segunda-feira, 13 de junho de 2022

Eleições na França: a Europa e o mundo se voltam para a esquerda

 

13 de junho de 2022

por Claudio Colombo

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https://convergenciadecombate.blogspot.com/2022/06/elecciones-en-francia-europa-y-el-mundo.html?m=1

De acordo com nossos cálculos,  a Nupes (Nova União Popular Ecológica e Social é uma coligação política de esquerda de França liderada por Jean-Luc Melénchon) está muito ligeiramente à frente com 26,10%, comparado a 25,81% da coligação Juntos!, enquanto o site do Ministério do Interior dá para à Juntos! ligeiramente à frente com 25,75%, comparado a 25,66% para Nupes. (Le Monde, França, 13 de junho).

O resultado é um paradoxo surpreendente em um país que elegeu duas vezes um presidente centro-liberal (Emmanuel Macron em 2017 e 2022), consagrou duas vezes um candidato da extrema direita, Marine Le Pen... (Página 12, 13 de junho).

Além do fato de que a aliança liderada por Melenchon - comunistas, socialistas, "verdes" e outros setores - não tem nada de revolucionário, sua vitória na primeira rodada indica a existência de uma virada à esquerda no movimento de massas, que na América Latina vem se manifestando com as vitórias de Boric no Chile, Petro na Colômbia, Castillo no Peru, Arce na Bolívia.

Em breve, nas eleições brasileiras de outubro, veremos outro exemplo desta tendência, com milhões de votos para o candidato do PT Lula, que provavelmente retornará ao governo pela terceira vez. Desde nossa corrente não chamamos a votar em nenhum desses personagens, pois estamos convencidos de que eles são a "perna esquerda" do sistema capitalista!

No entanto, seus avanços eleitorais estão anunciando de forma distorcida o início de uma nova onda de recrudescimento operário e popular, uma tendência global que está prestes a se tornar revolucionária, porque os trabalhadores e os povos, que já estão levantando a guarda, estão se preparando para travar uma lutatremenda - como já está acontecendo no Sri Lanka e em outras regiões - contra os planos capitalistas, que se tornarão cada vez mais duros.

Tudo isso será combinado, além disso, com o surgimento, desenvolvimento e consolidação de líderes e organizações de extrema direita - de diversas formas - que desempenharão um papel fundamental neste período de grande polarização política e militar. Em última análise, haverá um confronto cada vez mais direto entre a Revolução e a Contra-Revolução.

Neste contexto, a tarefa da esquerda revolucionária é traçar linhas com estas novas variantes do populismo, que não propõem nada diferente do que as opções mais "de direita" ou fascistas propõem. No final, todos eles querem que os trabalhadores e os pobres paguem pelos pratos quebrados da crise burguesa.

Aqueles de nós que agitam as bandeiras do socialismo devem se postular corajosamente como uma opção pronta para não se comprometer com nenhum desses setores, que se pintam de "vermelho" para conter e desviar as rebeliões que se aproximam. A luta feroz contra todas essas variantes será, a partir de agora, a única maneira de nos prepararmos para colaborar com o triunfo da Revolução Socialista.


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