10 de Julho de 2021
No último sabado, dia 03 de julho, ocorreram novos grandes atos populares contra o governo Bolsonaro em mais de 300 cidades do País. Os atos não foram maiores nem ocorreram em mais cidades do que os anteriores do dia 19 de junho por causa do pouco tempo de preparação e convocação popular entre essas datas. De qualquer forma fala-se que pelo menos 800 mil pessoas comparaceram aos atos em todo país. Em muitas cidades, além do grito “Fora Bolsonaro!” foi lembrada a defesa da floresta amazônica e dos povos indígenas que lutam contra o atual Projeto de Lei 490, que tramita no Congresso Nacional, ameaça ao direito de demarcação de Terras Indígenas.
A organização do movimento decidiu antecipar os atos que havia sido marcado para o longínquo 24 de julho. Isso se deveu a um aumento da pressão sobre o presidente por parte Comissão Parlamentar de Inquérito-CPI Que investiga no senado os atos do governo Bolsonaro com relação ao gerenciamento da pandemia Covid-19. Na mesma semana o conjunto dos partidos esquerdas( PT-PcdoB, PCO, PDT, PSTU) e setores da direita tradicional anti-bolsonarista (inclusive setores que fomentaram o golpe de estado de 2016) se juntaram para entregar ao presidente da câmara federal, Arthur Lira, um denominado super-pedido de impeachment contra o presidente, ou seja, um conjunto unificado dos mais de 120 pedidos de impechment contra o presidente
Nos dias anteriores surgiram evidências de que o verdadeiro motivo para Bolsonaro ignorar as compras de vacinas oferecidas pela empresa Pfizer durante todo o ano de 2020, alegando preços muito altos, era uma farsa. Entrou em contradição com o surgimento de uma denúncia de que em abril de 2021 foi firmado um contrato com uma empresa fantasma para importação da vacina Covaxin, frabricada na Índia, com um superfaturamento chegando a 1 bilhão e meio de reais e que os envolvidos, membros graduados do Ministério da Saúde, receberiam proprina 1 dolar por cada dose de vacina. Os mais cantados slogans na manifestação foi de 03 de julho “Nossa vida vale 1 dólar!” e “ Não era negacionismo! Era propina!”.
Mesmo com todo o conjunto de denúncias de corrupção envolvendo o presidente e sua família, as pesquisas demonstram a ele um apoio de quase 30%. Bolsonaro também tem uma maioria de 300 congressistas que ainda o sustenta na câmara federal, e mais importante, as Forças Armadas conta com milhares de cargos na máquina pública. (fala-se em pelo menos 6 mil militares no governo). Não é à toa que Bolsonaro gosta de alardear que o Exército Brasileiro é o “seu exército”, obviamente uma mal disfarçada ameaça. A cada semana ele declara que não vai reconhecer algo diferente que não seja a sua vitória em 2022 e que qualquer outro resultado “Seria uma fraude!”.
As pesquisas atuais mostram que o candidato a presidente que lidera as pesquisas é Lula da Silva-PT, com fortes possibilidades de vitória já no primeiro turno. Por isso o conjunto das esquerdas reformistas, com a liderança do Partido dos Trabalhadores à frente apostam tudo na democracia burguesa, portanto, apoiam nas eleições presidenciais de Outubro de 2022 a criação de uma Frente Ampla com a direita tradicional. Obviamente, a tal Frente Ampla ,se acontecer, será com prejuizos aos trabalhadores e oprimidos, pois a agenda aconômica neoliberal se manterá, as tais reformas estruturais, na verdade significa a destruição total da presença do estado no seu papel social e a garantia dos privilégios dos mais ricos.
A direita tradicional e seus partidos ( PSDB, PMDB,DEM, PP,etc.) ainda não tem qualquer nome de peso do que seria uma terceira opção. Porém qualquer prognóstico 16 meses antes das eleições presidenciais de 2022 é mera especulação. Não é possível descartar que a burguesia opte pelo impeachment de Bolsonaro elevando o vice-presidente general Mourão, um militar tão reacionário quanto o presidente, que serviria para manter o status quo para os militares e garantindo a continuidade das reformas neoliberais.
Nós da Corrente Comunista Revolucionária-CCR, seção brasileira da RCIT, estivemos presentes em todos grandes atos contra o governo Bolsonaro desde 29 de Maio (1) e ns manifestação seguinte em 3 de Julho em que declaramos: “Não podemos perder mais tempo com ilusões eleitorais apontando para 2022. Precisamos fortalecer as lutas nas ruas agora. Pressionar os grandes partidos de Esquerda a uma grande mobilização efetivamente nas ruas para derrubar o regime bonapartista de Bolsonaro/Mourão e suas medidas econômicas neoliberais. Nos últimos meses ficou claro que o pior vírus que o povo Brasileiro enfrenta hoje chama-se esse arqui-reacionário governo Bolsonaro/Mourão.”. Enfatizamos também que rejeitamos a formação de uma Frente Ampla com os partidos de direta tradicional e, pelo contrário, defendemos uma Frente de Esquerda dos Trabalhadores.
* Derrotar a extrema direita neofascista e a direita tradicional nas ruas!
* Nenhuma ilusão no campo eleitoral visando 2022! Abaixo a Frente Ampla com os tradicionais partidos de direita!
* Revogar todas as medidas econômicas neoliberais, tais como a Reforma da Previdência, a reformas trabalhista, as privatizações passadas e futuras, e principalmente a reforma administrativa!
* Não a qualquer intervenção das Forças Armadas!
* Tributar as grandes fortunas. Que os ricos paguem pela crise!
* Vacina para todos os que as desejarem voluntariamente!
* Pelo fim das polícias militares e da violência Policial!
* Criar Unidades de autodefesa e as milícias populares nos bairros e nos locais de trabalho!
* Fora o governo Bolsonaro/ Mourão!
* Greve geral para derrubar o governo Bolsonaro/Mourão
1 http://elmundosocialista.blogspot.com/2021/06/o-slogan-fora-bolsonaro-finalmente.html
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