sábado, 15 de dezembro de 2018

OS GENERAIS COLOCAM BOLSONARO COMO UM PRESIDENTE DESCARTÁVEL, SE FOR PRECISO!




Declaração da Corrente Comunista Revolucionária-CCR

15 de dezembro de 2018

Saiu na grande imprensa do Brasil, no último dia 06 um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão de reais  em conta de um ex-assessor do recém  eleito senador Flávio Bolsonaro chamado Fabrício José Carlos de Queiroz. Queiroz recebia um salário mensal de 8 mil reais, totalmente incompatível com uma movimentação bancária tal volumosa. Uma das pessoas beneficiárias dos repasses de Queiroz foi Michele Bolsonaro, própria esposa do Presidente eleito, o capitão aposentado do exército Jair Bolsonaro. Flavio Bolsonaro é filho do presidente. O documento foi enviado ao Ministério Público Federal, sendo mais uma investigação da Operação  Lava Jato, essa mesma Lava Jato que usou os meios jurídicos ilegais para fins políticos, haja vista a  prisão do ex-presidente de Lula da Silva. Desta vez a Lava Jato  levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano, poucos dias antes do segundo turno tão logo ficou claro a possibilidade de vitória de Jair Bolsonaro. Queiroz é também policial militar e, além de motorista, trabalhava como segurança do filho do presidente eleito.

Pergunta: Qual a origem do dinheiro?

A Grande imprensa já chama o caso de Bolsogate, uma clara referência ao caso Watergate que derrubou o presidente Nixon em  1974. Em resumo, basta a Polícia Federal seguir o tradicional “siga o dinheiro!” ( Follow the Money!), ou seja, descobrir a origem desses mais de 1 milhão de reais e investigar as razões do porque um simples assessor parlamentar movimenta as finanças da família Bolsonaro e o mais importante, descobrir a origem do dinheiro.

O que diz o vice-presidente eleito

As principais vozes cobrando fortes  esclarecimentos não partiram somente dos partidos de oposição,mas do general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito. Mourão não disfarçou as palavras: "O ex-motorista, que conheço como Queiroz, precisa dizer de onde saiu este dinheiro. O Coaf rastreia tudo, precisa explicar a transação, tem que dizer, senão fica parecendo que está escondendo algo". Ou seja, em sendo Mourão não apenas o vice-presidente, mas o máximo representante dos generais no poder, fica evidente quem realmente dará as ordens.


Um presidente descartável?

Pela constituição qualquer presidente eleito é hierarquicamente o comandante em chefe das forças armadas, mas desde as prisões constitucionalmente ilegais do processo da Lava Jato, comandada pelo ex-juiz Sergio Moro , hoje ministro da Justiça de Bolsonaro como recompensa por ter retirado Lula da Silva ao decretar sua prisão) o chamado Estado de Direito simplesmente não existe no Brasil. Então, o capitão presidente Bolsonaro já é um governante sob vigilância do Estado Maior das forças armadas, portanto, facilmente descartável se for necessário.

A Grande contradição de quem foi eleito se dizendo  “Contra a corrupçao!”

A situação é de tal maneira complicada para o futuro presidente que. além do problema da família Bolsonaro de ter que explicar à Receita Federal e a seus eleitores a origem do dinheiro, o seu escolhido para ser o importante ministro da Casa Civil, aquele que deverá dialogar com o Congresso Nacional sobre as articulações políticas para aprovação das reformas neoliberais, Onys Lorenzoni, antes mesmo da posse já está sendo acusado pela Lava Jato de ter recebido dinheiro sujo da empresa exportadora de carne a JBS.

Em resumo, o futuro governo Bolsonaro antes mesmo de tomar posse, apesar de toda a sua retórica semi-fascista, autoritária, ultra reacionária, já se mostra instável do ponto de vista economico e político. Para um presidente que se elegeu com as bandeiras  contra a corrupção e contra os “corruptos políticos tradicionai”, tendo como alvo principal o Partido dos Trabalhadores, ironicamente este mesmo está sendo acusado dos mesmos supostos malfeitos dos seus  opositores. Bolsonaro pode vir a ser um presidente descartável, assim como foi a ex-presidente Dilma Rousseff do PT.

Posição do CCR

Para nós do CCR está cada vez mais claro que o país já vive um regime militarizado ultra reacionário. Nesse contexto é  necessário construir a nossa luta e organização independentes. O que é necessário é a formação imediata de uma ampla frente unida de todas as organizações de massas da classe trabalhadora e oprimida (CUT, PT, MST, MTST, etc.) para organizar uma resistência de massas contra o futuro  governo  que toma posse em primeiro de janeiro de 2019, Tal resistência deve ser muito mais ampla e permanente do que um simples projeto eleitoral, não dá pra esperar por 4 anos e confiar em ganhar eleições que provavelmente serão novamente fraudadas. Tal resistência deve incluir manifestações de massa e greves. Em última análise, é urgente preparar uma greve geral política!























domingo, 9 de dezembro de 2018

França: defender o Movimento "Coletes Amarelos" contra a Repressão do Estado!


Construir comitês de ação locais! Pressionar os sindicatos a se juntarem ao Movimento! Organizar uma greve geral Por Tempo Indeterminado!
 
Declaração do Secretariado Europeu da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 03.12.2018, www.elmundosocialista.blogspot.com.br e www.thecommunists.net

1.             A França está sendo abalada durante semanas por uma série de protestos em massa que estão cada vez mais sendo transformados em tumultos violentos. Trata-se de uma rebelião em massa espontânea-chamada de Movimento dos "Coletes Amarelos" por causa de seus coletes de alta visibilidade que todos os motoristas são obrigados por lei a vestirem em seus veículos-eclodiu em 17 de novembro último protestando contra o aumento dos impostos do diesel. Também denunciando os crescentes custos de vida e a diminuição do poder aquisitivo, o movimento está cada vez mais clamando pela demissão do Presidente do país, Emmanuel Macron.

2.             Enquanto Macron alega aumentar o imposto por razões ecológicas, na verdade, essas medidas fazem parte da política de austeridade neoliberal do governo, que ataca a classe trabalhadora e os setores de baixa classe média. Não é, portanto, surpreendente que o movimento se concentre em áreas rurais e periferias urbanas, onde as pessoas dependem fortemente de seus carros, porque o transporte público está mal servido.

3.             Os "Coletes Amarelos" tornaram-se um movimento de massa mobilizando centenas de milhares de pessoas a cada semana. De acordo com as pesquisas, entre 72% e 86% da população apóia essas exigências, ao mesmo tempo em que a popularidade de Macron foi conduzida a um nível ainda mais baixo. Manifestantes bloquearam estradas em toda a França e impediram o acesso a certos shoppings, aos depósitos de combustível e aeroportos. Ao mesmo tempo em que o governo fez ofertas vazias para realizar negociações, o governo neoliberal está cada vez mais se movendo para a repressão brutal contra o movimento. No sábado, 1 de dezembro, a polícia relatou que prendeu mais de 400 pessoas, mais 133 feridos em Paris. Cerca de 10.000 latas de gás lacrimogêneo e bombas de dispersão foram disparadas, assim como foram lançados canhões com jatos de água. Após estes confrontos, o porta-voz do governo Benjamin Griveaux indicou que a administração de Macron estava considerando impor um estado de emergência.

4.             O movimento dos "Coletes Amarelos" representa uma rebelião em massa espontânea dos trabalhadores e dos estratos inferiores da classe média. Está sendo mobilizada através de redes sociais e ao mesmo tempo existe uma falta de estruturas locais organizadas. Seus líderes não fazem parte de partidos políticos, nem mesmo são ativistas políticos de longa data, mas sim são pessoas que parecem ter sido acidentalmente empurradas para a luta de vanguarda. Refletindo a desconfiança generalizada contra os partidos e sindicatos estabelecidos, o movimento rejeita a presença das bandeiras sindicais e partidárias durante as manifestações (isso se assemelha a fenômenos semelhantes, como os setores libertários do movimento Antiglobalização no início do ano 2.000 ou protesto contra os aumentos de preços dos bilhetes de transporte público no Brasil em 2013). No Departamento Ultramarino de Reunião, uma colônia francesa no Oceano Índico, com uma população majoritária de grupos de ascendência africana, Indiana, malgaxe e chinesa, bem como uma minoria branca, os protestos já se transformaram em semi insurgência, então o governo impôs um estado de sítio. Embora o movimento seja claramente um movimento popular dominado pelos trabalhadores e pela classe média baixa, seu caráter politicamente confuso, sua falta de estruturas democráticas locais e nacionais e sua rejeição da participação de Sindicatos e partidos de esquerda dão-lhe um caráter populista bastante cru. No entanto, é um movimento de massa populista pequeno-burguês, impulsionado pela oposição à política de austeridade neoliberal do governo ("Macron é um presidente dos ricos” é um slogan popular) e com objetivos legítimos e progressistas, assim como fazendo a oposição contra a maioria dos impostos sobre o diesel ou clamando pela renúncia de Macron.

5.             Vergonhosamente, os líderes reformistas dos sindicatos da CGT (próximos do Partido Comunista Francês), assim como o CFDT (próximo do partido "socialista”) se recusam a apoiar o movimento ou até mesmo suas reivindicações! No entanto, muitas filiais locais da CGT e outra grande Federação sindical (FO) apóiam as demonstrações. Importantes partidos de esquerda, como a França Insubmissa liderada por Jean-Luc Mélenchon (que recebeu quase 20% nas últimas eleições presidenciais), o NPA, LO, bem como outros também apóiam o movimento.

6.             Entretanto, partidos oposição de direita como os Conservadores e os Republicanos, mas também os partidos racistas tais como Rassemblement National (a União Nacional) de Marine Le Pen assim como os fascistas estão tentando também se infiltrar e explorar o movimento popular de massa. Muitos ativistas do movimento estão indignados pelas tentativas de infiltração destas forças reacionárias e houve um número de casos onde as pessoas foram pra cima dos tais racistas e os expulsaram. No entanto, estas tentativas continuam e representam um grande perigo para o movimento! Isso mostra como é importante construir estruturas democráticas locais e nacionais e cancelar a proibição da participação aberta dos sindicatos e dos partidos (tal cancelamento tornaria mais difícil para os grupos de direita se infiltrarem secretamente no movimento.)

7.             As mídias (imprensa) liberais pró-governo estão tentando retratar o movimento como um grupo de tolos que são manipulados por “extremistas de direita e de esquerda e hooligans". Setores da esquerda acadêmica em Paris (assim como da esquerda européia) compartilham esse sentimento. Eles denunciam esse movimento popular como "reacionário" e se recusam a apoiá-lo. Obviamente, esses "esquerdistas" acadêmicos são tolos inúteis que tratam as massas politicamente cruas com desprezo. Eles não são menos criminosos do que a liderança reformista da CGT. Em vez de apoiar o protesto legítimo do povo contra a austeridade neoliberal e a luta dentro do movimento bruto e confuso de massa contra as forças de direita, estes reformistas e centristas tolos preferem olhar arrogantemente para as pessoas e deixar o campo para as forças reacionárias! Pode afirmar que este movimento não se degenere e que as forças direitas podem ter sucesso em obter controle sobre o movimento? Não. Mas é uma visão pessimista do futuro e não reflete a situação atual! E se tal degeneração fosse acontecer no futuro, seria culpa não do povo, mas da liderança reformista dos sindicatos e da esquerda que não poderiam intervir energicamente em um movimento popular de massa espontânea tão impressionante!

8.             A CCRI propõe a seguinte perspectiva para uma intervenção revolucionária no movimento dos "Coletes Amarelos":

Parem a repressão estatal!
Criar comitês de ação democrática em nível local e uma conferência nacional dos delegados desses comitês locais!
Retirar a proibição da participação de sindicatos e partidos!
Pressionar a CGT e outros sindicatos a participarem ativamente no movimento!
Por uma frente unida de todos os trabalhadores e organizações de migrantes (sindicatos, LFI, NPA, LO etc), a fim de isolar e perseguir os provocadores de direita dentro do movimento!
Qualquer negociação entre os líderes do movimento e do governo deve ser transmitida ao vivo na Internet para que eles sejam transparentes!
Por uma greve geral Por Tempo Indeterminado-organizada pelo movimento de massa e pelos sindicatos! Pela a criação de comitês de auto-defesa para defender o movimento contra a polícia e os provocadores!


9.             A CCRI está ansiosa por colaborar com ativistas revolucionários na França com base nessa perspectiva.

Para a nossa análise da França, remetemos os leitores a vários documentos do CCRI que publicamos no nosso site na secção Europa https://www.thecommunists.net/Worldwide/Europe/

Em particular, chamar a atenção para:



Manfred Maier: France: Down with the decrees of the Macron/Philippe government! 17.08.2017, https://www.thecommunists.net/worldwide/europe/france-macron-s-labor-bill

CCRI: Fight Macron's Labor Bill: Time to shake France to its very foundations! 28th August 2017, https://www.thecommunists.net/worldwide/europe/fight-macron-s-labor-bill/

CCRI: Presidential Elections in France: Neither Le Pen nor Macron! 05.05.2017, https://www.thecommunists.net/worldwide/europe/france-neither-le-pen-nor-macron





terça-feira, 4 de dezembro de 2018

ORGANIZING THE RESISTENCE FROM BELLOW


Organizing the Resistance from Below

Report from the Corrente Comunista Revolucionária (Section of the RCIT in Brazil), 3 December 2018,

The victory of right-wing extremist Jair Bolsonaro at the recent Presidential elections has massively shifted the relation of forces towards the counter-revolutionary putschists. It makes the creation of a united front of struggle – involving the PT, CUT, MST, MTST as well as the radical left – extremely urgent.
It is encouraging to see that there is also a spontaneous process of creation of local committees of action in order to build the resistance against the extremely right-wing government.
One example of such a local action committee is the one recently constituted in Heliópolis. This is the largest favela in Sao Paolo with about 100,000 inhabitants.
Last week, about 50 delegates came together in order to discuss the political situation as well as practical steps. Traditionally, the reformist PT is very strong in this community. However, the majority of the delegates were not organized activists of this party.
The meeting was initiated by two women who work as educators in the favela. There were also many women among the delegates.
A leading comrade of the CCR was invited to the meeting and asked to make a brief speech.
The meeting discussed about the necessity to organize resistance against the ultra-right project "Escola Sem Partido" (School Without Party) which shall encourage students to denounce leftists teachers. It resolved to create alliances with other similar committees in the country and to mobilize for future strikes and mass demonstrations. It also called the organizations of the workers movement to support the committee. Finally, it agreed on a date for the next meeting.
It is crucial to spread the creation of similar local action committees all over the country in order to build a strong mass resistance from below against the reactionary government. Such a movement must push the reformist leadership to organize a general strike against the Bolosaro government!

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

AMÉRICA CENTRAL/MÉXICO/EUA:SOLIDARIEDADE À CARAVANA DE MIGRANTES!


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Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI). 11/01/18 www.thecommunists.net; https://agrupaciondeluchasocialistablog.wordpress.com/


1.  Os migrantes da América Central, fugindo da miséria e da violência, estão se dirigindo para a fronteira dos Estados Unidos. Cerca de 10.000 pessoas, com a presença de muitas crianças, atualmente viajam pelo sul do México com a intenção de chegar à fronteira dos Estados Unidos. Uma segunda caravana está localizada na fronteira Guatemala-México.

2.  Essas pessoas estão fugindo da horrível miséria em seus países de origem. Décadas de ataques capitalistas aos direitos sociais e democráticos dos trabalhadores resultaram em pobreza, desemprego em massa, alta criminalidade e tráfico de drogas. Ao mesmo tempo, corporações multinacionais e uma pequena elite local estão obtendo enormes lucros, resultando em enorme desigualdade nos países da América Central.

3.  O empobrecimento e pilhagem da América Central não tem sido um processo espontâneo, mas o resultado inevitável da política de austeridade e privatização imposta pelo Fundo Monetário Internacional-FMI, uma poderosa instituição financeira internacional controlada pelos Estados Unidos e outras grandes potências imperialistas. Toda vez que os trabalhadores e os camponeses pobres da América Central se levantam contra a opressão e a exploração, eles se deparam com intervenções militares do imperialismo dos EUA (abertamente ou disfarçados) e seus capangas locais.

4.  Os migrantes nas caravanas encontram impressionantes manifestações de solidariedade, por parte de amplos setores da população no México. Enquanto isso, o governo reacionário de Peña Nieto, sob pressão do governo Trump, tenta parar a caravana, mas pessoas comuns em quase todas as cidades e vilas ajudam espontaneamente migrantes com comida, água e outros itens do cotidiano. Os mexicanos compreendem e sentem que os migrantes são pessoas do seu tipo: trabalhadores, camponeses pobres e pobres urbanos.

5.  Ao mesmo tempo, Trump, o presidente dos Estados Unidos, como sempre, difama os migrantes. Ele os acusa de ter muitos "membros de gangues" e "algumas pessoas muito más" entre eles. Trump sugeriu que caravanas abrigam terroristas do Oriente Médio! Ele ameaçou os migrantes em um de seus notórios tweets: "Esta é uma invasão do nosso país e nosso exército está esperando por você!" A Casa Branca anunciou que enviará até 15.000 tropas para a fronteira mexicana, além das 2.100 forças do país. Guarda Nacional dos Estados Unidos que Trump já enviou em abril. Parece que Trump está preparado para ordenar um massacre contra os migrantes da América Central na fronteira sul. O homem alaranjado é tão teimoso como uma rocha, racista até ao núcleo e representa um perigo mortal para muitas pessoas!

6.  A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) e suas seções no México e no Brasil enviam suas calorosas saudações aos migrantes da América Central! Apoiamos plenamente o seu desejo de entrar nos Estados Unidos. Os trabalhadores da América Central estão sofrendo a super-exploração do imperialismo norte-americano há mais de um século. Como resultado, os Estados Unidos tornaram-se um país muito rico, enquanto a América Central continua sendo o seu quintal empobrecido. Os trabalhadores e os camponeses pobres da América Central têm todo o direito de entrar nos Estados Unidos e obter uma parte da enorme riqueza que os imperialistas acumularam às custas das costas dos oprimidos através de décadas de pilhagem!

7.  A CCRI chama pela criação de um movimento internacional e multinacional em solidariedade com os migrantes. Tal movimento deve ser construído na América do Norte e na América Latina (assim como na Europa, que é outro destino para muitos pobres na África e no Oriente Médio). Deve incluir os sindicatos, outros trabalhadores não sindicalizados e organizações populares de massa. Tal movimento deve exigir a abertura de fronteiras. Deve apoiar o desejo dos migrantes de entrar nos Estados Unidos ou, se preferirem, permanecer no México. Deve organizar o apoio político e organizacional aos migrantes, incluindo o apoio logístico e a formação de comitês de autodefesa contra a repressão policial e contra ataques de grupos racistas e xenófobos. Tal movimento de solidariedade também deve exigir que o atual governo mexicano e o presidente recém-eleito, López Obrador, não cedam à pressão dos Estados Unidos. Em vez de dificultar os migrantes, as autoridades mexicanas devem permitir que eles entrem no país e forneçam às caravanas dos migrantes todo o apoio logístico necessário.

8.  Nos Estados Unidos, o movimento de solidariedade deve exigir a retirada imediata de todas as tropas da fronteira. Devemos pedir a abertura das fronteiras. Eles devem incitar os soldados a desobedecer todas as instruções ordenadas para impedir os migrantes. Já vimos nos últimos dois anos numerosos exemplos de pessoas nos Estados Unidos que defendem migrantes contra as unidades racistas do ICE. Agora precisamos ver tentativas semelhantes de sabotar os esforços das autoridades dos EUA para deter as caravanas de migrantes. O movimento de solidariedade deve estar preparado para fazer o que for preciso para ajudar os migrantes a entrar nos Estados Unidos.

9.  Finalmente, organizações de massas de trabalhadores e migrantes nos Estados Unidos devem lutar contra todas as tentativas de criminalizar e deportar irmãos e irmãs migrantes. Elas devem lutar pela dissolução imediata do campo de internamento bárbaro para migrantes e, em particular, para as crianças migrantes. Elas também devem exigir a dissolução do ICE. Além disso, devem exigir direitos plenos de cidadania para os migrantes, salários iguais e total igualdade em todos os aspectos da vida social.

10.  A CCRI conclama todos os revolucionários da América Latina e da América do Norte a se unirem com base em um programa antiimperialista que promova o internacionalismo da classe trabalhadora! Avançar na construção de partidos revolucionários como parte de um novo Partido Mundial da Rvolução Socialista!

* Por um movimento internacional de solidariedade para apoiar as caravanas de migrantes!

* Nenhum militar dos EUA na fronteira com o México!

* Abertura de fronteiras!

* Derrubar todos os esforços do imperialismo dos EUA para parar as caravanas de migrantes!

Secretaria Internacional da CCRI



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

ESCANDALOSA FRAUDE ELEITORAL ABRE CAMINHO PARA A VOLTA DO NOVO REGIME MILITAR


Organizar a resistência e a autodefesa dos trabalhadores e oprimidos! Preparar para uma Greve Geral para derrubar Bolsonaro!


Declaração da Corrente Comunista Revolucionária-CCR (seção no Brasil da CCRI) 02 de Novembro de 2018, www.elmundosocialista.blogspot.com

Segundo os dados oficiais divulgados pela própria Justiça Eleitoral, controlada totalmente pela direita e pela burguesia, do total do eleitorado, o ultrarreacionário candidato Jair Bolsonaro conquistou 55% dos votos válidos, mas apenas 39% dos eleitores registrados. Tendo isso como referência, Fernando Haddad ganhou 32%. Votos nulos, brancos e abstenções chegaram a 29%. Somando-se os votos do candidato do PT com os votos nulos, brancos e abstenções, resulta que 61% (41 milhões) do eleitorado não votou em Bolsonaro.
Essa não foi uma eleição comum. Tratou-se de um processo eleitoral absolutamente fraudado. A Fraude se tornou possível primeiro a partir do momento em que o principal candidato, o preferido pelas massas pobres e oprimidas, Lula da Silva, naquele momento ele tinha mais de 40% das intenções de votos, foi afastado do processo eleitoral por uma condenação absolutamente falsa e com fortes evidencias de cerceamento da sua defesa pelo poderoso juiz Sergio Moro. Pode-se acrescentar que nunca desde o fim da ditadura em 1985 os militares tiveram um papel tão decisivo como agora em 2018. Não só porque Jair Bolsonaro é capitão reformado do exército, e seu vice um general também reformado, como pelas constantes opiniões dos altos escalões militares sobre não reconhecer uma possível vitória da esquerda, entenda-se, vitória do Partido do Trabalhadores-PT. 

De acordo com o website UOL "Os militares ocuparão áreas estratégicas em áreas como saúde, segurança, infraestrutura, trabalho, meio ambiente, internacional, justiça e defesa". Em resumo, o regime já possui uma forte influência do comando militar, tendo chegado ao poder através de manobras e controle das eleições que facilmente se pode caracterizar essa eleição como uma fraude. 

Foram 3,5 milhões de títulos de eleitor cancelados poucos dias antes das eleições, supostamente por falta de registro na biometria. Esses títulos são, em sua esmagadora maioria da região nordeste, de gente pobre e sem recursos para tentar resolver o problema junto à justiça eleitoral. 

Dois dias antes do segundo turno, universidades públicas foram invadidas pelas polícias militares. O motivo foram as várias palestras com o tema quase sempre alertando sobre o perigo do fascismo, sem especificar o nome de Jair Bolsonaro, mas a polícia vestiu a carapuça e proibiu as palestras. Foi necessário que ministros do Supremo protestarem contra essa flagrante inconstitucionalidade obrigando a repressão a se retirarem das universidades. 



As redes Sociais e as Fake News

As fake news e as mensagens através de robôs via WhatsApp, pagas por ricos empresários a favor de Bolsonaro foram mais uma vez nesse segundo turno um dos fatores determinantes para a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro. Mas o tribunal eleitoral simplesmente achou que isso não foi importante. Parte da população demonstrando um bom humor mesmo na tragédia já está dando o apelido jocoso a Bolsonaro de "presidente WhatsApp". 



Os Futuros Ataques à Classe Trabalhadora 

As primeiras entrevistas de Bolsonaro, já definido como presidente eleito, sobre economia indicam a continuidade do governo Temer quanto às privatizações, com exceção de áreas que ele considera estratégicas como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, entre outros, a mesma coisa com o setor de energia elétrica. 

Por outro lado, o futuro novo ministro da economia é um Chicago boy, Paulo Guedes, que um dia após a vitória, se apressou em garantir ao sistema financeiro em fazer a famigerada reforma da previdência, e em futuro próximo fazer a privatização total no modelo de capitalização individual, um modelo já fracassado implantado no Chile de Pinochet, mas devemos lembrar que foi preciso para a burguesia e o sistema financeiro a implantação de uma ditadura sangrenta, com mais de 30 mil vítimas, naquele país para a implantação daquelas duras reformas neoliberais.


Geopolítica e Economia sob o futuro governo Bolsonaro 
Do ponto de vista político e econômico, o governo Bolsonaro tende a se aproximar muito mais dos EUA de Donald Trump e diminuir ações do acordo Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai).  

Isso implica necessariamente um grave problema para a potência imperialista China, atualmente o maior investidor estrangeiro no Brasil. O governo chinês através do website China Daily, no dia 30 de outubro, fez uma forte advertência ao eleito Bolsonaro com a manchete " Nenhuma razão para o "Trump dos Trópicos Romper Relações Econômicas Com a China" afirmando que se ele seguir o estilo de Donald Trump de confronto econômico com a China o Brasil será o maior prejudicado (economicamente). http://usa.chinadaily.com.cn/a/201810/29/WS5bd702e9a310eff303285424.html.

 

No que se refere às relações com a Venezuela a tendência é piorar. Seguindo a política do governo estadunidense, alguns mais exaltados dentro da equipe de Bolsonaro, como o vice General Mourão chegaram inclusive a defender uma intervenção conjunta com a Colômbia para intervir na Venezuela, mas por enquanto foram desautorizados pelo novo presidente.  

Outra expressão do caráter reacionário do governo Bolsonaro é a decisão de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Embora essa decisão esteja de acordo com o desejo da base evangélica de Bolsonaro, isso pode criar problemas para as exportações brasileiras para os países muçulmanos. A exportação de carne e aves para os países muçulmanos equivale a 13 bilhões de dólares por ano. 


A repressão contra os movimentos sociais/ Nova "Lei antiterrorista" aprovada por Temer 

Enquanto todos estavam preocupados com as eleições, o golpista presidente Temer aprovou a lei O decreto federal de número 9.527/2018. De acordo com o website redebrasilatual essa lei poderá "permitir a perseguição a movimentos sociais e entidades que representam os trabalhadores e minorias. Essa nova lei trata da criação de uma força-tarefa de inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil, e "poderá ser usada por um governo extremista para criminalização dos movimentos sociais, segundo ativistas. Mas a falta de definição sobre o conceito de atividade terrorista pode ser uma brecha para a atuação de membros do Executivo e do Legislativo contra organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem teto (MTST).". https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/10/decreto-de-temer-pode-ser-usado-por-extremistas-para-criminalizar-movimentos-sociais


A resistência dos partidos de esquerda e dos movimentos de massa

Em nota divulgada logo após o resultado da eleição presidencial, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, onde se articulam diversos movimentos, organizações populares e partidos de esquerda declararam "que as eleições terminaram, mas a luta pela democracia e pelos direitos sociais estão apenas começando. Ou seja, o resultado das eleições abre uma janela de resistência popular contra o fascismo.". https://www.esmaelmorais.com.br/2018/10/frentes-brasil-popular-e-povo-sem-medo-articulam-resistencia-democratica/ . 

O oportunista PSTU, o mesmo que se recusou a resistir contra o golpe de estado contra o governo Dilma (e na prática apoiou o golpe ao defender os slogans para derrubar o governo do PT), agora sente o perigo, e em seu website chama pela unidade com as forças progressistas e declara a necessidade de "Uma frente única para unir os de baixo para defender nossos direitos", https://www.pstu.org.br/nota-do-pstu-sobre-o-resultado-das-eleicoes-os-desafios-da-classe-trabalhadora-com-a-eleicao-de-bolsonaro/.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara e reeleito com mais de 133 mil votos, em nome do Partido está chamando para "a construção de uma frente ampla em defesa da democracia e a mobilização pela libertação do ex-presidente Lula são as principais tarefas da esquerda e dos setores sociais que foram às ruas contra a candidatura de Jair Bolsonaro no segundo turno da campanha presidencial.". http://www.pt.org.br/pimenta-defende-frente-ampla-para-manter-a-luta-por-democracia/.  

O Partido da causa Operária está chamando pela 2ª Conferência Nacional Aberta Contra o Golpe e o Fascismo. A 1 ª conferência foi realizada em julho de 2018 com cerca de mil delegados de todo o país em que compareceram os camaradas do CCR e junto com outras organizações do movimento de massa.


Perspectivas

A seção brasileira da CCRI estará não só participando dessa nova Conferência contra o golpe, como estaremos nas ruas junto com os movimentos sociais e as lutas. Somos categóricos em reafirmar que única defesa que o povo brasileiro tem contra o regime militarizado ultrarreacionário que já está em vigor é nossa luta e organização independentes. O que é necessário é a formação imediata de uma ampla frente unida de todas as organizações de massas da classe trabalhadora e oprimida (CUT, PT, MST, MTST, etc.) para organizar uma resistência de massas contra o governo Bolsonaro e seus ataques reacionários. Tal resistência deve incluir manifestações de massa e greves. Em última análise, é urgente preparar uma greve geral política para derrubar Bolsonaro! 

Cada vez mais devemos organizar nossas próprias forças nas cidades e nas periferias junto com os camponeses pobres, mulheres, negros, povos indígenas, a comunidade LGBT! Por isso, precisamos nos organizar em Comitês de Ação, bem como em Comitês de Defesa Popular, a fim de nos defender contra a repressão policial e os ataques fascistas. Não vamos deixar o fascismo crescer!




* Por uma Frente Única de todas as organizações de massa da classe trabalhadora e dos oprimidos
(CUT, PT, MST, MTST, etc.)

* Pela criação de comitês de ação em fábricas, sindicatos, bairros, favelas e regiões periféricas em defesa de nossos direitos, bem como contra o governo do golpe e qualquer intervenção militar. Por comitês de autodefesa dos trabalhadores e pobres nos bairros e periferias!

* Não à criminalização de manifestações políticas e à criminalização dos movimentos sociais! Pela revogação do decreto 9.527/18 que aponta para a criminalização das ações do movimento de massa.

* Segurança pública não é o papel das Forças Armadas! Pelo cancelamento da intervenção militar federal no estado do Rio de Janeiro!

* Liberdade imediata para Lula da Silva!

* Abaixo a lei constitucional que permite ao exército intervir em questões políticas!

* Organizar manifestações de massa e greves contra o governo de Bolsonaro e seus ataques reacionários! Preparar para uma greve geral política para derrubar Bolsonaro!

* Pela Assembleia Constituinte Revolucionária!

* Por um governo dos trabalhadores em aliança com os pobres urbanos e rurais!

* Por um partido operário revolucionário - um novo Partido Mundial da revolução socialista!