terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Liberdade de imprensa e pena de morte-Dois pesos-Duas medidas



Liberdade de imprensa e pena de morte-Dois pesos-Duas medidas


  Sim, nós nos solidarizamos com a família de Marcelo Archer, brasileiro executado pelo governo da Indonésia, o qual recusou dois pedidos de clemência mais um telefonema da presidente Dilma Roussef ao governante do país, Joko Widodo. O presidente Widodo foi eleitoom a bandeira de forte combate ao tráfico de drogas na sociedade indonésia e a volta pena de morte sob seu governo e as sequentes execuções são uma resposta ao seu eleitorado. Widodo chegou a afirmar cinicamente que “Estamos dando um sinal a todos os traficantes que a Indonésia é séria no combate (ao tráfico)” e “estamos salvando a Indonésia do perigo das drogas”. É uma afirmação demagógica e falsa. Sabemos que a pena de morte em qualquer país capitalista é dirigido contra a os pobres, as minorias, contra as mulheres, etc. No Brasil, se houvesse a pena de morte as vítimas seriam os negros, mulatos, os pobres (brancos ou negros), etc. O brasileiro executado era considerado peixe-pequeno, assim como os outros 05 executados. E exatamente como no Brasil, na Indonésia os peixes grandes não são encarcerados e mesmo que assim o fossem dificilmente serão executados.
  No Brasil estamos sendo bombardeados há anos diariamente pela imprensa, principalmente televisiva, da suposta eficácia da instalação da pena de morte e da redução da maioridade penal. Jornalistas famosos como Datena, Marcelo Rezende, Raquel Sherazade vomitam todos os dias esse tipo de discurso reacionário.  Esse tipo de programa faz sucesso entre as camadas mais pobres da população devido à crescente criminalidade e a violência que sofrem nas mãos de bandidos, mas não percebem que ao apoiar tais medidas, na verdade estão dando ao Estado o poder maior para a repressão quando virem a buscar nas ruas seus legítimos direitos.
  Contraditoriamente, essa mesma imprensa burguesa que exige a pena de morte no Brasil ficou arrepiada com a execução de um cidadão brasileiro na Indonésia.  Uma série de reportagens foi feita com a finalidade de mostrar a “crueldade” do sistema judiciário ao executar um traficante, com poucos quilos de droga, enquanto muitos que foram condenados pelos atentados que mataram centenas de pessoas em Bali em 2002 pegaram somente 20 anos de cadeia. Então fica a pergunta: Quando é para os pobres, os negros, os mulatos, a favela a pena de morte é a solução? Mas quando é para um membro da classe média, branco, surfista, com certa educação e cultura...então é uma crueldade? Onde está a justiça?
  Isso é o que se chama liberdade de imprensa?
  Não existe verdadeira liberdade de imprensa no sistema capitalista. Não é à toa que a imprensa é chamada de “O quarto poder”. A imprensa burguesa mente, manipula as consciências, incentiva o racismo, o sexismo, a misoginia, o ódio chauvinista, a intolerância religiosa, etc.
  O caso do atentado à revista francesa “Charlie Hebdo” é um exemplo o qual já expusemos no nosso último artigo sobre o caso. Defender o “Charlie Hebdo” é o mesmo que defender o discurso islamofóbico. O desfile monumental feito em France com a presença de líderes mundiais foi um grande teatro de cinismo e hipocrisia. E afinal de contas, que moral tem o açougueiro governante de Israel Benjamin Netanyahu de falar contra o terrorismo após assassinar milhares de palestinos em Gaza? Que moral tem o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko após os bombardeios que mataram milhares de civis ao leste do país?
  É necessário desmontar essa falsa ideologia de que a “liberdade de imprensa” é real no sistema capitalista. As grandes empresas midiáticas são, por sua própria definição, empresas burguesas, com sua própria ideologia, portanto anti-trabalhadores.

Veja charge abaixo: A  extrema direita ao mesmo tempo que é contra o aborto, supostamente em defesa da vida, defende violentamente a adoção da pena de morte!!!

https://www.youtube.com/watch?v=c6DC2zLosek

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