sábado, 25 de agosto de 2018

BRASIL: O REGIME DE EXCEÇÃO A UM PASSO DE SE TORNAR UM PÁRIA INTERNACIONAL



Declaração de Corrente Comunista Revolucionária-CCR, 23/08/2018


Em 1985, como presidente do Brasil, José Sarney, primeiro presidente civil após o fim da ditadura militar, abriu a sessão inaugural da 40ª Assembléia Geral das Nações Unidas. No discurso, destacou a volta do Brasil à democracia e condenou o apartheid, regime de segregação racial praticado na África do Sul. O presidente deu ao mundo o tom de como o Brasil, a partir daquele momento se posicionaria em suas relações exteriores. Na ocasião, Sarney também comunicou a ONU, a decisão de aderir aos Pactos da Organização de Direitos Civis e Políticos e às Convenções contra a Tortura e sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
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Exatos 38 anos depois,  dia 17 de agosto de 2018 o Comitê de Direitos Humanos da ONU solicitou ao governo do  Brasil que garanta os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão e não o impeça de concorrer na eleição presidencial de outubro até que sejam completados todos os recursos de sua condenação. A manifestação do Comitê aconteceu a partir de pedido da defesa de Lula, apresentado em abril deste ano. Neste momento Lula está preso, quase incomunicável, proibido de participar dos debates eleitorais nas rádios e nas redes de televisão, enquanto nas pesquisas eleitorais alcança quase 40% das intenções de voto.

Os principais juristas defendem que  o Brasil quando voluntariamente tomou a  decisão de aderir Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos automaticamente transformou esse tratado internacional em lei que deve ser cumprida internamente. O país deveria , portanto, vincular-se às decisões das Organização das Nações Unidas no âmbito deste documento, como são aquelas advindas do Comitê de Direitos Humanos da ONU. Cristiano Zanin, um dos advogados de Lula reforçou que “essa é uma decisão obrigatória, é uma decisão que o Brasil tem que cumprir. O Brasil soberanamente se obrigou a aceitar a jurisdição do Comitê de Direitos Humanos da ONU, uma liminar desse órgão internacional tem que ser cumprida, é obrigatória!”. Zanin lembrou ainda que há trabalhos doutrinários de importantes juristas brasileiros, bem como precedentes nos tribunais, reconhecendo não só a validade como o caráter
obrigatório das decisões do comitê da ONU.

 Mas não tenhamos ilusões. A Organização das Nações Unidas é um órgão controlado pelos Estados Unidos e pelos países imperialistas.  O  motivo mais provável para essa decisão do Comitê dos Direitos Humanos pode estar relacionado ao  temor do imperialismo mundial de que a situação política no Brasil pode sair do controle e gerar uma situação pré-revolucionária que poderia se espalhar pela América do Sul num exato momento em que o governo da Venezuela é o foco das ameaças de intervenção.

De qualquer forma, a reação contrária ao documento Comitê da ONU por parte do governo  golpista  reacionário de Michel Temer foi imediata. O ministro da Justiça,  Torquato Jardim, disse que a decisão liminar para que o Brasil adote "as medidas necessárias" para garantir a participação de Lula nas eleições não tem "nenhuma relevância jurídica,uma intromissão política e ideológica indevida ".

Essa mesma notícia que beneficia Lula que foi destaque nos principais jornais do mundo, tais como o NyTimes, le Monde, El País, The Guardian, etc, foi totalmente ignorada pelos principais jornais brasileiros, começando pela Toda-Poderosa rede Globo de Televisão. Porém, não conseguindo manter o segredo por muito tempo, decidiu,  A Globo decidiu diminuir o impacto  da notícia afirmando que a declaração do Comitê de Direitos Humanos da ONU não tinha valor nenhum, era apenas uma recomendação.

Fica claro a quem quiser enxergar que a discussão extrapola os meios jurídicos e passa a ser essencialmente político. Se Lula, estando preso e incomunicável, alcança 39% de aceitação  nas pesquisas, por parte de uma população que viu seus direitos sociais, trabalhistas e civis sendo explodidos após o golpe de estado em 2016, é para se imaginar o que seria com ele solto e fazendo campanha.

O caso da extrema duvidosa  condenação de Lula da Silva , com forte teor político, não é o único nos últimos anos. O regime de exceção se direciona contra a grande maioria da população com algumas medidas dignas de um regime de Apartheid. A presunção de inocência até o recurso judicial em última instância foi jogada no lixo. As delações premiadas conseguidas  sob torturas psicológicas com os suspeitos de corrupção só são concretizadas após um ameaças de vários e longos anos de prisão fazem com que o acusado vai acusar a própria mãe. As chamadas Conduções Coercitivas acompanhadas de forma sensacionalistas pelas redes de televisão, sem que o cidadão tenha sido antes informado ou mesmo convocado se tornaram um espetáculo midiático judicial.

A desmoralização da política e dos políticos patrocinada pela mídia e pelo judiciário transformou o poder legislativo e executivo em meros coadjuvantes. Hoje no Brasil, de forma não muito sutil, o governo de fato é exercido pelo Supremo tribunal Federal junto com poderosa Rede Globo de televisão em associação com o Ministério Público. Os membros dessas instituições se tornaram como superstars da “luta contra a corrupção”, mas na verdade com fortes tendências totalitárias semi-fascistas. Inclusive o Ministério Público chegou  a propor o fim do direito ao Habeas Corpus.

Dentro desse contexto não causa nenhuma  surpresa a reação de arrogância da elite governante brasileira ao documento da ONU que pede respeito às próprias leis da constituição brasileira. Em não cumprindo a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU, como estabelece a lei, o governo brasileiro está a um passo de se tornar um pária internacional como era a África do Sul na época do Apartheid

Como adendo e esses elementos de crise, o  candidato do sistema financeiro, do imperialismo e da burguesia nacional, Geraldo Alckmin, ex-governador do estado de São Paulo, o mais rico da federação não passa de 5% nas pesquisas eleitorais. O  reflexo disso é que a moeda nacional, o Real, está sofrendo um ataque especulativo do mercado,  tendo passado essa semana para mais de 4 reais para comprar 1 dólar, muito similiar ao que está acontecendo na Turquia.Cada vez fica mais claro que a disputa  presidencial, por um lado deverá ficar entre a extrema-direita semi-fascista representado pelo candidato Jair Bolsonaro e por outro lado a esquerda com Lula da Silva ou seu susbstituto no PT (Fernando Haddad) ou outro candidato considerado de esquerda. Mas mesmo essa possibilidade pode ser atropelada pelos acontecimentos futuros próximos.


Faltando pouco mais de 5 semanas para a eleição presidencial  estamos testemunhando um verdadeiro impasse que gera as seguintes dúvidas: 1) Se aumentar a crise política e econômica haverá realmente eleições em Outubro? 2) O vencedor, se for de esquerda, realmente tomará posse?3) Se tomar posse chegará até o fim do mandato? 4) De qualquer forma, como ficarão as reformas estruturais neoliberais?

A posição do CCR é claramente pelo fim do regime de exceção, consequentemente pelo retorno da democracia e pelo fim de todas as reformas feitas pelo governo golpista reacionário de Michel temer. Não temos ilusões quanto à democracia burguesa, no fundo sabemos que todas as eleições  são controladas pelo burguesia. Porém, o enfraquecimento ou a  destruição dos poucos direitos  que a classe trabalhadora possui dentro da democracia burguesa  é algo que deve chamar a atenção dos revolucionários.


* Não à criminalização de manifestações políticas e dos movimentos sociais!
* Liberdade imediata para Lula da Silva e seu direito de concorrer às eleições presidenciais!
* Abaixo todas as medidas de regime de exceção, tais como as  conduções coercitivas e as  delações premiadas!
* Segurança pública não é o papel das Forças Armadas! Pelo cancelamento da intervenção militar federal no estado do Rio de Janeiro!
* Pela criação de comitês de ação em fábricas, sindicatos, bairros, favelas e regiões periféricas em defesa de nossos direitos e contra o governo golpista e contra qualquer intervenção militar! Pelos comitês de autodefesa dos trabalhadores e pobres nos bairros e periferias!
* Abaixo a lei constitucional que permite ao exército intervir em questões políticas!
* Pela Assembléia Constituinte Revolucionária!
* Por um governo dos trabalhadores em aliança com os pobres urbanos e rurais!
* Por um partido operário revolucionário - um novo partido mundial da revolução socialista! Pela quinta internacional!



terça-feira, 21 de agosto de 2018

SOLIDARIEDADE AOS IMIGRANTES VENEZUELANOS!


   As imagens poderiam ser confundidas com fotografias que ilustraram as reportagens sobre a crise de imigrantes que foram e, ainda estão sendo hostilizados por grupos de direita nas fronteiras da Europa com o norte da África. Mas as cenas de violências e agressões contra cidadãos e famílias de refugiados ocorreram em Pacaraima, cidade do Estado de Roraima, oficialmente com 12 mil habitantes, na fronteira norte entre a Venezuela e o Brasil. Vários lugares de refúgio de venezuelanos que fogem da crise política e econômica em seu país foram atacados sábado (18 de agosto) por vizinhos furiosos na cidade de Pacaraima no norte do Brasil.

    Na manhã daquele sábado, um comerciante brasileiro foi ferido e sua família acusou um imigrante venezuelano de assaltá-lo e roubá-lo. Cerca de mil imigrantes até então viviam nas ruas. Em retaliação, dezenas de moradores atacaram os dois principais campos migratórios improvisados ​​e queimaram seus pertences, conforme informoua força-tarefa encarregada de administrar o fluxo de migrantes. Imagens transmitidas por estações de TV locais e divulgadas pelas agências internacionais mostram partes de um acampamento queimado.

  Vídeos filmados pelos próprios habitantes de Pacaraima são testemunhas de cenas de confrontos, enquanto as ruas que fazem fronteira com a fronteira estão cheias de escombros. "É terrível, eles queimaram as tendas e tudo dentro", disse Carol Marcano, uma venezuelana que trabalha na capital regional Boa Vista e que estava na fronteira naquele dia.

  Em um comunicado, o governo venezuelano pediu ao governo brasileiro que "tome todas as medidas de proteção e segurança" em relação aos cidadãos venezuelanos. Ao mesmo tempo, a governadora do estado de Roraima, Suely Campos, pediu a Brasília reforços de segurança para "lidar com o aumento do crime", que ela atribui ao crescente número de venezuelanos na. Região. O Ministério da Segurança Pública do Brasil informou que enviará um contingente de 120 homens, que chegará na segunda-feira e se juntarão às equipes já presentes na região.

A tradição do povo brasileiro com relação aos imigrantes

  Nunca é demais lembrar que esses imigrantes originários dos nossos vizinhos da América do Sul e mesmo da América Central, como por exemplo os haitianos vêm sendo submetidos a situações de exploração extrema, pode-se dizer tratados como escravos ou semi-escravos, basta observar o caso da comunidade boliviana nas confecções têxteis em São Paulo, ou de haitianos na construção civil em diversas cidades do Brasil. Vamos lembrar também que migrantes brasileiros ainda vem sendo barrados em aeroportos da Europa e Estados Unidos, portanto sofrendo a mesma odiosa discriminação de xenofobia que agora o nosso país vergonhosamente mostra ao mundo.

  O Brasil sempre se destacou por receber muito bem os imigrantes de qualquer país, é uma tradição antiga. Aliás, assim como todo o continente americano, com exceção dos grupos nativos indígenas e dos negros trazidos como escravos, todos somos de alguma forma descendentes de imigrantes.

O que foi que mudou nos últimos 03 anos?

  O que foi que mudou então para que uma parte da população brasileira adotasse as mesmas práticas discriminatórias, reacionárias e xenófobas?A resposta é o golpe de estado parlamentar de 2016 que derrubou a presidente legítima eleita e instalou um regime de exceção extremamente reacionário, conservador e com profundos ataques aos trabalhadores urbanos e aos camponeses pobres. Os cortes nos investimentos sociais e o aumento do desemprego causado pelas chamadas reformas estruturais ( previdência, trabalhista, educação, privatizações, etc) estão levando a um nível de empobrecimento da população a um nível de 100 anos atrás.

  É nesse contexto que, além de abandonar a sua própria população quanto aos direitos sociais e civis mínimos, existe uma total falta de uma política de Estado com relação aos vários imigrantes e refugiados (sírios, haitianos, bolivianos, senegaleses, etc) que buscam, no Brasil, refúgio e condições de sobrevivência. E essa situação explodiu agora no estado de Roraima.

A influência da campanha eleitoral

  Esse contexto é determinante para o agravamento da violência com padrões de xonofobia e discriminação amplamente estimulados pelo governo do estado de Roraima, comandado pela governadora Suely Campos do Partido Progressista-PP, pela imprensa sensacionalista e pelos discursos de grupos neo-fascistas. Informes da mídia especulam que a campanha pela reeleição da governadora está na linha de frente na ofensiva pela repressão aos refugiados venezuelanos na intenção de ganhar mais votos.Dias antes a governadora ingressou com uma ação na Suprema Corte para fechar a fronteira e impedir a chegada dos refugiados, algo que foi prontamente rejeitado pelo ministra do Supremo , Rosa Weber.

A Posição da Corrente Comunista Revolucionária-CCR

  A CCR, seção nacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI manifesta sua total solidariedade aos imigrantes venezuelanos e a todos os imigrantes em geral. Denunciamos a responsabilidade do Governo Temer e das elites em provocar o agravamento dessa situação com evidentes objetivos. Assim como na cidade do Rio de Janeiro, condenamos qualquer intervenção militar no estado de Roraima. A expansão dessa política de intervenção, em nome da segurança, numa época em que vivemos um regime de exceção pode abrir caminho para a militarização total do país. Além disso, uma possível militarização da fronteira com a Venezuela seria uma forma desse governo atender a uma exigência do governo americano ao governo brasileiro no sentido de pressionar o país vizinho e tentar derrubar o governo Maduro. Rechaçamos qualquer intervenção na Venezuela, tanto por parte dos Estados Unidos, tanto por parte dos países vizinhos. Não é o desmoralizado governo golpista de Michel Temer que nem o imperialismo americano que tem moral para dar lições de democracia a qualquer país.

* Todo apoio aos trabalhadores imigrantes e refugiados de qualquer país!
* Abertura das fronteiras !
* Imigrantes com os mesmos direitos dos nativos brasileiros!
* Não à intervenção militar no Rio de Janeiro, em Roraima e no páis!
* Não à qualquer intervenção imperialista ou do governo brasileiro no terrítorio da Venezuela!





quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Viena-Áustria-Lula Livre! Manifestação em Protesto Contra o Golpe de Estado no Brasil



Informe (com fotos e vídeos) da seção austríaca da Corrente Comunista RevolucionáriaInternacional (CCRI), 14.08.2018, www.rkob.net

Ontem, dezenas de pessoas - a maioria imigrantes latino-americanos - se reuniram em Viena perto da embaixada brasileira. Eles condenaram o golpe de estado institucional e exigiram a libertação do ex-presidente Lula. (Veja as fotos abaixo)

Camaradas da seção austríaca da CCRI participaram da manifestação. Michael Pröbsting, o Secretário Internacional da CCRI, fez uma intervenção. (Veja o vídeo abaixo)

Ao mesmo tempo que expressamos nossa crítica à política reformista de Lula e seu Partido dos Trabalhadores-PT, condenamos o golpe de estado institucional da burguesia reacionária e exigimos a libertação de Lula e de todos os demais presos políticos.

Também mostramos abaixo aos nossos leitores os numerosos informes e artigos da seção Brasil que podem ser lidos na seção América Latina do nosso site:
https://www.youtube.com/watch?v=_0DXGhdpuFU&t=3s
https://www.youtube.com/watch?v=35e7eumZiDI
https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/











sábado, 11 de agosto de 2018

Nicarágua: Solidariedade internacional com a revolta popular contra o regime Ortega-Murillo!

Declaração Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI, Colectivo Rebelión (México), Grupo Interdisciplinario de Participación Inclusiva (México), 10 de agosto de 2018



1.             Os trabalhadores nicaraguenses, pobres e jovens estão se levantando contra o regime repressivo do presidente Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo. Provocados pelo anúncio de uma reacionária reforma da previdência, em consonância com os ditames do imperialista Fundo Monetário Internacional, os protestos começaram em maio e foram transformados em um levante popular contra o corrompido regime até o presente momento.

2.             Em resposta aos pacíficos protestos de massa, o regime tentou suprimi-los com extrema brutalidade. Segundo grupos de direitos humanos, mais de 1.500 feridos 300 manifestantes já foram mortos. No entanto, as massas populares não param de lutar. Eles agora estão se defendendo contra a polícia e os bandidos do exército e conseguiram liberar alguns distritos importantes como Masaya que haviam sido liberados do controle do regime. Em vez de limitar suas demandas a uma retirada do programa de austeridade, eles agora pedem a renúncia de Ortega e Murillo.

3.             O regime de Ortega-Murillo alega que promove os interesses populares e as idéias do socialismo. Também afirma estar na tradição da heroica Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) que liderou a heroica revolução de 1979. A verdade é exatamente o oposto:  A FSL atual encabeça um regime antipopular e que serve aos interesses de um pequeno grupo capitalista e de seus senhores imperialistas. Não representa a continuidade da revolução de 1979, mas, ao contrário, a sua negação.

4.             O regime calunia os trabalhadores e jovens caracterizando-os como “agentes do imperialismo norte-americano”. Infelizmente, tal denúncia reacionária é repetida por várias forças pseudo-esquerdistas que geralmente e de forma oportunista tecem elogios à China, à Rússia e ao regime tirânico de Assad na Síria. Mas a verdade é: esta é uma autêntica insurreição popular contra um regime que atua como um servo dos capitalistas e imperialistas!

5.             Ao mesmo tempo, nos opomos às tentativas de todas as forças reacionárias e imperialistas de interferir na Nicarágua. A tarefa de derrubar o regime de Ortega-Murillo é de responsabilidade exclusiva dos trabalhadores e setores populares nicaraguenses!

6.             O caminho para as massas populares na Nicarágua é organizar-se em conselhos populares de trabalhadores e milícias e lutar por um governo que se esteja baseado nesses órgãos. Esta estratégia de libertação deve incluir uma luta determinante contra forças capitalistas tais como os empresários da COSEP e da Aliança Cívica pela Justiça e Democracia.

7.             Chamamos as organizações internacionais de massas da classe trabalhadora e massas populares a se manifestarem em apoio ao levante dos trabalhadores, dos pobres e dos setores populares e jovens na Nicarágua e, assim, parar a matança.



Organizações que assinam:

Corrente Comunista Revolucionária Internacional (Zambia, Kenia, Pakistão, Sri Lanka, Yemen Tunísia, Israel/Palestina Ocupada, Brasil, México, Aotearoa/Nova Zelandia, Bretanha, Alemania y Austria), www.thecommunists.net

Colectivo Rebelión (México), www.rebelion.lat (Observação: “O movimento atual deve propor a expropriação de todas as terras nas mãos dos capitalistas, a grande indústria privada e todo o setor de turismo privado.”)

Grupo Interdisciplinario de Participación Inclusiva (México), https://www.facebook.com/Grupo-Interdisciplinario-de-Participaci%C3%B3n-Inclusiva-803935076374657/


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Haïti: Le soulèvement populaire renverse le gouvernement pro-FMI!


Construire des Travailleurs et des Conseils Populaires! À Bas le Régime du Président Jovenel Moise! Pour Un Gouvernement Ouvrier Et Paysan Pauvre!

Déclaration de la Courante Communiste  Révolutionnaire Internationale (CCRI), 21 juillet 2018, www.thecommunists.net

1.             Une insurrection populaire a renversé le gouvernement du Premier ministre haïtien, Jack Guy Lafontant. Lafontant a été contraint de démissionner le 14 juillet après des jours de violentes manifestations de masse. Les travailleurs et les pauvres contrôlerent efficacement les rues principales de la capitale, Port-au-Prince, ainsi que la ville de Cap-Haïtien, dans le nord du pays. De même, les masses bloquèrent les routes et paralysèrent la vie publique dans d'autres villes de province du nord, sur le plateau central et dans le sud. Au moins sept personnes ont été tuées et des dizaines d'entreprises pillées ou détruites. Bref, une situation révolutionnaire s'est ouverte en Haïti.

2.             Ce soulèvement populaire a débuté après que le gouvernement a présenté une proposition visant à éliminer les subventions aux combustibles qui, à leur tour, auraient fait grimper les prix du combustibles: 38% pour l'essence, 47% pour le diesel et 51% pour le kérosène. Cette augmentation des prix aurait eu des conséquences brutales compte tenu du fait que la masse de la population est obligée de cuisiner au charbon et au kérosène parce qu'elle n'a pas accès à l'approvisionnement en gaz. À la suite de la révolte, le gouvernement a été contraint de retirer ce plan. Cependant, les protestations se sont poursuivies jusqu'à la démission du Premier ministre Lafontant.

3.             L'élimination des subventions aux produits pétroliers a été l'une des conditions d'un accord que le gouvernement a signé avec le Fonds Monétaire International (FMI) en février. Haïti fait face à un dévastateur piège de la dette - un résultat de siècles de colonialisme et de domination impérialiste. Aujourd'hui, le pays est oppressé par une dette publique d'environ 3 milliards de dollars US, dont 1 milliard représente la dette interne et 2 milliards de dollars de dette extérieure. Le FMI exploite cette situation pour appliquer des brutaux programmes d'austérité .

4.             Dans l'histoire d'Haïti, les maîtres impérialistes pouvaient souvent compter sur l'aide de loyaux laquais locaux. Le plus connu a été le tristement célèbre clan Duvalier avec les dictateurs meurtriers "Papa Doc" et "Baby Doc". Aujourd'hui, Haïti est dirigée par le président Jovenel Moise - un homme d'affaires corrompu qui est arrivé au pouvoir par des élections frauduleuses en 2015 et 2016 qui ont été en grande partie boycottées par la population. Moise est un laquais bourgeois des puissances impérialistes.

5.             Le régime de Moise ne pourrait pas survivre sans le soutien économique, politique et militaire des puissances capitalistes étrangères. L'un de ces piliers est la soi-disant Mission des Nations Unies Pour la Stabilisation en Haïti (MINUSTAH, récemment rebaptisée MINUJUSTH). La MINUSTAH a commencé son occupation d'Haïti en 2004 après le coup d'État lancé par les Etats-Unis contre le président Jean-Bertrand Aristide. La MINUSTAH comprend environ 5 000 militaires et policiers, dirigés par des unités de l'armée brésilienne. Cette mission a toujours été une force pro-impérialiste afin de protéger les dirigeants réactionnaires en Haïti. La mission de la MINUSTAH a reçu le soutien de divers gouvernements «progressistes» comme ceux de Lula au Brésil, de Kirchner en Argentine ou de Morales en Bolivie qui démontre une fois de plus le caractère pro-impérialiste de ces forces.

6.             À la suite des siècles de domination impérialiste et d'exploitation capitaliste, une grande partie de la population d'Haïti vit dans la pauvreté absolue. Environ 60% de la population d'Haïti vit avec moins de 2 dollars par jour et sont extrêmement vulnérables à la hausse du prix des biens et des services. D'un autre côté, les 10% d'Haïtiens les plus riches reçoivent 70% du revenu total du pays.

7.             La Courante Communiste  Révolutionnaire Internationale (CCRI) salue vivement l'insurrection populaire des ouvriers et des paysans en Haïti. C'est un autre maillon d'une série de soulèvements populaires que nous avons vus au cours des 6 derniers mois dans le monde et qui pourrait être le signe avant-coureur d'une nouvelle phase politique mondiale de crise, d'instabilité et de tourmente révolutionnaire. Les révoltes de masse au Nicaragua, en Palestine, Syrie, Jordanie, Irak, Yémen, Tunisie, Maroc et en Iran démontrent que la classe ouvrière et les masses populaires dans un nombre croissant de pays ne sont plus disposées à accepter l'exploitation et l'oppression capitalistes!

8.             Il est d'une importance cruciale que les travailleurs et les paysans pauvres en Haïti utilisent la crise actuelle de la classe dirigeante. Le soulèvement qui a fait tomber le gouvernement de Lafontant était en grande partie spontané. Cependant, pour se débarrasser du régime du président Jovenel Moise, les masses doivent s'organiser en conseils populaires de travailleurs et dans les lieux de travail, les quartiers, les écoles et les universités. De tels conseils devraient diriger la lutte et organiser une grève générale. Pour se défendre contre l'appareil de répression, les conseils devraient créer des milices populaires.

9.             Les revendications clés de la lutte doivent être l'annulation de la dette extérieure, la création d'un programme public d'emploi, l'expropriation de la bourgeoisie parasitaire et la nationalisation des secteurs clés de l'économie sous contrôle ouvrier. La lutte devrait également viser à faire tomber le régime de Moïse et son remplacement par un gouvernement de travailleurs et de paysans pauvres. Le programme de la révolution ouvrière en Haïti peut s'appuyer sur la fière tradition de ce pays qui fut le lieu de la seule révolte des esclaves réussie dans l'histoire moderne. Dirigées par l'ex-esclave Toussaint L'Ouverture, les masses opprimées d'Haïti ont mené une lutte de libération de 1791 à 1804 qui a créé un État à la fois libre de tout esclavage et dirigé par des non-Blancs et d'anciens captifs.

10.          Plus important encore, les socialistes doivent faire avancer la construction d'un parti révolutionnaire au niveau national et international. Seul un tel parti peut donner le leadership nécessaire à ces luttes. Seulement un tel parti peut transmettre le programme socialiste aux masses. C'est donc la tâche centrale de toutes les forces révolutionnaires cohérentes de se concentrer sur la construction d'un tel parti. La CCRI exhorte tous les révolutionnaires d'Haïti à se battre ensemble pour la création d'un tel parti.

* Victoire au soulèvement populaire des ouvriers et des paysans pauvres en Haïti! À bas le régime du président Jovenel Moise!

* Annuler toutes les dettes étrangères!

* Pour un programme d'emploi public sous le contrôle des travailleurs et de l'organisation populaire! Un tel programme pourrait abolir le chômage et la pauvreté et aider à reconstruire le pays! Il devrait être financé en expropriant l'élite riche!

* Organisez une grève générale ilimitée! Pour la formation des travailleurs et des conseils populaires dans les lieux de travail, les quartiers, les écoles et les universités!

* Pour un gouvernement de travailleurs et de paysans pauvres!

Secrétariat international de la CCRI



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