Declaração Conjunta do Coletivo de Emancipação Proletária-CEP e da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI/RCIT, 2 de julho de 2020, www.thecommunists.net
English version:
https://www.thecommunists.net/worldwide/latin-america/fit-argentina-a-scandalous-betrayal-of-the-heroic-palestinian-masses/
https://www.thecommunists.net/worldwide/latin-america/fit-argentina-a-scandalous-betrayal-of-the-heroic-palestinian-masses/
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1. Em 18 de junho de 2020, os três deputados da Frente de Izquierda y de los Trabajadores-Unidad-FIT-U da Assembleia Legislativa da cidade de Buenos Aires votaram a favor de um projeto de lei que abre as portas para criminalizar aqueles que se manifestarem contra o Estado sionista de Israel e seus crimes contra o povo palestino. (*) Este projeto de lei foi baseado na notória definição de "antissemitismo" por parte da Aliança Internacional de Recordação do Holocausto-(conhecida pela sigla em inglês-IHRA) que denuncia qualquer forma de anti-sionismo. Esta definição da IHRA é defendida pelo governo israelense e muitos estados imperialistas. Já foi usado pelos governos europeus para criminalizar ativistas pró-palestinos. Portanto, socialistas e ativistas pró-palestinos em todo o mundo, incluindo o movimento de boicote à Israel denominado Boicote, Desinvestimento e Sanções-BDS, condenaram há anos a definição pró-sionista da IHRA.
2. O marxismo
autêntico deve ser intransigentemente oposto ao antissemitismo e ao sionismo,
que é inerentemente racista. O Coletivo
de Emancipação Proletária (CEP) e a Corrente Comunista Revolucionária
Internacional (CCRI/RCIT) e seus companheiros na Palestina ocupada pedem o
direito irrestrito de devolver todos os refugiados palestinos à sua terra
natal, a abolição do Estado sionista fascista e a criação de um único Estado
democrático em toda a histórica Palestina ("desde o rio até o mar") que terá uma população
palestina majoritária. Apoiamos incondicionalmente a luta de libertação
palestina e defendemos a derrota do inimigo sionista. Pedimos a abolição
imediata de todas as leis que discriminam e criminalizam o anti-sionismo.
3. O apoio do
Projeto de Lei Sionista representa uma capitulação sem precedentes dos
parlamentares do FIT-U. Sem surpresa, isso levou à rejeição de numerosos
ativistas, incluindo muitos militantes dos partidos FIT-U. Quando a pressão
pública dos ativistas progressistas tornou-se muito forte, os três deputados
publicaram nove (!) dias após uma declaração anunciando a "retificação de seu erro". Eles forneceram a desculpa esfarrapada de que eles não tiveram
tempo suficiente para ler o projeto de lei. Não é possível acreditar nisso. Os três deputados com seu
aparato de assessores realmente não leem os projetos em que estão votando? E
eles nem leem esses projetos nos dias após a votação? Parece que estão achando
que a base da FIT-U são tolos! Na verdade,
outro deputado de esquerda (do "Autodeterminação
e Liberdade") votou contra esse projeto e o denunciou no mesmo dia em
público. O FIT-U neste momento faz uma confissão involuntária, uma vez que eles
mostram que "na dúvida" eles votam junto com o inimigo de classe.
4. O CEP e a
CCRI/RCIT denunciam firmemente a capitulação pró-sionista dos membros da FIT-U.
Apoiar um projeto pró-imperialista e pró-apartheid não é "um erro"
que pode ser "corrigido". Ela está apoiando o campo inimigo
imperialista. Ainda mais que os deputados obviamente não consideraram isso um
erro por si só, mas somente fizeram uma fraca "autocrítica" nove dias
depois, quando um grande repúdio não lhes deixou alternativa. O voto da FIT-U é
particularmente cínico, pois ocorreu nas
mesmas semanas em que o Estado sionista prepara novas anexações do
território palestino na Cisjordânia. Para fazer uma analogia histórica, não foi
apenas um "erro" quando os deputados social-democratas votaram a
favor do orçamento de guerra em agosto de 1914. Foi uma traição reformista
contra a classe trabalhadora internacional!
5. Este
escândalo mostra o quanto os setores centrais dos líderes da FIT-U (os três
deputados pertencem aos dois partidos mais fortes nesta aliança: PTS e PO), já
se adaptaram oportunistamente à pressão do público burguês. Também vimos isso
nos últimos meses, quando os líderes da FIT-U de fato capitularam à pressão da
classe dominante e apoiaram a política de quarentena reacionária sob à
cobertura da pandemia COVID-19. Esta política pró-quarentena é uma capitulação
social-bonapartista à política antidemocrática da burguesia que expande o
repressivo aparato estatal durante um
período da pior crise da economia mundial capitalista. Porque a quarentena e o estado
de sítio é o que amarra as mãos da classe trabalhadora e dos setores populares
que defendem as massas palestinas. Essa esquerda defensora do regime de
quarentena é a que sustenta este ataque em âmbito mundial, impedindo que as
massas se levantem contra o atual ataque sionista aos palestinos.
6. A Esquerda da
Quarentena "suspendeu" a luta de classes no meio de uma guerra com a
burguesia amarrando as mãos da classe trabalhadora. Porque hoje, na Argentina,
a verdadeira instituição que governa é um
regime bonapartista de um homem só, baseado na polícia e nas forças armadas. As
"sessões" do parlamento são apenas uma decoração para validar um disfarce "democrático" o estado
de sítio e o "apartheid" nos bairros da classe trabalhadora como
vimos acontecendo na Villa Azul ou em bairros da classe trabalhadora
de Córdoba, o ataque à Assembleia Oeste de Mendoza aprisionando a companheira
Micaela. A repressão e o "gatilho fácil" é moeda comum. Em Tucumán há
poucos dias, a polícia assassinou, do mesmo modo como a polícia dos EUA
assassinou George Floyd, um trabalhador em Tucumán. ao mesmo tempo há um draconiano aumento do
custo de vida, das demissões e suspensões de contratos de trabalho, etc.
7 . Todos os
revolucionários ativistas da FIT-U não devem aceitar a desculpa esfarrapada dos três deputados pelo seu voto
pró-sionista. Pois isso não é apenas uma questão de repudiar um voto
"errado" de três legisladores que estariam dormindo e acordaram para
votar. Insistimos que confessem que votaram leis com a burguesia. O tempo passa
e o estado sionista fascista de Israel está fazendo mais avanços nesta guerra
de extermínio, por isso propomos:
Convocamos todos
os trabalhadores das listas de oposição à burocracia, todos os centros
estudantis, das estruturas, das fábricas que a FIT-U lidera e tem influência a convocar assembleias da base e que eles exijam que a direção
da FIT-U rompa com a política burguesa, opondo-se a todas as leis que
permitem o estado de sítio e à política
de quarentena , rejeitando todas as formas de apoio ao sionismo, etc.! Além disso,
a FIT-U deve romper com sua política eleitoral, ou seja, deve se afastar de seu
foco em participar de eleições parlamentares, e concentrar-se na organização da
luta de classes em locais de trabalho, bairros e ruas.
Propomos que
essas assembleias básicas convoquem uma marcha para a embaixada israelense
contra a ofensiva do Estado sionista à Cisjordânia, contra à
continuação da colonização do
território palestino!
Nestas
assembleias de trabalhadores e estudantes combativos chamamos no sentido de que
a luta pela causa palestina seja a bandeira da luta do movimento dos trabalhadores e dos estudantes!
Façamos
manifestações, comícios, atos, defendendo as massas palestinas e contra a
agressão sionista!
Pela destruição
do Estado sionista de Israel! Por uma Palestina revolucionária, operária e
socialista!
Todos os
militantes que ainda acreditam no projeto da FIT-U devem agir agora!
(*) Enquanto o CEP vê Israel como um estado fascista,
o RCIT caracteriza-o como um estado racista colonialista
Coletivo de Emancipação Proletária (Argentina, Chile)
Corrente Comunista Revolucionária Internacional (Brasil, México, Paquistão, Caxemira, Sri Lanka, Coreia do Sul,
Israel/Palestina Ocupada, Iêmen, Nigéria, Quênia, Rússia, Grã-Bretanha,
Alemanha e Áustria)
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