/conib-quer-censura-total-contra-breno-altman

 

Remetemos os leitores para uma página especial do nosso sítio Web onde estão compilados vários documentos da CCRI/ RCIT sobre a Guerra de Gaza de 2023, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/compilation-of-articles-on-the-gaza-uprising-2023/ .

Para a nossa última declaração sobre as acções de solidariedade aos Houthis no Mar Vermelho, ver: UN Security Council Legitimizes US-Led Naval Force in Red Sea to Attack the Houthis, 10 January 2024, https://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/un-security-council-legitimizes-us-led-naval-force-in-red-sea-to-attack-the-houthis/

 

 

 

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