Todos às ruas dia 20 de agosto contra as medidas de ataque do
governo Dilma e ao mesmo tempo contra o golpe fascista!
1968
2015
Durante o programa
eleitoral do PT na noite de 06 de agosto de 2015, como já era previsto e
incentivado pela mídia conservadora, setores reacionários da classe média em
todo o país bateram novamente suas
panelas ao mesmo tempo xingavam a presidente Dilma e o Partido dos Trabalhadores.
O mesmo novamente não aconteceu nas periferias e nos bairros populares. Parte
das razões para o protesto da classe média e das camadas mais populares está
relacionada com as duras medidas econômicas do governo Dilma, lideradas pelo
ministro da fazenda Joaquim Levy, que têm levado ao arrocho salarial, aumento
dos juros, desemprego crescente, inflação acelerada chegando a quase 10%, e
perdas de direitos com relação à previdência e seguro desemprego. Sendo assim é
compreensível que o governo esteja sofrendo um desgaste com parte da população,
mesmo daqueles que votaram no partido.
Esse tipo de crise já
atingiu governos anteriores antes e depois do fim do governo militar em 1985. O
governo do presidente Collor sofreu o impeachment não porque estivesse somente
envolvido pela corrupção, mas porque a paciência da maioria da população
trabalhadora já havia se esgotado e ao mesmo tempo o ex-presidente não tinha
uma forte base partidária. O que se seguiu foi que o PMDB alcançou a
presidência na figura de Itamar Franco, abrindo caminho para o reacionário
conservador PSDB com Fernando Henrique Cardozo aplicasse um amplo processo de
privatizações das riquezas nacionais, haja vista a privatização de uma das
maiores mineradoras do mundo, a Vale do Rio Doce. Além disso, o governo FHC
aplicou os mais duros golpes contra a classe trabalhadora, como por exemplo na
greve dos petroleiros de 1995 com a presença do exército brasileiro e várias
demissões, porém tal greve impediu a privatização da Petrobrás. Os escândalos
de corrupção se avolumaram, inclusive com suspeitas de compra de votos para
permitir a reeleição.
Com relação à crise atual
nós não apoiamos o impeachment, nem fazemos o chamado a novas eleições como as
que estão sendo feitas direitista pelo PSDB. Muito menos apoiamos a posição do
PSTU em afirmar que “Não é a favor da saída de Dilma pelas mãos do corrupto
Congresso Nacional ”, chamando o movimento social a romper com a política do PT
no sentido de buscar outra alternativa de governo. Ainda afirmam que “O que
nosso partido (PSTU) propõe é que os trabalhadores se organizem e lutem para
derrubar o governo Dilma. ”. Nós perguntamos: Onde o PSTU enxerga nas ruas uma
massiva presença dos trabalhadores e das organizações de massa a favor da
derrubada do governo de Frente Popular? Basta uma multidão nas ruas para o
morenismo (PSTU) declarar que estamos à beira da Revolução Socialista? Pelo
contrário, o que testemunhamos é o ressurgir nas classes dirigentes e classes médias
de um profundo reacionarismo conservador com tendências racistas (contra os
nordestinos), xenófobas (contra os imigrantes haitianos, chilenos, bolivianos),
profundamente anti-comunistas. Esses
setores reacionários, apoiados pela mídia golpista, estão se sentido à vontade
até para praticar atos terroristas como por exemplo o ataque à bomba ao
Instituto Lula em São Paulo em 30 de julho e ao Sindicato dos Correios em 16 de
março. No parlamento está para ser votado a redução da maioridade penal e a
terceirização total do contrato de trabalho de todos os brasileiros (projeto de
lei 4330/04). Dessa forma, é absurdo afirmar que estamos vivento um ascenso
revolucionário das massas. E pior, o PSTU em seu delírio, ao adotar essa política,
se alinha com os setores mais reacionários que voltam à cena desde o fim da
ditadura militar. Se de fato o governo Dilma cair, quem vai ocupar o poder? Ou
o PSTU realmente pensa que estamos em um processo revolucionário em que
supostamente o seu partido está na linha de Frente, ou se trata de puro
oportunismo para ganhar a simpatia de setores de classe média pequeno-burguesa
radicalizada “contra a corrupção”.
O que testemunhamos de forma alguma se assemelha a um
processo revolucionário. Apesar da prisão dos grandes empresários da construção
civil (Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez) são principalmente os
militantes e ex-ministros do PT que são o alvo principal. A nova prisão de José
Dirceu tem como alvo não só aumentar o desgaste do governo Dilma como
inviabilizar a candidatura de Lula da Silva. A direita reacionária enxerga no
PT um “comunismo” que nunca existiu. Mas o que está em jogo não é a luta contra
a corrupção ou contra o suposto comunismo dos governos do PT. Se fosse esse o caso
figuras como o deputado federal Paulo Maluf já estaria atrás das grades. O
governador Geraldo Alckmin e o PSDB no Estado de São Paulo está mais do que
enrolado para explicar os desvios de milhões de dólares das obras do metrô. O
que está em jogo, muito mais do que a corrupção, é a pressão do imperialismo e da burguesia
nacional , entre muitas outras coisas, para os
seguintes projetos: a privatização total do Pré-Sal, do Banco do Brasil,
da Caixa Econômica Federal, da implantação total do contrato da terceirização (projeto 4330 do
congresso nacional), de implantar restrições ou mesmo eliminação aos direitos de férias, décimo terceiro,
Fundo de Garantia, licenças maternidade, etc. Tal amplo e brutal projeto de ataque é muito mais do que os governos petistas poderiam realizar
sob pena de perder completamente sua base de apoio social nas massas
trabalhadoras e é isso que explica o movimento golpista.
Numa concretização do
golpe todos os grupos e movimentos de esquerda (ou considerados de esquerda),
todos os movimentos sociais, organizações de bairros, partidos políticos
progressistas, movimentos grevistas, sindicatos, todos de alguma forma sofrerão
na pele o avanço da repressão semi-fascista.
Porém, é necessário deixar bem claro: Nós não apoiamos o
governo de Frente Popular do PT/PMDB. Devemos combater não só o movimento golpista,
mas também as duras medidas de ataques feita pela presidente Dilma Rousseff
tais como: a busca do superávit primário, a alta dos juros, o arrocho salarial
no funcionalismo público (trabalhadores da Previdência estão em greve), a
presença do Chicago Boy Joaquim Levy no ministério da Fazenda, a presença do
latifúndio na pessoa de Katia Abreu no ministério da Agricultura, a restrição
ao direito dos trabalhadores às pensões e ao seguro desemprego. O Partido dos
Trabalhadores deve romper com a Frente Popular e se voltar às classes
trabalhadoras e os pobres. As centrais sindicais, principalmente a CUT-Central
Única dos Trabalhadores deve ao mesmo tempo que ser independente do governo,
exigir do mesmo o fim desses ataques.
Acima de tudo, contra o golpe é urgente a necessidade da
população trabalhadora e dos oprimidos em se organizar para enfrentar a ameaça
golpista. A ameaça do golpe não será derrubada através de acordos parlamentares
ou manobras jurídicas. É a população trabalhadora e a juventude da periferia e
dos sertões em todo o país que deverá fazer esse combate. É preciso se
organizar em comitês de luta nos locais de trabalho, nos bairros, nas favelas e
formar comitês populares contra o golpe.
- Não ao golpe do impeachment e nem a convocação de novas
eleições!
- Todos às ruas dia 20 de agosto contra as medidas de ataques
do governo Dilma e ao mesmo tempo contra o golpe fascista!
-Criação de Comitês de Luta nas fábricas, nos bairros, nas
favelas, nas periferias, nos sindicatos em defesa dos nossos direitos e contra
qualquer movimento golpista!
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