sexta-feira, 25 de julho de 2025

TRUMP IMPÕE TARIFAS DE 50% SOBRE PRODUTOS BRASILEIROS: ABAIXO A COERÇÃO IMPERIALISTA!

Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 14 de julho de 2025, www.thecommunists.net

1. O presidente dos EUA, Trump, lançou um ataque comercial massivo ao Brasil. Ele ameaça impor novas tarifas de 50% sobre importações brasileiras no valor de US$ 42 bilhões. Como tal taxa se acumularia a outras tarifas setoriais, tornaria o aço brasileiro, entre outros produtos, proibitivamente caro. Trump também disse que estava ordenando uma investigação da Seção 301 do Brasil, que permitiria aos EUA tomar medidas comerciais ainda mais amplas contra o país. A Casa Branca lamenta os supostos "ataques contínuos do Brasil às atividades de Comércio Digital de empresas americanas". Além disso, Trump exige o fim das acusações criminais contra seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e chama o julgamento de "Caça às Bruxas que deve parar IMEDIATAMENTE".

2. O ataque de Trump faz parte de uma ofensiva global do imperialismo americano para reverter seu declínio como hegemonia de longo tempo. Washington espera reconstruir a dominação americana por meio de uma política externa agressiva contra rivais imperialistas, bem como países semicoloniais no Sul Global. Por essa razão, a Casa Branca ameaça impor tarifas massivas também contra a China, a União Europeia, o Canadá, o México, a Índia, a Indonésia e dezenas de outros países. Como parte da mesma ofensiva global, Trump também apoia as guerras de agressão de Israel no Oriente Médio e atacou o Irã com as bombas não nucleares mais poderosas do mundo ("bunker buster").

3. O Brasil entrou na linha de fogo de Trump por vários motivos. É o maior país da América Latina – uma região-chave que a Casa Branca quer trazer de volta ao domínio total dos EUA. Além disso, o Brasil é um membro importante da aliança BRICS+ – uma aliança, embora heterogênea, de 19 países liderada pelos imperialismos chinês e russo, que representa cerca de 40% da produção global e quase 55% da população mundial. Por fim, Trump apoia seu aliado próximo, Bolsonaro, pois quer trazê-lo de volta ao poder nas eleições presidenciais de outubro de 2026.

4. A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) denuncia as tarifas de Trump como um instrumento de coerção imperialista. Seu objetivo é reforçar a dominação dos EUA sobre o Brasil. A tarefa da classe trabalhadora e das massas populares é rejeitar esse ataque imperialista à soberania nacional. Organizações de massa como a CUT, a CTB e o MTST devem se mobilizar contra o ataque de Trump e forçar o governo Lula/Alckmin a tomar medidas retaliatórias eficazes. Há muitas maneiras de atingir os ianques, dado o fato de que o Brasil tem superávit comercial com os EUA e muitas empresas americanas obtêm enormes lucros no país.

5. Denunciamos também o apoio de Trump ao extremista de direita Bolsonaro. O ex-presidente mantém relações profundas e duradouras com forças ultra-reacionárias do Exército e do aparato de segurança. Bolsonaro e seus apoiadores devem ser combatidos por mobilizações de massa militantes nas ruas. No entanto, alertamos contra quaisquer ilusões em julgamentos burgueses. Bolsonaro e companhia devem ser submetidos a um julgamento popular organizado pelo movimento operário! Da mesma forma, recusamo-nos a dar qualquer apoio político ao governo da frente popular Lula/Alckmin. Esta é uma coalizão do PT reformista, de várias forças burguesas-liberais como o PSB, do PCdoB estalinista e do PSOL centrista de esquerda. A classe trabalhadora deve combater o perigo da direita por meio de mobilizações de massa independentes e ações diretas – não por meio de apoio político ao governo Lula/Alckmin!

6. A CCRI reitera que o Brasil não é um Estado (sub)imperialista, mas sim um país semicolonial industrialmente avançado. Exporta principalmente bens primários ou semiprocessados e importa grandes quantidades de máquinas e produtos de alta tecnologia. Cerca de metade das grandes empresas privadas brasileiras são de propriedade estrangeira. A dívida externa do país é superior a US$ 607 bilhões, o equivalente a 29% de sua Renda Nacional Bruta anual. Consequentemente, o Brasil é atualmente forçado a pagar mais da metade de sua receita de exportação (54%) como serviço da dívida a instituições financeiras imperialistas. Em outras palavras, ao contrário da teoria revisionista de que o Brasil seria um Estado (sub)imperialista, trata-se, antes, de um país que é, antes de tudo, super-explorado e oprimido por monopólios e potências imperialistas (principalmente os EUA e a China).

7. A luta pela libertação nacional da dominação imperialista continua sendo uma tarefa fundamental para a classe trabalhadora brasileira. Um governo operário e popular iria nacionalizar as empresas estrangeiras sob controle operário, cancelaria as dívidas externas do país, acabaria com a subordinação a instituições imperialistas como o FMI e o Banco Mundial e expandiria a indústria nacional brasileira como parte de um plano de reconstrução socialista.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O tema luta de classes volta ao debate

 


Após vários anos o tema luta de classes volta ao debate e mobiliza a classe trabalhadora

07/07?2025 

João Evangelista

O congresso nacional derrubou o decreto do governo Lula que instituiu o aumento do Imposto sobre  Operações Financeiras-IOF. Esse decreto tinha   o objetivo de taxar as grandes fortunas da seguinte maneira:  cobrar pelo menos 10% de Imposto de Renda de quem ganha mais de R$ 600 mil reais por ano, ou 50 mil reais por mês( na cotação de dólar de hoje 1 dólar =5,40 equivalente à  9 mil dólares mensais). Só para se ter uma idéia da desigualdade social, no  Brasil apenas 141  mil pessoas ganham mais de R$50 mil mensais.

 O imposto seria aplicado a fortunas acima desse valor, considerando ativos como imóveis, ações da Bolsa de Valores, títulos da dívida pública e outros investimentos. A alíquota do imposto aumentaria à medida que a fortuna aumentasse, com taxas variando de 0,5% a 1,5%.

Tal projeto de taxar as grandes fortunas foi uma promessa de campanha presidencial do então candidato Lula da Silva nas eleições de 2022. Portanto, nenhuma novidade. não causava nenhum escândalo se continuasse somente na promessa.

Uma curiosidade com relação aos investidores em ações na Bolsa de valores é que o Brasil, diferente do resto do mundo, é um dos poucos que não cobra imposto de renda dos dividendos (exceções são Estônia , Letônia e Malta) ou seja, a alta burguesia, além de conseguir várias isenções de impostos para suas empresa e alguns itens de luxo, ( iates, jet-skis, etc) ainda  se beneficia dessa regalia.

Em ao mesmo tempo   o governo já havia  lançado um projeto de isenção de imposto sobre à renda para quem recebe salários até 5 mil reais ( equivalente a 965 dólares) que ainda está sendo debatido no congresso nacional e que poderá aliviar para a classe média

O governo Lula através do seu ministro da economia, Fernando Haddad, já havia articulado com o presidente da câmara, Hugo Motta, e com o presidente do senado Davi Alcolumbre,   mas agenda de votações para discussão e  debates com vistas a facilitar aprovação do decreto, provavelmente com alguns ajustes, e ainda à celebraram como um momento histórico. Mas à partir  daí os eventos não confirmaram  tanta cordialidade.

De repente, para surpresa do governo,  no final de julho,  o acordo que havia entre o governo foi abortada unilateralmente pelo presidente da câmara, Hugo Mota, quando , em conluio com  oposição de extrema direita colocou em  votação  já  pronta para ser majoritariamente reprovada. obviamente uma considerado pelo governo como uma traição. Mais de 70 por cento do congresso é de representantes dos empresários, dos latifúndios e do poderoso agronegócio exportador.

Obviamente os socialistas,  nos colocamos em apoio à taxação das grandes fortunas, uma bandeira histórica do movimento internacional dos trabalhadores. Inclusive é óbvio  que esse pacote de medidas é muito tímido, temos que pressionar nas ruas , pois poderíamos avançar mais. Há que revogar as reformas que retiraram os direitos dos trabalhadores nos últimos anos, como a reforma administrativa e a reforma da previdência. É preciso  não só taxar as grandes fortunas como  acabar com as generosas isenções aos setores da burguesia que retiram  vários bilhões de reais de reais  do orçamento governamental.

A urgência do governo Lula em aprovar esse decreto estava muito conectado com os baixos índices de popularidade. Apesar do nível de emprego estar relativamente alto, há uma constatação de que os  salários  não acompanham a escalada dos preços dos alimentos e do custo de vida. Parte do problema  é  uberizaçao do trabalho, com suas jornadas  extensas  e quase nenhum direito trabalhista.  Além disso, o governo Lula não abraçou a causa da luta pela redução da jornada de trabalho pelo fim da jornada 6x1, ou seja, que o trabalhador tenha pelo menos 02 dias de folga semanais. 

No dia seguinte em que o congresso votou pela rejeição ao decreto que possibilitaria à taxação das grandes fortunas, para surpresa geral, as redes sociais foram inundadas por dezenas e dezenas de memes, criados por inteligência artificial, criticando fortemente  o presidente da câmara, Hugo Motta, apelidado jocosamente de Hugo Nem se Importa) com milhões de visualizações. E o congresso sendo acusado,acertadamente,   como defensores dos privilégios dos poderosos e de odiar os pobres. Lógico  que ficou claro que Hugo Mota e o congresso deram um tiro no pé, pois uma grande parte da população começou a fazer uma discussão que podemos facilmente analisar  como tema à luta de classes.

Não foi uma reação combinada da esquerda, foi e está sendo mais uma atitude voluntária de parte da população do que  da esquerda organizada. Pela primeira vez em muitos anos a luta de classes, está sendo travada em âmbito nacional. O choque foi tanto que à imprensa monopolista corporativa reagiu em defesa do congresso e do presidente da câmara, acusando o partido dos trabalhadores  de radicalização.

Por outro lado, o governo Lula está aproveitando a oportunidade de retomar antigas bandeiras classistas do final dos  anos 70. E por acréscimo, o PT se  reforça para a campanha eleitoral  presidencial para o próximo ano. Conclusão…a forma como foi feita à manobra do congresso nacional para derrotar o decreto foi tão escandalosa que gerou o efeito contrário, uma ampla discussão sobre como os deputados e senadores somente defendem os ricos e poderosos. 

De qualquer forma, é bem vindo esse movimento  popular  via redes sociais, porém à luta não pode se dar somente via redes sociais, é urgentemente necessário à classe trabalhadora, as centrais sindicais, os movimentos sociais  em aproveitar o momento e ir para as ruas em grandes mobilizações.

Nesse sentido, à CUT está convocando uma manifestação para o dia 10 de julho pelo fim da escala 56x1 e pela taxação dos super   ricos. Todos às ruas!!!













sexta-feira, 11 de julho de 2025

Camarada Kumarasamy Kamalanathan (1960-2025)