terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Saudações para o ano novo ano: Avançar a Unidade dos Autênticos Revolucionários!



Saudações para o ano novo ano: Avançar a Unidade dos Autênticos Revolucionários!

Uma declaração do Secretariado Internacional da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 31.12.2016,
www.thecommunists.net

Queridos camaradas, irmãos e irmãs!

A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) envia suas saudações de ano novo para todos os revolucionários que se esforçam para derrubar o capitalismo global, e que estão dedicando suas energias para a construção de um partido mundial para a revolução socialista.

Da mesma forma, enviamos nossos mais sinceros cumprimentos a todos aqueles que lutam contra a exploração dos patrões, das ditaduras reacionárias e das guerras imperialistas e ocupações militares! Aplaudimos a luta corajosa de todos os nossos irmãos e irmãs ao redor do mundo que estão lutando contra as classes dominantes:

* Os heroicos defensores de Alepo derrotada e ao longo de toda a Síria que têm lutado por tanto tempo contra a máquina de matar de Assad, do regime teocrático do Irã e do imperialismo da Rússia, assim como contra as grandes potências ocidentais e as conspirações de seus lacaios regionais;

* A Juventude militante no Egito, que está resistindo a ditadura militar do General al-Sisi, assim como os defensores heroicos do Iêmen que estão defendendo seu país contra as forças arqui-reacionária lideradas pela Arábia Saudita;

* Os corajosos trabalhadores marroquinos e a juventude que levantaram-se em resistência após o assassinato de Mouhcine Fikri;

* A juventude Palestiniana cuja resistência não pode ser detida, apesar dos esforços assassinos do regime sionista; também enviamos nossos cumprimentos para o corajoso membro palestino do Knesset Basileia Ghattas, que foi detido pelo estado de Israel;

* O povo afegão, que têm lutado sem interrupção contra a ocupação imperialista de seu país desde 2001;

* As irmãs heroicas da nossa classe que lutam pela sua libertação e contra Feminicídio, como vimos por exemplo com o movimento #NiUnaMenos  na América Latina;

* Os trabalhadores e jovens no Brasil que primeiro lutaram contra o golpe de estado da direita e agora está lutando contra o governo lacaio de Temer;

* A classe operária venezuelana, que está resistindo a contra-revolução direitista ao mesmo tempo defendendo seus ganhos contra o traiçoeiro governo de frente popular do Maduro;

* Os Jovens corajosos do México lutando contra o sequestro dos 43 alunos de Ayotzinapa e os trabalhadores e camponeses pobres – muitos deles indígenas – que estão formando suas próprias Polícias Comunitárias para resistir aos assassinos cartéis de droga, bem como aos policiais corruptos;

* As massas populares, na Etiópia, que estão resistindo a ditadura assassina de Hailemariam Desalegn;

* Os trabalhadores e a juventude na África do Sul que estão lutando contra o corrupto e desacreditado governo de Zuma e que estão em um processo de diálogo sobre a formação do partido um novo Partido de Massa de Trabalhadores;

* Os trabalhadores e a juventude do Zimbabué, que estão lutando tanto quanto a ditadura Mugabe quanto as sanções imperialistas;

* Os pobres rurais na Somália que estão resistindo as forças de ocupação da AMISOM que não são nada mais que lacaios do imperialismo;

* As mulheres trabalhadoras da indústria têxtil do Bangladesh que empreenderam uma heroica greve e que agora estão enfrentando a demissão e perseguição por parte dos chefes;

* Os trabalhadores indianos que lançaram a maior greve geral na história da humanidade em setembro de 2016 com 180 milhões de participantes, bem como as heroicas mulheres pobres da Índia, que estão lutando contra uma onda reacionária de estupro e violência;

* Os trabalhadores chineses e pobres rurais que lutam em crescente número com greves e protestos contra a exploração em locais de trabalho e contra a falta de direitos democráticos (como a recente revolta em Wuhan);

* Os indígenas e oprimidos que lutam por seus direitos em todo o mundo – como os indígenas da América Latina, os nativos americanos protestando contra o oleoduto em Dakota, os povos Amazigh, Tuareq e saharauis no norte da África, o povo Adivasi na Índia, os aborígenes e maori, bem como os povos em Papua-oeste ocupada, por uma Papua livre e Unida;

* Os corajosos negros, latinos e juventude branca progressista e trabalhadores lutando contra a reacionária entrada da administração Trump e também contra a violência policial em curso nos EUA;

* Os trabalhadores e a juventude na França, que lutaram bravamente contra a reacionária lei trabalhista;

* Os trabalhadores gregos e jovens que continuam a sua luta contra o Terceiro Memorando imposto pela Tróica da União Europeia, apesar da traição do SYRIZA;

* E os migrantes e trabalhadores europeus progressistas e jovens que estão resistindo ao crescente racismo e a repressão, que continuam a apoiar os refugiados que chegam à Europa, e quem está contra a repulsiva onda da islamofobia.

Recomendamos a todos aqueles que estão interessados em uma análise mais detalhada da situação mundial atual para o nosso último documento do CCRI Perspectivas para o Mundo recentemente publicado (World Perspectives 2017: The Struggle against the Reactionary Offensive in the Era of Trumpism, December 2016, https://www.thecommunists.net/theory/world-perspectives-2017/,)

Sem minimizar a importância de todas as outras lutas ao redor do globo, queremos chamar especial atenção para a derrota trágica do povo sírio em Alepo sob as bombas da força aérea de Putin e das armas dos mercenários de Assad. Esta derrota não é o fim da Revolução Síria (como o centrista L5I, desertores covardes, erroneamente afirmam), mas é sem dúvida um sério revés na luta de libertação contra a ditadura reacionária de Assad que massacrou centenas de milhares desde 2011.

Claro, pode não excluímos a possibilidade de que a revolução Síria vai acabar num futuro próximo e que o povo sírio poderia ser derrotado por Assad e pelas potências imperialistas. No entanto é incrivelmente covarde e politicamente errôneo desenhar prematuramente um balanço em função da queda recente de Alepo. Nenhum marxista autêntico com um mínimo de espírito revolucionário vai abandonar as barricadas à frente as massas e deixá-los sozinhos ao seu destino!

A revolução Síria destacou o abismo que existe entre os autênticos revolucionários e aqueles que se chamam erroneamente de "socialistas". Tem demonstrado que as forças como estalinismo reivindicam que o caminho a seguir é o de Marx e Lenin, mas na realidade são o rabicho dos regimes imperialistas de Putin (Rússia) e xi (China). O mesmo vale para os Castro-Chavistas, que glorificam Simon Bolívar – o grande latino americano revolucionário burguês do século XIX – em palavras, mas em suas ações se curvam às potências imperialistas emergentes da Rússia e China e seus lacaios regionais.

Da mesma forma, testemunhamos como vergonhosos "revolucionários" que glorificam Trotsky em seus escritos teóricos (como a Tendência Marxista Internacional-TMI de Alan Woods), caluniam a revolução Síria como uma "aventura da Jihad-fascista" em suas conclusões políticas, auxiliando assim a contra-revolução Assadista. Ninguém se esqueceu como tais grupos também deploravelmente apoiaram o golpe de estado militar no Egito em julho de 2013, como fizeram a Tendência Socialista Internacional-TSI de Cliff e a Morenista Liga Internacionalista de Trabalhadores-LIT-CI.

Infelizmente, existem também "socialistas" que há anos falharam em entender que a luta revolucionária pelo poder da classe trabalhadora deve ser combinada com um apoio consistente para as lutas de libertação democrática contra as ditaduras, mesmo quando estas lutas estejam sob a liderança de forças não-revolucionárias – assim como os socialistas sempre apoiam uma greve, mesmo quando é liderado por burocratas sindicais retrógrados (como, por exemplo fizeram  Fração Trotstkysta PTS/FT-CI, que há anos falham em não  apoiar a Revolução síria).

O RCIT apoiou a revolução árabe desde o seu início no início de 2011. Reafirmamos nosso apoio à revolução em curso na Síria, apesar da terrível derrota em Alepo, juntamente com nossa hostilidade para com todas as grandes potências e as menores, as potências regionais, em que todas compartilham o desejo de liquidar a Revolução Síria. Repetimos que é urgente, que os trabalhadores e os camponeses devem refletir as lições das últimas derrotas para perseverar e revitalizar a revolução. Entre as lições mais importantes estão:

* Nenhuma confiança e nenhuma colaboração com qualquer Grande Grande Potência!

* Não ao sectarismo! Pela unidade multirreligiosa e multinacional na luta contra a ditadura de Assad! Pela autodeterminação nacional completa para todas as minorias nacionais e étnicas!

* Nenhuma confiança nas lideranças oficiais rebeldes!

* Pela formação de conselhos populares e milícias populares!

* O movimento internacional dos trabalhadores deve se manifestar para apoiar a Revolução Síria! Por campanha de auxílio de solidariedade dos trabalhadores ao povo sírio – assim como, aquele organizado pelo povo da Bósnia em 1992-95!

* O movimento internacional dos trabalhadores deve   organizar uma campanha para boicotar o regime de Bashar al-Assad e seus amigos capitalistas! Por ações de trabalhadores contra as forças imperialistas atacando o povo sírio!

* Abrir a fronteiras para os Refugiados Sírios!

* Acima de tudo: Pela construção de um partido revolucionário na Síria, como parte de uma nova internacional revolucionária!

Camaradas, estamos vivendo uma fase reacionária – a era do Trumpismo. O ano que vem será testemunha de uma ofensiva reacionária das classes dominantes em todo o mundo. Isto é verdade tanto para os EUA, assim como o mundo árabe, a América Latina, a Europa e outros países. Os monopólios capitalistas vão intensificar seus ataques sobre salários e direitos trabalhistas, bem como sobre os direitos democráticos em geral. Eles acelerarão sua agressão militarista contra povos os semicoloniais – em particular no Médio Oriente e África. Veremos também uma aceleração da rivalidade entre as potências imperialistas-Estados Unidos, Rússia, China, a UE e o Japão.

Estes ataques, sem dúvida, vão provocar crises e lutas de classe. A tragédia dos nossos tempos não é a falta de uma luta de classes, mas o fato de que a classe trabalhadora e dos oprimidos estão entrando nessas lutas sem a liderança apropriada. Em vez disso, as massas são forçadas a empreender sua luta heroica sob a liderança de reformistas, populistas pequeno-burgueses e islamitas populistas. Em suma, o problema decisivo hoje é a total falta de liderança revolucionária.

Portanto, a tarefa mais importante para o próximo período é a construção de um novo partido revolucionário mundial. Tal partido deve basear-se em torno de um programa de ação revolucionária para a situação atual do mundo, que seja baseado no método do Programa de Transição de Trotsky, de 1938. A CCRI elaborou em seu "Manifesto para libertação revolucionária" a sua contribuição para o debate dos revolucionários sobre tal programa. (Ver https://www.thecommunists.net/rcit-program-2016/)

Este Manifesto resume a análise da CCRI da situação atual do mundo, da posição dos revolucionários nas lutas de classe mais importantes de hoje e das lições cruciais para as próximas batalhas.

Queremos também chamar a atenção de todos os revolucionários sérios para o recentemente publicado documento Perspectivas para Mundo 2017 em que elaboramos nossas ideias e propostas para a construção de um novo partido revolucionário mundial em maiores detalhes. Aqui, nós só queremos repetir as conclusões da nossa proposta:

"Em nossa opinião, revolucionários em todo o mundo devem imediatamente iniciar colaboração para estabelecer as bases para uma unificação de princípios, para que nós possamos seguir em frente o processo de criação de um novo Partido Mundial com forças mais fortes. O ponto de partida para a criação de um tal partido tem que ser sobre acordos relacionados às questões mais importantes da luta de classes mundial. A CCRI considera as seguintes questões-chaves programáticas na presente fase política:

a) Reconhecimento da aceleração da rivalidade entre a grandes potências – imperialista U.S., UE, Japão, Rússia e China. Só é possível compreender a dinâmica de condução do atual período de crise capitalista e tomar uma posição correta se se reconhece o caráter imperialista não só dos E.U.A, UE e Japão, mas também das novas potências emergentes, Rússia e China. Somente com tal base é possível chegar ao programa correto sobre esta questão – derrotismo revolucionário, ou seja, a perspectiva de luta consistente contra todas as potências imperialistas. Isto significa que os revolucionários se recusam a apoiar qualquer grande poder em conflitos inter-imperialistas sob o lema "o inimigo principal está em casa!"

b) Consistente luta contra o imperialismo. Revolucionários defendem a derrota dos Estados imperialistas em qualquer conflito com as forças que representam o povo oprimido e pela vitória militar deste último sem, ao mesmo tempo, dar qualquer apoio político para a liderança não revolucionária dos oprimidos (por exemplo, islamitas, nacionalistas pequenos-burgueses). Isto é verdade tanto em conflitos internos (por exemplo, contra uma nação oprimida como povo checheno na Rússia) bem como em guerras no estrangeiro (por exemplo, Afeganistão, Síria, Mali, Somália). Da mesma forma, os revolucionários têm que lutar pela abertura das fronteiras dos países imperialistas e pela plena igualdade para as minorias nacionais e para os imigrantes. Além disso, os revolucionários se recusam a apoiar um campo imperialista contra o outro em qualquer conflito (por exemplo, Brexit vs União Europeia; Clinton .vs Trump).

c) Continuado apoio à Revolução Árabe. As massas populares revoltas na Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Iêmen e outros países tem sido o mais importante e progressivo desenvolvimento de luta de classes até agora desde o início do novo período histórico em 2008. É verdade, dada a falta de uma liderança revolucionária, as massas sofreram uma série de derrotas terríveis – como o golpe de estado do General al-Sisi no Egito, em julho de 2013, ou o massacre em curso do povo sírio nas mãos de Assad e seus apoiadores estrangeiros. No entanto, continua o processo revolucionário, e isso se reflete na resistência popular em curso na Síria, Iêmen, Egito, etc. As Forças revolucionárias autênticas devem dar apoio incondicional a estas lutas populares contra as ditaduras e forças reacionárias, sem dar qualquer apoio político a suas lideranças não-revolucionárias (por exemplo, islamistas pequeno-burgueses).

d) Participação em todas as lutas de massa contra programas de austeridade e ataques reacionários aos direitos democráticos. Revolucionários se opõem contra todas as formas de sectarismo, que se recusam à participação em lutas de massa, sob o pretexto de em suas lideranças não existirem revolucionários. Em vez disso, os revolucionários aplicam a tática da frente única nas lutas dos trabalhadores e camponeses liderados por forças reformistas ou populistas contra o programa de austeridade (por exemplo, sindicatos, organizações de massa de camponeses e os pobres urbanos, mas também com os partidos políticos como MORENA no México, SYRIZA na Grécia antes de 2015, o PODEMOS em Espanha) ou contragolpes antidemocráticos e ditaduras (PT, CUT, MST, no Brasil; Islâmicos no Egito; rebeldes na Síria). Tal orientação deve ser combinada com uma consistente luta contra todas as formas de frentismo popular populismo pequeno-burguês e lutar pelo rompimento de operários e camponeses para longe dessas lideranças não-revolucionárias e para promover a formação de um partido dos trabalhadores independente e revolucionário.

Portanto, exortamos a todas as organizações que honestamente, se esforçam para a criação de um novo partido revolucionário do mundo para unir forças com base nestes eixos programáticos. Concretamente, a CCRI propõe que os revolucionários constituam um Comitê de Contato Conjunto a fim de politicamente, preparar e organizar uma Conferência Internacional que vai discutir medidas concretas para promover a formação de um partido revolucionário mundial. A CCRI está empenhada nessas discussões sérias e a mais próxima possível de colaboração com todas as forças que compartilham tal visão. Vamos num futuro próximo nos dirigir aos revolucionários ao redor do mundo em uma carta aberta sobre esta questão."

Apelamos a todos os camaradas, irmãos e irmãs a estudar este documento e para contatar CCRI para que nós possamos discutir conjuntamente medidas no sentido de uma colaboração mais estreita em nosso esforço mútuo para construir o instrumento mais importante da classe trabalhadora em sua luta pela libertação: um Novo Partido Mundial da Revolução Socialista! Vamos marchar para a frente!

Trabalhadores e oprimidos, uni-vos!

Em frente na criação de um novo partido Mundial da Revolução Socialista!

Em frente na construção da CCRI!

Saudações revolucionárias,

Secretariado Internacional da CCRI

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