sexta-feira, 15 de maio de 2020

Escalada da Guerra Fria entre as Grandes Potências em meio à Crise do COVID-19




Escalada da Guerra Fria entre as Grandes Potências em meio à Crise do COVID-19



Trabalhadores e oprimidos devem se opor tanto ao imperialismo americano quanto o imperialismo chinês!
Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional  (CCRI/RCIT), 14.05.2020, www.thecommunists.net

1. A Guerra Fria entre as duas maiores potências imperialistas – os EUA e a China – vive uma nova fase de escalada. Isso se reflete em uma série de desenvolvimentos. A Administração Trump aumentou seus ataques políticos e diplomáticos contra Pequim. Está instrumentalizando a pandemia para sua propaganda chauvinista anti-China, designando o Corona Vírus SARS-CoV-2 como o "Vírus Chinês" ou "Vírus Wuhan". Também cortou suas contribuições financeiras para a OMS, acusando-a de ser "pró-chinesa". Washington "não exclui" que o vírus possa ser uma espécie de agressão planejada pela China contra os EUA. Trump até comparou a crise do COVID-19 com "Pearl Harbor" e  o “11 de setembro de 2001", ou seja, com um ataque militar estrangeiro. Neste espírito, o apresentador da Fox News Lou Dobbs pediu que os EUA declarassem guerra à China. Além disso, Trump e seu Partido Republicano lançaram uma campanha para exigir compensação financeira da China. O estado americano do Missouri já processou a liderança da China sobre o COVID-19, buscando indenizações sobre o que descreveu como "engano intencional e ação insuficiente para parar a pandemia". Também houve especulações se os EUA poderiam tentar tomar partes dos títulos acumulados do Tesouro dos EUA de propriedade da China. (Atualmente, Pequim possui US$ 1,07 trilhão, ou cerca de 5%, da dívida nacional dos EUA de US$ 23 trilhões, que é mais do que qualquer outro país estrangeiro, exceto o Japão.)
2. Da mesma forma, Pequim começou a especular publicamente que o vírus poderia ter sido trazido para a China por um delegado dos EUA que participou dos Jogos Mundiais Militares em Wuhan em outubro de 2019. Vários comentaristas chineses e comandantes militares aposentados pediram que Pequim atacasse e ocupasse Taiwan, citando a atual fraqueza dos militares dos EUA devido à pandemia covid-19 e à retirada da frota de bombardeiros estratégicos dos EUA de Guam. Pequim também criou dois novos distritos administrativos no Mar do Sul da China, sob protesto das Filipinas e do Vietnã. Também aumentou a presença de sua marinha. No início de abril, um grave incidente ocorreu perto das Ilhas Paracel quando, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores vietnamita, um de seus navios pesqueiros havia sido atingido e afundado pela marinha chinesa.
3. As forças beligerantes (falcões) tanto em Washington como em Pequim estão pressionando pelo cancelamento do chamado acordo comercial "fase um", que ambos os lados concluíram em 15 de Janeiro. Este tratado foi uma espécie de trégua que pôs fim temporariamente à Guerra Comercial Global, que havia começado quase dois anos antes. Além disso, é altamente notável que os comentaristas tanto nos EUA como na China estão agora discutindo cada vez mais a possibilidade de uma grande guerra entre as duas Grandes Potências.
4. As razões para esta escalada são bastante claras. Como a CCRI explicou em inúmeros documentos nos últimos meses, estamos no meio de uma crise histórica do capitalismo. A Terceira Depressão, a partir do final de 2019, jogou a economia mundial capitalista em uma situação semelhante ao colapso em 1929. Como resultado, tanto os EUA quanto a China vem  experimentando seu pior desenvolvimento econômico desde décadas. Cerca de 33,5 milhões de pessoas nos EUA solicitaram o seguro-desemprego no início de maio. Da mesma forma, o desemprego na China aumentou a níveis sem precedentes. Não é de surpreender que ambos os governos estejam cada vez mais preocupados com a situação política interna. A Administração Trump, que está sob fogo desde sua posse devido à sua mistura de comportamento de palhaço, total incompetência e chauvinismo raivoso de direita, enfrenta eleições cruciais em novembro. A crise do COVID-19 só agravou a instabilidade política. Perder esta eleição não só acabaria com a presidência de Trump, mas também poderia abrir um processo judicial contra muitos de seus associados. Da mesma forma, a ditadura estalinista-capitalista liderada por Xi teme que a crise econômica possa resultar em agitação social e política, ainda mais que os protestos em massa de meio ano em Hong Kong no final de 2019 parecem ter revivido nas últimas semanas.
5. A CCRI alertou desde o início da crise do COVID-19 que isso seria utilizado pelas Grandes Potências como pretexto para impulsionar o chauvinismo e acelerar as rivalidades inter-imperialistas. Já em nossa declaração de 5 de fevereiro, alertamos: "As classes dominantes na China, bem como em muitos outros países, exploram a histeria para justificar a vasta expansão da vigilância e controle de sua população. Eles também utilizam essa histeria para fomentar o patriotismo e a suspeita contra "estrangeiros", pessoas "de fora" ou simplesmente "outros". O regime chinês utiliza a histeria também para criar um clima de medo para que as pessoas ansiosas coloquem todas as suas esperanças nas forças do Estado. As classes dominantes em outros estados imperialistas utilizam a histeria global para acabar na direção do chauvinismo anti-chinês e avançar suas apostas na rivalidade contínua entre as Grandes Potências."
6. A crise atual também abriu uma nova etapa na relação global de forças. Agora está se tornando evidente e visível para todo o mundo que os EUA perderam seu status de liderança e que a China está seriamente desafiando sua hegemonia de longa data. Os círculos dominantes nos EUA estão obviamente cientes desse processo e tentam revertê-lo por qualquer meio necessário. Como explicamos em nosso livro recém-publicado "A Contra-Revolução Global COVID-19 – O que é e como combatê-la", as consequências serão uma aceleração imensa das rivalidades e crescente instabilidade geopolítica: "Na verdade, parece-nos que o curso futuro de desenvolvimento da política mundial será caracterizado pela ausência de qualquer hegemonia. Os EUA não são mais capazes de colocar sua marca na política mundial. E a China (e ainda menos qualquer outra Grande Potência) não é forte o suficiente para fazê-lo. Qual será o resultado de tal equilíbrio das Grandes Potências? Será uma aceleração adicional da rivalidade inter-imperialista – principalmente entre os EUA e a China. Na verdade, estamos entrando em um período que pode ser caracterizado como um prelúdio para a Terceira Guerra Mundial."
7. Estes desenvolvimentos são uma poderosa confirmação da análise da CCRI sobre o imperialismo no século XXI. Como elaboramos em vários livros e panfletos, o capitalismo entrou em um período histórico de decadência desde a Grande Recessão em 2008/09. No pano de fundo desta crise histórica, o declínio da hegemonia americana absoluta de longa data acelerou-se enquanto novas potências imperialistas como a China e a Rússia emergiram. O resultado foi uma aceleração da rivalidade entre as Grandes Potências, tornando-a uma característica política fundamental do período atual.
8. Isso significa que esperamos uma grande guerra entre os EUA e a China em um futuro próximo? Achamos que isso é bastante improvável, embora não se possa excluir a possibilidade de um confronto em que ambos os lados entrem “sem querer". No entanto, o que é muito mais provável é uma escalada substancial da Guerra Fria, resultando em uma guerra tarifária devastadora e um chamado desacoplamento das duas economias. Tal desenvolvimento criaria dois grandes blocos imperialistas relativamente independentes e em constante conflito entre si. Qualquer tentativa da Administração dos EUA de tomar para si partes dos T-Bonds (títulos do tesouro) chineses poderia provocar uma grande fuga de capital dos EUA e um colapso da ordem financeira e cambial global comparável à desvalorização da libra esterlina do Reino Unido em 1931.


9. Além disso, a aceleração da rivalidade inter-imperialista inevitavelmente aumentará  as tensões militares e a corrida armamentista entre todas as Grandes Potências (EUA, China, Rússia, UE e Japão). Também resultará em mais guerras por procuração ao Sul Global, nas quais os governos locais lutam uns contra os outros a serviço de seus patronos imperialistas. Também não está excluído que pequenos confrontos militares entre as forças armadas dos EUA e da China possam ocorrer. Tais conflitos também poderiam envolver a Rússia, o Japão e a Índia. O Mar do Sul e do Leste da China, bem como o Oceano Índico são áreas prováveis para tais confrontos militares entre os rivais imperialistas. Outro possível cenário de guerra é uma invasão militar de Taiwan pelas forças chinesas.
10. É um grande fracasso de muitas forças de esquerda que não tenham qualquer compreensão desses desenvolvimentos. Isto não é surpreendente no caso dos partidos estalinista e bolivarianos, pois são apoiadores indisfarçáveis do imperialismo russo e chinês. Muitos deles até afirmam que a China não seria um país capitalista, mas sim um país "socialista"! Várias organizações trotskistas acreditam que a China e a Rússia são estados "semi-coloniais" ou "sub-imperialistas". Tal equívoco abre a porta para ver nessas duas potências emergentes  um "mal menor" e, portanto, ficar do lado deles em um conflito com as antigas potências imperialistas EUA, UE ou Japão.

11. Os social-imperialistas pró-ocidentais são igualmente ruins. O candidato presidencial dos EUA Bernie Sanders, que tem sido aclamado por inúmeras organizações progressistas, atacou Trump e Joe Biden por serem "muito moles com a China". Syriza na Grécia, bem como o PODEMOS e o PCE na Espanha são exemplos para partidos "socialistas" que servem o imperialismo da UE como parte de governos de coalizão. Seguindo os princípios marxistas como delineado por Lênin e Trotsky, a CCRI condena veementemente qualquer apoio a uma potência imperialista contra o outro como social-imperialismo, ou seja, como política pró-imperialista sob a cobertura do "socialismo."
12. A única tática possível e revolucionária é recusar incondicionalmente o apoio a qualquer Grande Potência imperialista. Os socialistas devem denunciar todas as formas de chauvinismo (sob a cobertura do COVID-19 ou qualquer outro). Da mesma forma, devem se opor a sanções e tarifas punitivas. Essas forças "progressistas" que apoiam tais atos chauvinistas devem ser condenadas sem reservas e sua influência dentro das organizações populares de massa e dos trabalhadores e deve ser combatida à medida que agem como lacaios social-imperialistas. A CCRI defende o programa de  derrotismo revolucionário como foi desenvolvido pelo movimento marxista. Isso significa que os socialistas devem se opor a todas as Grandes Potências e agir em cada país imperialista com base no "principal inimigo está em casa". Eles devem utilizar qualquer conflito para enfraquecer e eventualmente derrubar a classe dominante.

13. Em casos de conflitos entre uma dessas Grandes Potências contra um fantoche semi-colonial de um rival imperialista, a CCRI também defende uma posição revolucionária derrotista de ambos os lados, ou seja, recusando-se a apoiar qualquer um dos dois campos. Uma guerra entre a China e Taiwan – um representante de longa data do imperialismo dos EUA – seria um exemplo para tal cenário. Um conflito entre a China e a Índia – como já era o caso na região fronteiriça de Sikkim no verão de 2017 – é outro exemplo.
14. Em casos de guerras imperialistas em países semi-coloniais, a CCRI defende a defesa do povo oprimido e a derrota do inimigo imperialista. Exemplos para este caso são a ocupação dos EUA no Afeganistão ou a agressão russa na Síria apoiando o regime tirânico de Assad contra a revolta popular.
15. A CCRI convoca organizações e ativistas de todo o mundo a lutar por tal estratégia revolucionária. Pedimos a todos aqueles que compartilham nossos em linhas gerais nossos princípios programáticos a entrar em contato conosco e se juntar a nós na construção de um Partido Revolucionário Mundial!

Secretariado Internacional da CCRI
Também encaminhamos o leitor aos seguintes documentos da CCRI relevantes para esta questão:

Sobre a rivalidade entre as potências imperialistas vemos, por exemplo, nosso livro de Michael Pröbsting: Anti-Imperialismo na Era da Grande Rivalidade do Poder. Os fatores por trás da rivalidade acelerada entre os EUA, a China, a Rússia, a UE e o Japão. Uma Crítica à Análise da Esquerda e um Esboço da Perspectiva Marxista, RCIT Books, Viena 2019. O livro pode ser lido online ou baixado gratuitamente aqui: https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/livro-o-anti-imperialismo-na-era-da-rivalidade-das-grandes-potencias-conteudo/ Na análise da CCRI sobre a China e a Rússia como potências imperialistas emergentes, vemos a literatura mencionada na subseção especial em nosso site: https://www.thecommunists.net/theory/china-russia-as-imperialist-powers/ e
https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/chinese-and-russian-imperialism/

Os documentos da CCRI sobre a Guerra do Comércio Global foram coletados em uma subpágina especial em nosso site: veja
https://www.thecommunists.net/worldwide/global/collection-of-articles-on-the-global-trade-war/; nossa posição fundamental foi resumida em uma declaração programática "Guerra Comercial Global: Não ao Grande Jingoísmo de Poder no Ocidente e No Oriente!" que foi publicada em 10 idiomas (em inglês: https://www.thecommunists.net/rcit/joint-statement-on-the-looming-global-trade-war/). O último artigo é de Michael Pröbsting: A Temporary Truce ... para se preparar para outra guerra. Sobre o significado do acordo "Fase Um" para a Guerra Fria EUA-China, 17 de janeiro de 2020, https://www.thecommunists.net/worldwide/global/a-temporary-truce-to-prepare-for-another-war/

Para nossa análise da crise atual, referimos ao novo livro de Michael Pröbsting: The COVID-19 Global Counterrevolution: What It Is and How to Fight It. Uma análise marxista e estratégia para a luta revolucionária, abril de 2020,
https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/livro-a-contra-revolucao-global-no-covid-19/; veja também o Manifesto ccri: COVID-19: Um Encobrimento para uma Grande Ofensiva Contra-Revolucionária Global. Estamos em um momento decisivo na situação mundial, à medida que as classes dominantes provocam uma atmosfera de guerra, a fim de legitimar o acúmulo de regimes chauvinistas de estado-bonapartista, 21 de março de 2020, https://www.thecommunists.net/home/portugu%C3%AAs/covid-19-o-encobrimento-para-uma-grande-ofensiva-contra-revolucionaria-global/. A CCRI publicou várias dezenas de documentos sobre a crise do COVID-19 que são todos coletados em uma subpágina especial em nosso site: https://www.thecommunists.net/worldwide/global/collection-of-articles-on-the-2019-corona-virus/







quinta-feira, 14 de maio de 2020

Prefeitura de São Paulo em um jogo político, exonera a equipe gestora do CEU Heliópolis

Em meio a pandemia que devasta a vida de milhares de pessoas a Prefeitura de São Paulo em um jogo político, exonera a equipe gestora do CEU Heliópolis que vinha atuando junto à comunidade para minimizar os impactos do Covid-19.

Em meio a situação de calamidade pública que presenciamos na cidade em razão do COVID-19, nesta terça-feira 12 de Maio de 2020, a Prefeitura de São Paulo em um jogo político, visando às próximas eleições municipais, exonerou a equipe de gestão do CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli.
O CEU Heliópolis tem sido um equipamento fundamental no combate à atual pandemia, no qual a equipe gestora conjuntamente com a UNAS tem se dedicado constantemente na realização de ações que minimizam a dor e o sofrimento da população, coordenando e abrigando as parcerias de fabricação e distribuição de máscaras de proteção e organizando ações educacionais pelas ruas e vielas da comunidade em parceria com as UBS.
O CEU Heliópolis é um espaço fruto da luta e mobilização da comunidade, que reivindicou sua criação. O local que antes abrigava uma garagem de tratores e estacionamento de caminhões, se tornou um espaço educacional e cultural integrado à comunidade, após anos de diálogo e negociação entre a UNAS e o poder público.
Em 2009 a Prefeitura da Cidade de São Paulo criou o Centro de Convivência Educativa e Cultural de Heliópolis, que em 2015 tornou-se um Centro de Educação Unificado. Ao longo de todos esses anos o espaço contou com a nossa intensa colaboração para tornar o equipamento uma referência nacional no que diz respeito à inovação educacional e à gestão democrática.
Durante esses onze anos diversas gestões estiveram à frente do poder executivo municipal (José Serra, Gilberto Kassab, Fernando Haddad e João Dória), todas as transições respeitaram a história que construímos e o modelo de educação inovadora e democrática implantado no equipamento, e mantiveram o grupo gestor, que vem desde então consolidando um trabalho de reconhecida qualidade no atendimento à população.
Por isso repudiamos a ação desumana da Prefeitura de São Paulo, que não respeitou toda a história de luta e construção coletiva desse local, que é referência de educação e cultura em nosso território e é um importante centro de formação para educadores de todo o Brasil.
Assista ao vídeo do protesto  por parte dos educadores no link do facebook:
 Para apoiar o abaixo assinado:

Relatório da Reunião das Organizações Revolucionárias e Progressistas Africanas

Relatório da Reunião das Organizações Revolucionárias e Progressistas Africanas realizada em 9 de maio de 2020, via Zoom

À medida que os efeitos da crise do COVID-19 se tornam mais evidentes, a necessidade de se organizar mais rapidamente torna-se ainda mais imperativa. A pandemia COVID-19 expôs as fraquezas do  atual sistema  neoliberal, e as tarefas dos movimentos e organizações progressistas tornam-se claras neste momento; agitar, organizar e mobilizar contra a contra-revolução que está sendo travada contra o povo por nossos regimes.

É devido a isso que representantes de várias organizações na África e além realizaram uma reunião via zoom no dia 9 de maio das 12h às 14h GMT.

A agenda da reunião foi;
1) Relatórios das organizações sobre sua avaliação da situação e das atividades atuais;
2) Planejamento de atividades conjuntas na situação atual e  sua coordenação internacional;
3) Discussão de uma curta plataforma política;
4) Nomeação de um representante de cada organização para coordenação de atividades conjuntas.
Os presentes na  reunião foram representantes das seguintes organizações;
1) Liga Socialista Revolucionária (Quênia)
2) Vanguarda Socialista Revolucionária (Nigéria)
3) Partido Revolucionário Popular de Todos os  Africanos
4) Grupo de Trabalho dos Centros de Justiça Social (Quênia)
5) Fórum Socialista da Tanzânia (JULAWATA)
6) Movimento de Solidariedade Quênia-Palestina
7) Liga Da Juventude Socialista (Zâmbia)
8) Liga Internacional da Luta Popular.
9) Renascimento da Consciência Pan-Afrikan (Nigéria)
10) Movimento Escolar Ideológico Amílcar Cabral
11) Federação dos Trabalhadores Informais da Nigéria
12) Corrente Comunista Revolucionária Internacional

Tendo ouvido reflexões dos participantes sobre o estado da pandemia COVID-19 e as tarefas em questão, os presentes à  reunião resolveram;

1) Adotar uma plataforma conjunta através da qual possamos realizar uma campanha conjunta como organizações africanas revolucionárias e progressistas.

2) Criar um Comitê Preparatório composto por representantes das organizações para finalizar a plataforma e apresentá-la na próxima reunião. A comissão também pode discutir outras campanhas a serem conduzidas.

3) Realizar nossa próxima reunião no dia 23 de maio de 2020, via zoom a partir das 12h GMT.

O rascunho da plataforma foi compartilhado na reunião, aguardando quaisquer adições/edições pelo Comitê Preparatório antes da adoção pelas organizações. O rascunho é compartilhado abaixo;

SIM para Empregos, Alimentação e Saúde! NÃO ao confinamento, repressão estatal e pobreza!

As pessoas na África e em todo o mundo estão enfrentando uma onda gigantesca de ataques. A crise do capitalismo global joga muitos milhões de pessoas na pobreza, o bloqueio total e a expansão da repressão estatal ameaçam os limitados direitos democráticos  que existiram em várias partes do mundo e a pandemia do COVID-19 põe em risco a saúde e a vida de muitas pessoas.

De fato, as classes dominantes em todo o mundo utilizam a pandemia COVID-19 para encobrir seus ataques econômicos e políticos contra as massas populares.
Nós dizemos:
* Nenhuma saída capitalista da crise econômica às custas do povo trabalhador!
- Sem demissões, sem cortes salariais, sem diminuição dos direitos trabalhistas, etc!
- Comida para os necessitados!
- Cancelamento de todas as dívidas públicas e doméstico-familiares!
- Ajuda econômica imediata e incondicional dos ricos para os países pobres!
* Não ao chauvinismo e ao autoritarismo!
- Contra o bloqueio em massa e contra a supressão dos direitos democráticos  (tais como assembleias públicas e manifestações), contra a expansão da polícia e do estado de vigilância, nenhum exército nas ruas!
- Não ao racismo e ao nacionalismo xenófobo contra migrantes e refugiados!
- Contra a  rivalidade entre as Grandes Potências os  EUA e a China!
* Não à manipulação incompetente e pró-elite da pandemia COVID-19!
- Pelos testes em massa gratuitos! Quarentena dos infectados com fornecimento adequado e gratuito de produtos médicos! Tratamento gratuito para todos e internação gratuita dos casos graves!
- Atualização e expansão do setor de saúde pública!
Nenhuma dessas exigências será oferecida a nós! Para obter essas conquistas os trabalhadores e os pobres têm que se unir e lutar! Precisamos construir Comitês de Ação Solidária em locais de trabalho, bairros e vilas com o objetivo de construir uma coordenação regional e nacional entre eles.
Divididos caímos – unidos ganhamos!
--