sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Perigoso Caminho do PSTU e das Outras Organizações Ultra-Esquerdistas que defendem o “Fora Dilma! ”


Na última sexta feira, dia 23 de outubro de 2015, no Congresso dos Profissionais da Educação do Município de São Paulo-SINPEEM, um dos dirigentes máximos do PSTU, Valério Arcary, deu um depoimento sobre conjuntura nacional em que expôs o pensamento e as estratégias do seu partido com relação ao momento atual, ou seja, a crise política e econômica por que passa o país.
Em resumo, o partido, na voz de Valério Arcary, enxerga na atual tentativa de setores radicais de direita tais como os grupos “Vem Pra Rua”, “Movimento Brasil Livre-MBL” e “Revoltados on Line” e nas grandes manifestações anti-Dilma iniciadas em abril deste ano como um autêntico movimento de popular e de massa contra o governo e, portanto, em sua opinião, isso deve ser reforçado para a derrubada da presidente.
Arcary, em suas próprias palavras, define que o atual momento se remete ao antigo ditado chinês que diz: “Crise é oportunidade! ”. Ou seja, é esse o momento em que a massa de trabalhadores urbanos e do campo deve derrubar o governo e provavelmente instalar um processo revolucionário comandado sabe-se lá por quem. Sim, pois não é possível enxergar qual partido Revolucionário hoje está em condições de disputar com os organizados grupos de direita fascistas ou semi-fascistas o lugar do lulismo-petismo.
Arcary reconhece que no ano vindouro, esteja quem estiver no governo, serão aplicadas as mais duras medidas de austeridade contra o povo brasileiro, inclusive contra essa pequena-burguesia que tanto fala “contra a corrupção”.  E ainda diz que nesse processo milhares de trabalhadores irão para as ruas contra os pacotes. Porém, ele vê nesse cenário a “oportunidade” de grupos de esquerda se sobressaírem tais como o PSOL nas próximas eleições ou mesmo o próprio PSTU.
Mas vamos à realidade.
Honduras, junho de 2009, o presidente Manuel Zelaya, ao ameaçar estreitar laços com o bolivarianismo de Hugo Chavez, portanto incomodando o imperialismo estadunidense, foi celeremente colocado em um avião, de pijamas, sofreu impeachment pelo congresso e logo após começou um forte processo de repressão que vitimou milhares de militantes de esquerda e sindicalistas.
Paraguai: No dia 22 de junho de 2012, o presidente Fernando Lugo foi destituído do cargo pelo Senado, por 39 votos a 4, depois de um rápido julgamento político em que foi considerado culpado por “mau desempenho”, sendo substituído pelo vice-presidente Federico Franco. O processo de impeachment durou menos de 36 horas. Embora tenha acatado o veredito, Lugo declarou que considerava o impeachment como um golpe. O vice-presidente Federico Franco assumiu o cargo da presidência do país no mesmo dia da consumação do impeachment.
Egito: julho de 2013, milhares de manifestantes saudaram o golpe militar que derrubou o presidente eleito Mohamed Morsi comandado pelo general Al-Sisi. Eles esperavam que com a queda de Morsi pelo exército, em pouco tempo seriam chamadas novas eleições livres e democráticas, mas o que testemunhamos é uma feroz ditadura que cassou direitos trabalhistas, direitos de greve, de manifestações, e foram além: Hoje mais de 300 militantes estão condenados à morte, inclusive o próprio Morsi. O PSTU apoiou o golpe militar como uma “Nova Revolução”.
Ucrânia:Fevereiro de 2014, após o presidente Viktor Yanukovych meses antes ter se recusado a fazer uma aliança  econômica com a União Européia-EU, várias manifestações (Movimento de Maidan) nitidamente com tendências fascistas   orientadas e financiadas  pelo imperialismo estadunidense e europeu desembocaram no golpe  que derrubou o presidente e imediatamente começaram as perseguições aos grupos e militantes de esquerda, culminando com o assassinato de 46 militantes na Casa dos Sindicatos de Odessa através de um incêndio criminoso provocados pelas hostes fascistas e pela polícia. Na Ucrânia desenvolveu-se uma guerra civil entre a população pró-russa e pró-européia que dura até hoje. O PSTU considerou a revolta de Maidan também como uma Revolução.
Todos esses golpes foram orientados pelo imperialismo estadunidense e europeu tendo como alvos os imperialismos de Rússia e China. No caso da América Latina, além de procurar enfraquecer a presença da China e mesmo da Rússia, quebrar o sistema de alianças e influência do bolivarianismo chavista.
A reaproximação  de Obama com Cuba e o Irã está dentro deste contexto.
No Brasil não é diferente na atual crise política fomentada pelos grupos radicais de direita, mencionados acima,  diretamente financiados pelos EUA. O que determina o projeto de derrubada do governo Dilma Rousseff não é a corrupção, nunca foi. O imperialismo e a burguesia brasileira com ele afinada quer a derrota total de qualquer governo de tendência popular e principalmente o rompimento dos acordos comerciais com o bloco Russo-Chinês.
Nós, da Corrente Comunista Revolucionária-CCR, já elaboramos em vários artigos que de forma alguma defendemos o governo Dilma Rousseff ou mesmo do ex-presidente Lula da Silva. Apesar de certos avanços sociais com os setores mais populares alavancados pelos preços das matérias-primas nos primeiros mandatos de Lula da Silva, os trabalhadores precisaram muitas vezes ir às greves para combater as medidas de austeridade dos governo Lula-Dilma. A reforma da previdência, a manutenção do Fator Previdenciário, a ajuda aos banqueiros, o envio de tropas ao Haiti a mando do imperialismo americano, o arrocho salarial dos servidores públicos, os subsídios à empresas automobilísticas ao mesmo tempo em que elas demitiam milhares de trabalhadores, a aliança com a burguesia, primeiro na figura do falecido empresário Jose Alencar e logo após com o PMDB  de Michel Temer, tudo isso já configurava que os governos petistas estavam comprometidos demais com o sistema capitalista e com a forma burguesa de governar. As denúncias de corrupção desde o Mensalão até a Lava-jato são uma clara demonstração da adaptação do Petismo e do Lulismo ao sistema. A corrupção é parte do DNA do sistema capitalista e o PT sempre esteve longe de qualquer projeto socialista.
Porém o que está em jogo neste momento não é a “Luta Contra a Corrupção” que tanto alardeia a poderosa mídia radio-televisiva (Globo-CBN-Jovem Pan- Band, etc). Caso o problema fosse realmente a corrupção não seria autorizada pelo TSE a eleição de políticos como o deputado federal Paulo Maluf, nem de outras figuras da república do tipo Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Fernando Collor, etc.
O que está em jogo é muito maior. Os acontecimentos em Honduras, Paraguai, Egito e Ucrânia fazem parte de um plano geopolítico numa nova Guerra Fria. Somente uma ampla mobilização popular junto com o movimento de massa, os movimentos de trabalhadores, as centrais sindicais, movimentos sociais para impedir o golpe e ao mesmo tempo exigir do governo Dilma o rompimento total com os partidos burgueses e o fim dos planos de austeridade.
Para ver nosso artigos sobre a análise de conjuntura nacional veja:

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/brasil-apos-jornadas-de-junho/

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/brasil-protestos/

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/brazil-elections/

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/golpismo-fascista/

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/manifestacoes-golpistas/

http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/panfleto-29-5-2015/
http://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/contra-golpe-fascista/







segunda-feira, 12 de outubro de 2015

AUSTRIA: HISTÓRICA E MASSIVA MANIFESTAÇÃO PROCLAMA: "OS REFUGIADOS SÃO BEM-VINDOS AQUI!



Áustria: Histórica e Massiva Manifestação Proclama "Os refugiados são bem-vindos aqui!"

Relatório da seção austríaca do RCIT, 06/10/2015, www.rkob.net 

Mais de 50.000 pessoas marcharam em Viena, em 03 de outubro contra o racismo e em solidariedade com os refugiados que tentam chegar à Europa. Mais tarde, mais de 120.000 pessoas se juntaram em um concerto ao ar livre. A manifestação foi tão grande que as estações de metrô próximas ao ponto de reunião ficaram  entupidas e a marcha só  pôde começar apenas duas horas e meia mais tarde do que o previsto.

Em contraste com as manifestações habituais, o clima entre as pessoas era muito animado e militante. Além disso, muitas pessoas que encontravam o evento manifestaram a sua simpatia para com os objetivos da manifestação.

A seção austríaca do RCIT estava presente com um grande contingente marchando atrás de uma bandeira  com o slogan"Síria, Egito, Iêmen ... Solidariedade com a Revolução árabe! FRONTEIRAS ABERTAS! PERMANÊNCIA DOS REFUGIADOS ! "Nosso grupo incluiu  migrantes egípcios e outros (ver fotos e vídeos abaixo).

Muitos jovens foram atraídos para o nosso grupo devido ao seu caráter militante e organizado. Nós gritavamos muitas palavras de ordem a favor da abertura das fronteiras aos refugiados, contra o partido populista de direita de Strache, pela luta conjunta dos trabalhadores austríacos e migrantes, contra o imperialismo americano e russo, bem como contra os ditadores Assad e al-Sisi e pela solidariedade internacional.

Esta foi já a segunda manifestação em massa em Viena em solidariedade com os refugiados em um curto período de tempo, 20 mil pessoas estiveram presentes na manifestação de 31 de agosto.

Como nós do  RCIT elaboramos em declarações anteriores sobre a “crise”  do refugiados, estes desenvolvimentos recentes são de um  carácter histórico fundamental. Para nós  eles abrem um novo período de polarização na Europa, que provoca ambos os ataques massivos,  a partir do Estado, assim como das forças racistas, mas ao mesmo tempo também estimulam massivas mobilizações pró-refugiados e uma politização importante de setores da classe trabalhadora , dos imigrantes e dos jovens. Estes acontecimentos atuais têm caráter históricos . Chamamos todos os revolucionários na Europa para se juntarem a nós em intervir nesta crise com uma perspectiva proletária, internacionalista e anti-imperialista. 

Veja muitas fotos e vídeos do RCIT na Áustria, a demonstração aqui: http://www.rkob.net/wien-wahl-2015/refugees-welcome-3-10/

Veja as recentes declarações do RCIT do refugiado "crise":

RCIT: abrir as portas da Europa para os Refugiados! Viva a Solidariedade Internacional dos Trabalhadores e pobres! Abaixo  Fortaleza do Imperialismo  das UE! Avançar a Revolução Árabe. Construir repúblicas Trabalhadores e Camponeses ! 2015/09/15, http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/refugees-are-welcome/


RCIT: Europa / África do Norte: Storm the Gates of Rome! Abrir Fronteiras para os Refugiados! Pare a Guerra Imperialista  daUE-contra Refugiados! Não para os preparativos para uma agressão imperialista contra a Líbia! 2015/05/22,

http://www.thecommunists.net/worldwide/europe/eu-war-against-refugees/

DEFENDER A REVOLUÇÃO SÍRIA CONTRA O IMPERIALISMO RUSSO



Defender a Revolução Síria contra o Imperialismo Russo!
Parar os ataques aéreos dos EUA, do Reino Unido e dos franceses! Esmagar a Ditadura Assad!
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI (em inglês RCIT), 09/10/2015, www.thecommunists.net

1. Desde 30 de setembro, a força aérea russa está a realizar ataques em massa contra os rebeldes sírios, bem como contra a população civil. O regime de Putin transferiu cerca de 50 aviões e helicópteros militares, vários sistemas antiaéreos superfície-ar SA-22, tanques T-90, artilharia, BTR-82A Blindada de Transporte de Pessoal e várias centenas de fuzileiros navais para sua base militar naval em Tartus. Eles estão coordenando a sua intervenção militar estreitamente com tropas iranianas, juntamente com os açougueiros de Assad.
2. Essa invasão do imperialismo russo começou logo após o imperialismo britânico e francês juntarem-se aos EUA em sua campanha militar reacionária contra rebeldes islâmicos na Síria. Da mesma forma que Obama, Cameron e Hollande, Putin também justifica a sua intervenção como uma "luta contra o terrorismo do ISIS (Estado Islâmico)". Como em todos os outros casos, isso é uma mentira! A intervenção militar de Moscou é nada mais do que uma invasão a fim de salvar a ditadura sanguinária de Bashar al-Assad! Isso é comprovado pelo fato de que a maioria dos ataques aéreos russos não são dirigidos contra Daesh (o chamado "Estado islâmico"), mas contra as facções importantes dos rebeldes como Jabhat al-Nusra, Ahrar al-Sham, o Exército Sírio Livre e outros.
3. Isso não surpreende. O regime de Assad tem sido o aliado mais próximo da Rússia imperialista no Oriente Médio desde há muitos anos. A evolução nos últimos seis meses, como a libertação completa da província de Idlib pelos rebeldes e seus avanços para Latakia -  área estrategicamente crucial para a sobrevivência do regime de Assad -  soou o alarme entre os governantes em Damasco e em Moscou.
4. Além disso, o regime de Putin tem medo que uma derrota de Assad pelas mãos de um levante popular islâmico iria aumentar a instabilidade entre as minorias muçulmanas que compõem um sétimo (14%) da população da Rússia. Moscou teme, com razão, o ódio profundo de suas inúmeras minorias nacionais, uma vez que têm sido oprimidos por séculos (exceto no breve período da jovem União Soviética sob Lênin e Trotsky em 1917-1923). O símbolo mais bárbaro do domínio colonial da Rússia é a sua ocupação da Chechênia onde foram massacrados pelo menos um quinto dos pequenos povos chechenos e que estupraram e expulsaram a maioria do que restaram desde 1994. Enquanto os líderes mundiais todos permaneceram em silêncio, nenhuma pessoa com senso de justiça não pode e não vai esquecer tal genocídio - é um dos piores crimes da história da humanidade moderna!
5. No entanto, existem dois factores adicionais importantes que explicam o início da intervenção militar da Rússia. Em primeiro lugar, como o RCIT explicou muitas vezes, a Rússia - em conjunto com a China - é uma potência imperialista emergente, como já foi demonstrado durante a crise na Síria em setembro de 2013, assim como pela anexação e intervenção da Crimeia e a participação de Moscou na guerra civil ucraniana. Ao mesmo tempo, o imperialismo dos EUA - hegemonia absoluta global por décadas - enfrenta um declínio a longo prazo do mesmo jeito que as grandes potências ocidentais europeias. Estes acontecimentos resultaram, entre outros fatos, em mudanças geopolíticas importantes no Oriente Médio. O Imperialismo norte-americano foi forçado a terminar a sua guerra fria contra o Irã e a Rússia construiu relações estreitas com a ditadura militar do general Sisi no Egito. Da mesma forma, Israel - mais importante aliado dos EUA na região - está agora a colaborar estreitamente com a Rússia na invasão na Síria.
6. Em segundo lugar, e relacionado a isso, Putin está habilmente explorando o beco sem saída estratégico em que o imperialismo dos EUA e da UE se envolveram. Nos anos 1990 e 2000 o imperialismo ocidental colaborou com Assad em várias questões, incluindo a guerra do Golfo em 1991, bem como o programa global de tortura da CIA., no entanto, quando a Revolução árabe começou em janeiro de 2011 e regimes após outros foram derrubados ou sofreram convulsões, Washington, Londres, Paris e Berlim esperavam manter sua influência na região através da construção de alianças com os setores mais corruptos da burguesia liberal e islâmica. Eles fingiram defender a "liberdade" e os "direitos humanos". Quando ficou claro que a revolta em massa dos trabalhadores e camponeses (fallahin) sírios foi uma dura realidade, o imperialismo ocidental desejava a substituição do fantoche de Moscou Assad pelo seu próprio fantoche. Enquanto Obama, Cameron e Hollande tentaram ganhar alguma influência entre os rebeldes principalmente através de apoio verbal (eles conseguiram treinar apenas algumas dezenas de rebeldes), o seu desejo principal era colocar um regime Assadista sem Assad no comando - ou seja, manter o aparelho de Estado e alterar apenas as principais figuras.
7. No entanto, esta estratégia do imperialismo ocidental falhou em todas as frentes até agora. Os poucos rebeldes treinados pelos EUA desertaram e entregaram suas armas para rebeldes islâmicos anti-ocidentais ou foram esmagados por este último. Além disso, a guerra civil na Síria custou até agora a vida de cerca de 250 mil sírios e transformou metade da população da Síria de 22 milhões em refugiados. Uma vez que os países vizinhos Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia já receberam cerca de 4 milhões de refugiados, mais e mais sírios tentam entrar na Europa. Por sua vez, isto provocou uma crise política maciça na Europa e levou ao surgimento tanto de um movimento de massas de solidariedade em defesa dos refugiados, bem como de partidos da extrema direita racista. Por todas estas razões os governos ocidentais cada vez mais mudam sua tática e expressam agora o seu apoio a uma "solução política da guerra civil síria que inclua Assad". É provável que nos próximos meses haverá uma disputa intensa entre as grandes potências em que, por um lado vão tentar aumentar a sua influência à custa dos outros (o que inclui também possíveis atritos militares entre elas). Por outro lado, estas grandes potências irão cooperar a fim de pacificar a guerra civil e para impor uma "solução política" reacionária em que terá a continuidade do aparelho de Estado Assadista (com ou sem Assad) no centro de tudo.
8. Não é de surpreender que todas as forças rebeldes sírias - desde os Comitês de Coordenação Local da Síria, a Irmandade Muçulmana da Síria, Jabhat al-Nusra, Ahrar al-Sham, até o Exército Livre Sírio - denunciam fortemente a invasão russa. Além disso, a oposição Coalizão de Oposição Síria e 70 formações de rebeldes armados emitiram uma declaração em que declararam a sua decisão de acabar com a cooperação de iniciativa do enviado da ONU Staffan de Mistura*.
9. A Corrente Comunista Revolucionária Internacional-CCRI (RCIT) denuncia fortemente a invasão russa, bem como a intervenção imperialista ocidental na Síria. Continuamos a apoiar a revolução síria. É verdade que muitas facções do dividido movimento rebelde seguem uma agenda islamita pequeno-burguesa que nós, como comunistas, não compartilhamos. Mas este é o trágico resultado da falta de uma liderança revolucionária na Síria e não uma falha das massas populares! É um fato vergonhoso que os "comunistas" da Síria (ou seja, os dois partidos stalinistas “) apoiam a ditadura de Assad desde há décadas. Em tal situação, os islamitas manobram falsamente para apresentar-se como a única força lutando contra a ditadura de Assad, bem como opondo-se tanto ao imperialismo ocidental quanto ao imperialismo russo. No entanto, esses reveses políticos não mudam o fato de que os trabalhadores sírios e fallahin continuam a lutar contra o regime de Assad para a sua liberdade e enxergando os rebeldes como sua liderança.

10. O RCIT continua a apoiar a luta do povo curdo pela sua auto-determinação nacional. Isso inclui apoiar a luta militar legítima de forças curdas contra aqueles que tentam suprimir este direito (como Daesh-Estado Islâmico, por exemplo). No entanto denunciamos veementemente a liderança nacionalista pequeno-burguesa do YPG / PKK, que colabora abertamente com o imperialismo dos Estados Unidos em sua campanha militar contra os islamitas na Síria, e que falhou durante anos em não se juntar à luta contra a ditadura de Assad. É característico do oportunista pequeno-burguês e da natureza principais setores da esquerda internacional que acriticamente saúdam o PKK e sua chamada "revolução" no Curdistão sírio.

11. Os socialistas na Síria e em âmbito internacionalmente deveriam se manifestar para apoiar a revolução síria e a luta dos rebeldes contra Assad, assim como contra o reacionário Salafista-Takfiri Daesh, o chamado Estado Islâmico. O RCIT apoia a resistência dos rebeldes, tanto contra o imperialismo russo, bem como contra os EUA, o britânico e contra os imperialistas franceses. Ao mesmo tempo, os socialistas têm que lutar contra a agenda política da liderança dos rebeldes. É urgente apoiar todas as medidas para reforçar as estruturas de auto-governo local. É crucial construir os conselhos e as milícias locais, a fim de quebrar a influência sobre a revolução dos islamitas militaristas pequeno-burgueses e das facções seculares (não religiosas). Esta é a única perspectiva de avançar na luta por uma república dos trabalhadores e fallahin na Síria e por uma federação socialista do Oriente Médio. Em qualquer possível confronto entre as forças militares russas e ocidentais, os revolucionários não devem apoiar um ou outro lado, mas se oporem a ambos, uma vez que ambos são imperialistas reacionários e inimigos da revolução síria.
12. Denunciamos a esquerda pró-russa social-imperialista - como os adeptos stalinistas do Castro-Chavismo, assim como as cabeças centristas confusas que apoiam o regime supostamente anti-imperialista de Putin e Xi (China), etc. - que elogiam o regime de Assad e o apoio russo a ele. O autentico marxismo é incompatível com dar apoio para uma das grandes potências imperialistas, bem como dar apoio para uma ditadura em luta reacionária contra a revolta de sua própria classe operária e do seu campesinato!
13. O RCIT chama socialistas de combinarem a solidariedade internacionalista com a revolução síria, com apoio contínuo para a luta palestina de libertação contra o Estado sionista, com a resistência popular contra a ditadura egípcia e com a guerra de libertação iemenita contra a invasão estrangeira da gangue Al-Saud. Ao mesmo tempo, os socialistas na Europa devem participar do movimento de solidariedade pró-refugiados e lutarem por uma perspectiva da classe trabalhadora e internacionalista.
14. Os mais importantes revolucionários devem se unir com base em um programa internacional que inclua a solidariedade com a Revolução Árabe, a luta pela revolução permanente pelo poder da classe trabalhadora e contra o imperialismo tanto ocidental como oriental. O RCIT chama os revolucionários ao redor do mundo para se juntarem a nós na luta por um novo partido mundial da revolução socialista!

15. O RCIT chama os socialistas autênticos, todos os trabalhadores e os pobres e oprimidos para lutar junto com a gente para:
* A vitória da Revolução síria! Abaixo a Ditadura de Assad!
* Derrotar os russos, os  EUA, o Reino Unido e intervenção militar francesa!
* Não ao sectarismo reacionário! Abaixo o Salafi-Takfiri Daash-Estado Islâmico!
* Pelas milícias de Trabalhadores e conselhos Fallahin(camponeses)! Por um Governo de Trabalhadores aliado à Fallahin com base em conselhos e as milícias locais!
* Pela a solidariedade internacional com o movimento rebelde sírio e o movimento popular! Ajuda militar   ao movimento rebelde, sem restrições!
* Pela solidariedade internacional do movimento operário com seus irmãos e irmãs no Egito!
* Abaixo o Estado Sionista de Apartheid ! Solidariedade com a luta de libertação palestina! Por uma Palestina livre, Vermelha, desde o rio até o mar!
* Defender o Iêmen contra a  Gangue dos agressores de Al-Saud!
* Renovar e ampliar a Revolução Árabe que teve início em 2011! Por uma federação socialista do Oriente Médio!
* Avançar na construção de um partido revolucionário no Egito, Síria e internacionalmente! Pela  revolucionária Quinta Internacional dos Trabalhadores!

Secretariado Internacional do RCIT
Sobre nossas análises referentes à Revolução Árabe recomendamos:

Para outros documentos e artigos sobre síria veja em:
http://www.thecommunists.net/worldwide/africa-and-middle-east/