Abaixo a criminalização dos movimentos sociais pelo Presidente Macri e seus aliados!
Liberdade Imediata de Milagro Salas!
A Praça de Maio, em Buenos Aires, ficou lotada na tarde de segunda-feira, 18 de janeiro 2016, por manifestantes que protestavam contra a prisão arbitrária de Milagro Amália Angela Sala, uma das principais aliadas da ex-presidente Cristina Kirchner (Frente Para La Victoria),líder do grupo Tupac Amaru e deputada do Parlasul, também denominado MERCOSUL. Desde 10 de dezembro de 2013, foi eleita deputada provincial na Legislatura da província de Jujuy, ao Norte da Argentina, pela “Frente Unidos y Organizados de Jujuy”. Renunciou em novembro de 2015, sendo eleita ao parlamento do MERCOSUL pela “Frente Para La Victoria”.
Sala foi detida no último sábado (16), na província de Jujuy, sob acusação de incitar a violência. Ela participava de um acampamento junto a organizações sociais, em frente ao Palácio do Governo de Jujuy, desde 14 de dezembro, As organizações sociais convocadas por Milagro Sala protestavam em frente à sede do Executivo de Jujuy para pedir a continuidade das cooperativas de trabalho, desde o governador Gerardo Morales, da União Cívica Radical, aliado do recém eleito presidente direitista Mauricio Macri, ameaçou cortar os fundos com os quais elas vêm construindo suas casas próprias e urbanizando seus bairros há quase uma década.
Informações do Jornal El Tiempo dão conta que ela iniciou uma greve de fome contra a injusta prisão e perseguição política que vem sofrendo. .Durante o ato político líderes de diversas organizações sociais fizeram a denúncia do caráter eminentemente político da prisão. "Há 35 dias ele (Gerardo Morales) vem nos provocando. Querem que retrocedamos, mas não vão conseguir. Não vamos nos mover da praça porque, na Argentina, o protesto social não é um delito”; disse Marcos disse Marcos, membro da Tupac Amaru. Sala foi detida em sua casa, na capital da província de Jujuy, por suposta "instigação a cometer delitos e tumultos".
O Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS), muito respeitado por sua defesa dos direitos humanos, emitiu um comunicado muito duro denunciando a detenção e os motivos alegados para encarcerar Sala. *1
Estela de Carlloto, da Associação Avós da Praça de Maio fez a seguinte declaração: "Com isto que se passa em Jujuy querem demonstrar um poder que eles não têm. O povo votou, vamos respeitar a vontade do povo, desde que quem preside nos respeite, e não se está respeitando. Está nos insultando. Faz um mês que estamos vivendo um inferno, todos os dias temos que sair em defesa de algo: da justiça, dos despedidos, contra as importações que vão deixar nossas indústrias vazias e agora, o cúmulo dos cúmulos, a prisão de uma mulher, a primeira presa política do nosso país”.
A prisão de Milagro Sala é a comprovação do novo cenário político que a Argentina está vivendo com a posse do presidente Mauricio Macri, em 10 de dezembro último, conforme alertamos em nosso artigo sobre as últimas eleições presidenciais no país *2. Seguindo a receita neoliberal, o governo de direita de Macri está a realizar uma série de dispensas em massa de funcionários do setor público, atitude também seguida pelo setor privado e que ambos os ataques têm por objetivo desmantelar os limitados direitos democráticos, criminalizar os movimentos sociais e romper com as políticas populares desenvolvidas pelos governos anteriores de Néstor e Cristina Kirchner, ou seja, atendendo ao imperialismo de EUA e União Européia-EU, consideram que não deve haver mais concessões aos setores mais pobres e oprimidos da sociedade, mas que o orçamento público deve ser dirigido para a classe dominante e para o sistema financeiro nacional e internacional.
Segundo o CELS, trata-se de um "gravíssimo precedente de criminalização do protesto social".
Nós da CCR, seção brasileira do RCIT, repudiamos veementemente a prisão de Milagro Sala. Exigimos a sua imediata libertação e a revogação de todas as acusações contra ela ou qualquer militante em luta contra as demissões. Entendemos que o que está em curso na Argentina de Macri, com a cumplicidade de da mídia burguesa e da classe dominante, é a criminalização das lutas dos movimentos sociais com a intenção clara de aumentar a exploração da classe trabalhadora e dos oprimidos. Querem jogar a conta da crise e da recessão mundial nas costas dos trabalhadores, usando a repressão do estado.
Abaixo a criminalização dos movimentos sociais feitas pelo Presidente Macri e seus aliados!
Liberdade Imediata de Milagro Salas e retirada de todas as acusações!
Abaixo a ameaça de demissão das mulheres trabalhadoras das Cooperativas!