segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

AMÉRICA LATINA SOB ATAQUE DO IMPERIALISMO IANQUE

 

Pela segunda libertação nacional e social!

 

Declaração da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), 05.02.2025, www.thecommunists.net

 

1.           A Administração Trump declarou guerra contra os povos da América Latina. Começou a deportar milhares de migrantes nos EUA, ameaça impor altas tarifas a todos os países que não se subordinarem aos seus desejos, ameaça invadir o Panamá e tomar o Canal e ameaça violar a soberania nacional do México ao travar ataques militares transfronteiriços contra “cartéis de drogas”.

2.           O objetivo da nova política externa da Casa Branca é incitar o chauvinismo dos EUA e intensificar a subjugação imperialista e a superexploração da América Latina – um continente de semicolônias capitalistas.

3.           Enquanto governos burgueses – como os de Claudia Sheinbaum no México, de Gustavo Petro na Colômbia ou José Raúl Mulino no Panamá – protestam verbalmente contra essa agressão imperialista, eles falham em organizar qualquer resistência séria. Eles humildemente aceitam receber os voos de deportação dos EUA ou concordam em mobilizar 10.000 soldados para a fronteira México-EUA para “combater o tráfico de drogas”. Quando houve uma tentativa de realizar uma cúpula de estados latino-americanos para organizar uma resposta conjunta a Trump, a reunião foi cancelada logo após seu anúncio.

4.           A burguesia latino-americana está dividida entre aqueles setores que são lacaios servis do imperialismo dos EUA (como os governos de direita da Argentina, Paraguai ou Equador), aqueles que servem ao imperialismo chinês e russo (como Venezuela, Cuba, Nicarágua ou Bolívia) e aqueles que tentam fazer negócios com as Grandes Potências Ocidentais e Orientais sem incomodar uma ou outra. Todos esses governos servem aos interesses de sua burguesia, resp. seus aliados imperialistas, mas são inimigos de seu próprio povo.

5.           A Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI) e suas seções latino-americanas denunciam esses governos pró-imperialistas. Chamamos os trabalhadores e organizações populares para organizar apoio aos migrantes nos EUA, pressionar seus governos a resistir aos ianques e preparar seu país contra uma potencial invasão dos EUA. Além disso, eles devem pedir a expropriação das corporações dos EUA e sua nacionalização sob controle dos trabalhadores. Eles também devem exigir uma ruptura com o FMI, o cancelamento dos pagamentos da dívida com instituições financeiras imperialistas e o fim dos acordos de segurança com os Estados Unidos que militarizam o México e a América Central sob o pretexto da Guerra às Drogas (por exemplo, a Parceria de Segurança e Prosperidade da América do Norte, o Quadro Bicentenário EUA-México para Segurança (mais conhecido como Iniciativa Mérida) e a Iniciativa de Segurança Regional da América Central).

6.           Trabalhadores e organizações populares devem exigir dos governos que fingem resistir à pressão dos EUA que coloquem suas palavras em ações. Enquanto nos opomos incondicionalmente a todas as formas de tarifas imperialistas como um instrumento de agressões de Grandes Potências, defendemos o direito dos países semicoloniais de impor tarifas contra importações de países imperialistas como um instrumento (limitado) de resistência anti-imperialista.

América Latina para os povos latino-americanos – não para o imperialismo ianque!

Pela segunda libertação nacional e social!

Por uma federação socialista da América Latina!

 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

ARGENTINA DE MILEI: A MARCHA CONTRA O GOVERNO

 


A MARCHA CONTRA O GOVERNO, O INÍCIO DE UMA NOVA REVOLTA QUE ESTÁ EM SINTONIA COM AS VITÓRIAS POPULARES NA SÍRIA E NA PALESTINA

Por Damián Quevedo

 https://convergenciadecombate.blogspot.com/2025/02/la-marcha-contra-el-gobierno-el.html

A massiva mobilização do dia 1º de fevereiro, que teve repercussões em todo o país e em grande parte do mundo, atingiu duramente o governo. Tanto que, antes mesmo do evento, o presidente se viu obrigado a recomendar a Patricia Bullrich que não aplicasse seu “protocolo”. Esse recuo do aparato repressivo constituiu uma grande vitória para o movimento de massas. 

Além das manifestações multitudinárias previstas em outros pontos do território argentino, durante o dia houve concentrações em cidades europeias como Berlim, Roma, Paris, Barcelona, Madri, Londres, Lisboa e Amsterdã. Também foram convocadas em Santiago do Chile, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Montevidéu, Nova York e Cidade do México, entre outras cidades das Américas. 

A marcha superou em muito os convocantes e suas reivindicações, já que, de uma forma ou de outra, unificou inúmeras demandas parciais, como as dos funcionários e funcionárias do hospital Bonaparte ou a dos aposentados e aposentadas. No entanto, essa mobilização popular não deve ser caracterizada como um fato isolado ou uma resposta específica ao discurso de Milei, porque, se assim fosse, não se poderia explicar a massividade e a solidariedade internacional que teve. 

O protesto é um salto na situação política da Argentina, uma demonstração de que existem condições mais do que favoráveis para lutar e da fraqueza do governo. É, em outro sentido, um indicador de uma tendência geral. Uma ascensão operária e popular que tem características internacionais, já que faz parte do que começou a se desenvolver a partir de dois acontecimentos excepcionais: a revolução síria e, sobretudo, o avanço excepcional da luta palestina. 

Os processos revolucionários são extremamente contagiosos. Foi assim com a Primavera Árabe, que desencadeou centenas de rebeliões em todo o mundo, desde a Europa até as Américas, passando pela Ásia e África. Desde a esquerda revolucionária e todos aqueles lutadores e lutadoras honestos que veem essa perspectiva, devemos nos preparar para grandes conflitos, lutas muito mais massivas e radicalizadas, porque ainda falta o sujeito que pode inclinar definitivamente a balança: a classe operária. 

Apesar das aparências de calma ou desânimo, a classe operária argentina nunca renunciou às suas conquistas sem lutar, e o fará em um contexto diferente dos anteriores, já que existe um elemento que a radicalizará e facilitará a construção de uma nova direção combativa. É o descrédito dos dirigentes e seus podres “corpos orgânicos”, uma realidade que a esquerda deve aproveitar para se fortalecer e disputar a condução política e sindical.

A SEGUNDA PRESIDÊNCIA DE TRUMP